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EDIÇÃO GENÔMICA POR CRISPR-CAS9 E SEU POSSÍVEL USO COMO SOLUÇÃO PARA CARDIOPATIAS CONGÊNITAS NO BRASIL.

Por:   •  26/11/2018  •  3.591 Palavras (15 Páginas)  •  338 Visualizações

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Logo CRISPR logo foi adaptado para uma vasta gama de aplicações - criando modelos animais complexos de doenças e cânceres hereditárias humanas; realizando telas de genoma em células humanas para identificar os genes subjacentes aos processos biológicos - e está sendo usado em milhares de laboratórios em todo o mundo (LANDER, 2016). Além disso, o uso do CRISPR / Cas9 também tem sido proposto para o estágio embrionário em modelos animais, onde é progênie pode gerar organismos "fundadores" (por recombinação), contendo mutações alélicas que levam ao efeito "nocaute" ou de expressão diminuída (AREND, 2016). Embora Cas9 já tenha sido amplamente utilizado como ferramenta de pesquisa, uma direção futura particularmente interessante é o desenvolvimento de Cas9 como uma tecnologia terapêutica para o tratamento de distúrbios genéticos (HSU, LANDER, ZHANG, 2014). Assim, conciliando sofisticadas técnicas moleculares e biotecnológicas, o sistema CRISPR / Cas9 foi proposto para aplicação em edição genômica e hoje já está disponível para milhares de alvos (AREND, 2016).

Isto posto, averiguando as patologias que requisitam o uso da CRISPR é evidente que, segundos dados epidemiológicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) 2016, as doenças cardiovasculares (DCV) representam a maior causa de mortes em todo o globo. Sob essa perspectiva, atualmente já existem muitos laboratórios de pesquisa que estão utilizando a ferramenta CRISPR/Cas9 para editar genes envolvidos com DCV e testando em sistemas celulares, realizando ensaios pré-clínicos e projetando estudos clínicos (AREND, 2016). Por exemplo, temos a doença hereditária do sistema cardiovascular, chamada Cardiomiopatia Hipertrófica (HCM), que é clinicamente um distúrbio do músculo cardíaco autossômico, dominante, heterogêneo e com etiologia hereditária que ocorre predominantemente em genes que codificam proteínas dos sarcômeros de cardiomiócitos, que são o aparelho contrátil dessas células (SANTOS, 2014). Em vista disso, não apenas o contexto inibitório, mas a possibilidade de edição para ativação de genes de maneira a estimular funções relacionadas, por exemplo, à sobrevivência de cardiomiócitos no pós-infarto, aumento do nível de proteínas que levam ao remodelamento ventricular patológico, além de outros mecanismos, pode vir a ser explorada das DCV (AREND, 2016). No contexto da HCM evidências experimentais e clínicas demonstram que a segmentação de caminhos de HCM pode melhorar o tratamento convencional. Por isso, uma abordagem molecular inovadora pode ser necessária para desenvolver novas estratégias terapêuticas para pacientes com HCM (SANTOS, 2014). Assim, de acordo com Arend 2016, diante das estratégias levantadas e de tantas outras do sistema CRISPR/Cas-9 a possibilidade de uso dessa nova ferramenta molecular na Cardiologia pode ser vislumbrada e talvez, em um futuro próximo, vir a beneficiar a saúde da população.

O presente artigo tem como objetivos principais o esclarecimento de dúvidas sobre a técnica de CRISPR e avaliar a possibilidade de adoção da técnica, com um enfoque na cardiologia. Para isso, o artigo fará a descrição do processo histórico de elaboração da técnica e do procedimento realizado para a edição do genoma, demonstrar qual local do mundo e em que área da saúde já foi realizada a CRISPR e analisar os pontos positivos e negativos para a possível adoção da técnica em larga escala tanto para uso terapêutico como para uso profilático de doenças.

- METODOLOGIA:

Esta pesquisa trata de um estudo do tipo revisão sistemática, utilizando como fonte de informações as bases de dados Medline/Pubmed, na Scientific Electronic Library Online – SCIELO e na Biblioteca Virtual de Saúde – BIREME. A pesquisa dos artigos foi realizada entre agosto e setembro de 2017.

Foram estabelecidos os seguintes critérios para inclusão dos trabalhos: artigos científicos redigidos em português e inglês, publicados no período de 2012 a 2017 e que puderam ser obtidos na íntegra. Além disso, foram usados dados epidemiológicos de 2008 a 2016. Por outro lado, os critérios de exclusão são: artigos científicos redigidos em outra língua que não seja inglês ou português ou que tenham sido publicados num período anterior a 2012.

A busca nos bancos de dados foi feita utilizando às terminologias cadastradas nos Descritores em Ciências da Saúde criados pela Biblioteca Virtual em Saúde desenvolvido a partir do Medical Subject Headings da U.S. National Library of Medicine. Sendo que as palavras-chave utilizadas na busca foram: CRISPR associated proteins, congenital disorder e human genome.

Foram usadas 15 publicações relacionadas com o tema. Para esse estudo, foi efetuada a análise dos artigos, ademais, feitas as categorias que seguem nesse estudo, mostrando assim o que os artigos têm a demonstrar sobre a técnica de Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR), que em português significa: Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas, relatando como já foi efetivada, suas possíveis áreas de execução e sua aplicabilidade no panorama mundial.

Para análise e síntese do material foram adotados os seguintes procedimentos: leitura exploratória, que foi efetuada a leitura do material para saber o conteúdo dos artigos e leitura seletiva, que constituirá na seleção do material quanto à sua importância para a elaboração do artigo.

- DESENVOLVIMENTO:

Dentro do âmbito mundial, a CRIPSR surge como alternativa para revolucionar o mundo da saúde devido sua larga possibilidade de uso. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2016), é estimado que 303000 recém-nascidos vá a óbito com menos de 4 semanas de vida, no mundo todo, devido a anomalias congênitas e com essas malformações, quando o indivíduo sobrevive, além de provocar deficiências a longo prazo, geram impactos significativos na vida do indivíduo, da sua família, nos sistemas de saúde e até na própria organização da sociedade. Comprovando assim, que sua adoção além de salvar um número elevado de crianças, iria afetar a sociedade como um todo tanto a nível, psicossocial como econômico, principalmente se levar em conta o (Ministério da Saúde, 2012) brasileiro que afirma que a incidência de malformações congênitas (MFC) ao nascer, dado que consta na declaração de nascimento, é subestimada, pois as mais graves levam a perdas fetais, enquanto outras são de difícil diagnóstico e podem não ser percebidas no momento do nascimento.

No Brasil, o Sistema de Informação de Nascidos Vivos

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