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CONHECIMENTO DAS MÃES DE CRIANÇAS NA FASE PRÉ-ESCOLAR SOBRE ADITIVOS ALIMENTARES E SEUS POSSÍVEIS EFEITOS À SAÚDE

Por:   •  29/11/2018  •  3.046 Palavras (13 Páginas)  •  292 Visualizações

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Cada vez mais alimentos industrializados são inseridos precocemente na alimentação infantil [4, 5]. Isso pode ser explicado pelo aumento da propaganda de alimentos voltada para o público infantil, a mudança do modo de vida das famílias e consequentemente dos seus padrões alimentares e a inserção cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho influenciando na escolha de alimentos de rápido preparo, que possibilitam a adaptação a uma rotina de trabalho atarefada [6]. Diante todos os fatores citados, esse grupo se torna cada vez mais vulnerável aos possíveis efeitos do consumo excessivo de aditivos alimentares [7]. Essa vulnerabilidade pode ser explicada pelo fato de que na criança a quantidade ingerida é proporcionalmente maior do que no adulto devido ao menor tamanho e peso corporal, e a imaturidade fisiológica não permite que essas substâncias sejam metabolizadas de forma correta [5].

Na fase pré-escolar as crianças concretizam seus hábitos alimentares com base em suas preferências, consumindo apenas consumindo alimentos que gostam e que estão disponíveis em seu ambiente; geralmente, essa escolha tende a priorizar alimentos ultraprocessados, que além de serem pobres nutricionalmente oferecem uma quantidade elevada de aditivos alimentares na dieta [8]. Visto que na maioria das vezes as mães são responsáveis pela aquisição e oferta de alimentos nos lares, é fundamental avaliar o quanto elas sabem sobre aditivos alimentares e seus possíveis efeitos no organismo das crianças nessa fase do desenvolvimento que é tão crítica. É perceptível que os consumidores em geral ainda têm dificuldades para entender as informações contidas nos rótulos e pouco sabem sobre aditivos alimentares [9]. Diante desses fatos, é possível que as mães de criança em fase pré-escolar e escolar também não possuam conhecimento suficiente sobre os aditivos alimentares e seus possíveis efeitos sobre a saúde infantil. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento de mães de crianças em fases pré-escolar sobre aditivos alimentares e seus possíveis riscos à saúde.

Material e métodos

Estudo de corte transversal. Para realização do estudo foram selecionadas por conveniência mães de crianças na faixa etária de 2-5 anos de idade entre. Foram abordadas mulheres que estavam próximas à creches, escolas, centros médicos de atendimento infantil ou mulheres acompanhadas de crianças que aparentavam essa faixa etária. O único critério de inclusão desta investigação foi possuir filhos em idade pré-escolar. Todas foram informadas sobre o objetivo da investigação e o estudo foi desenvolvido a partir de dados primários obtidos diretamente desses indivíduos. Ao todo, 14 mães foram entrevistadas.

Para o embasamento teórico desse estudo foram pesquisados artigos, teses e dissertações em bases eletrônicas como o SciELO (Scientic Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Periódicos CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Com o auxílio do Decs (Descritores em Ciência da Saúde), foram selecionados os descritores “Food Additives”, “children”, “industrialized foods” e “Food Habits”. Com base nos resultados obtidos por meio do questionário, foram descartados aqueles cujas mães possuíam filhos que se encontravam fora da faixa etária desejada (2 a 5 anos de idade). Por fim, os dados foram tabulados e analisados.

A investigação qualitativa foi feita por meio de coleta de um questionário contendo perguntas sobre dados socioeconômicos e demais perguntas relacionadas ao tema aditivo alimentar. Esse questionário foi confeccionado através da plataforma Google Formulários, impresso, e aplicado presencialmente com os indivíduos estudados. Em um segundo momento, as respostas foram preenchidas de forma online na plataforma Google Formulários para melhor visualização das respostas. Por fim, as variáveis foram tabuladas e analisadas através do Microsoft Excel 2010.

Resultados

As mães que participaram da investigação eram todas adultas, apresentando idades entre 22 e 41 anos. Entre as 14 mães do estudo mais da metade tinham apenas um filho. Analisando as condições socioeconômicas da população em estudo 7,1% relatou ter uma renda inferior a 01 salário mínimo, a maioria recebe renda mensal entre 1 a 2 salários mínimos representando 57,1% dessa população, 21,4% têm renda entre 2 a 3, 14,3% entre 3 a 4 e nenhuma delas recebem mais do que 04 salários mínimos. Por fim, 50% delas estavam empregadas, 14,3% refere ser dona de casa, 14.3% são estudantes, 14,3% são autônomas e 7.1% (apenas uma pessoa investigada) se declarou como desempregada.

O questionário dispôs de temas para investigar o conhecimento das mesmas sobre as informações contidas nos rótulos dos alimentos. Seis mães entrevistadas (42,9%) não têm o hábito de ler o rótulo dos alimentos. Dos 53,8% das mães que têm o hábito de ler os rótulos nenhuma delas buscam avaliar aditivos presentes nos alimentos; o interesse pela leitura está muito relacionado a composições nutricionais (calorias totais, gordura, açúcares e quantidade de sódio) e validade. A grande maioria da população estudada (64,3%) não tem nenhum conhecimento sobre aditivos alimentares. Ainda assim, ao serem questionadas se acreditavam ou não que aditivos poderiam ter algum efeito sobre a saúde, 85, 7% responderam que sim.

Com relação às classes de aditivos das quais as mães tinha conhecimento, foi observado que mais da metade das mães não tinha conhecia nenhum tipo de aditivo. Dentre as mães que referiram conhecer uma ou mais classes, a classe de corantes foi a mais selecionada (figura 1).

Figura 1. Classes de aditivos alimentares cujas entrevistadas afirmaram conhecer por nome[pic 1]

Quando questionadas sobre quais efeitos à saúde o consumo de aditivos alimentares poderia causar, foram citados problemas cardiovasculares, diabetes, hepatopatias, doenças intestinais e alergias. Foi necessário distinguir os efeitos alergênicos proteicos alimentares de possíveis efeitos causados pelos aditivos alimentares para evitar vieses que dificultassem a avaliação do resultado do estudo. Para tal estratégia, entres as questões do formulário foi perguntado às mães se algum dos filhos já apresentou alguma reação adversa após o consumo de algum alimento e se o mesmo já foi diagnosticado com alergia alimentar; nenhuma mãe referiu que seu(s) filho(s) possuía(m) alergias alimentares. Com relação ao início da alimentação complementar, foi observado que 64,3% das

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