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A Eletrocardiografia é uma técnica de exame de uso frequente para o diagnóstico das doenças do coração

Por:   •  5/12/2018  •  4.939 Palavras (20 Páginas)  •  418 Visualizações

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O registrador é constituído por uma pena móvel cuja ponta é aquecida eletricamente. Essa pena, ao deslizar sobre um papel termossensível que se move a velocidade constante (25mm/s ou 50mm/s), registra os potenciais elétricos sob a forma de ondas. (GARCIA, 2002).

Com a finalidade de permitir a comparação dos registros eletrocardiográficos, os eletrodos são colocados sobre as regiões do ombro direito; ombro esquerdo; região inguinal esquerda; quarto espaço intercostal direito junto à borda do esterno; quarto espaço intercostal esquerdo junto à borda do esterno; quinto espaço intercostal esquerdo sobre a linha hemiclavicular; quinto espaço intercostal esquerdo sobre a linha axilar anterior; quinto espaço intercostal esquerdo sobre a linha axilar média. (GARCIA, 2002).

- FISIOLOGIA DO SINAL ELETROCARDIOGRÁFICO

As partes do coração normalmente batem em sequência ordenada. A contração dos átrios (sístole atrial) é seguida pela contração dos ventrículos (sístole ventricular), durante a diástole, todas as quatro câmaras estão relaxadas. O sistema de condução do sinal eletrocardiográfico é formado pelo nódulo sinoatrial (SA), pelas vias internodais atriais, pelo nódulo atrioventricular (AV), pelo feixe de His e pelo sistema de Purkinje. (SCHWARZ, 2009).

O nódulo SA é o marca-passo natural; é ele que determina a taxa com que o coração bate. Os impulsos gerados no nódulo SA passam através das vias atriais para o nódulo AV; deste para o feixe de His, e, através dos ramos do feixe de His, para o sistema de Purkinje, que o distribui por entre a musculatura ventricular. (SCHWARZ, 2009).

O caminho do sinal elétrico no coração e as respectivas formas de onda do sinal elétrico em cada ponto estão apresentados na Figura 1 (GANONG, 2003).

FIGURA 2 – Sistema de condução do coração; à esquerda, os potencias de ação típicos para cada parte do coração, e sua correlação com a atividade elétrica adquirida na pele (ECG).

[pic 2]

Fonte: GANONG, 2003.

As fibras do miocárdio têm um potencial de transmembrana em repouso de aproximadamente -90mV. Quando se inicia o batimento cardíaco, ocorre um efeito chamado de despolarização, seguido de um platô e de uma repolarização. A despolarização é causada pela abertura de poros na membrana celular, que permitem a entrada e a saída de íons. Durante a despolarização, abrem-se rapidamente canais para a entrada de sódios e canais mais lentos para a entrada de cálcio dentro da célula. (SCHWARZ, 2009).

O potencial elétrico, que era negativo, torna-se rapidamente positivo (mudança de polaridade). Esta situação se mantém por um período de tempo, após o qual abrem-se canais para a saída de potássio de dentro da célula. Estes canais tendem a permitir que a polarização da membrana retorne aos -90mV iniciais (repolarização). O mecanismo de abertura de canais da membrana celular para a passagem forçada de íons de sódio (Na+) e potássio (K+) é chamada de bomba de sódio e potássio. (SCHWARZ, 2009).

A despolarização iniciada no nódulo SA espalha-se radialmente através dos átrios e, em seguida, converge para o nódulo AV. A despolarização atrial é concluída em cerca de 0,1s. (SCHWARZ, 2009).

Devido à condução do nódulo AV ser lenta, há um atraso de cerca de 0,1s (atraso AV) antes da excitação se espalhar para os ventrículos. A onda de despolarização se espalha rapidamente nas fibras de Purkinje para alcançar todas as partes dos ventrículos em aproximadamente 0,08s a 0,1s. A onda de despolarização se espalha para baixo, no ápice do coração, e depois retorna ao longo das paredes do ventrículo esquerdo ao sulco AV, para o epicárdio, portanto, os ventrículos se contraem de baixo para cima. (GANONG, 2003).

- As derivações eletrocardiográficas

O eixo elétrico que une os eletrodos usados para captar os potencias gerados pelo coração é chamado de derivação eletrocardiográfica. Einthoven definiu três derivações, que ficaram conhecidas como derivações bipolares dos membros. Posteriormente, a elas foram acrescentadas as derivações unipolares dos membros e as precordiais. Nas derivações bipolares, o potencial de cada um dos eletrodos é mantido inalterado, enquanto o do eletrodo explorador pode variar. (GARCIA, 2002).

- Derivações bipolares dos membros

O conjunto dessas derivações contribui para formar o plano frontal eletrocardiográfico. São três derivações bipolares dos membros. D1 mede a diferença entre o potencial do braço esquerdo (VL) e o potencial do braço direito (VR); D2 mede a diferença de potencial existente entre a perna esquerda (VF) e o braço direito (VR); D3 mede a diferença entre o potencial da perna esquerda (VF) e o potencial do braço esquerdo (VL), ou seja, D1= VL-VR; D2= VF-VR; D3= VF-VL. (GARCIA, 2002).

De acordo com os postulado de Einthoven, essas derivações delimitam um triângulo, que varia com o biótipo e com o crescimento do paciente. É um triângulo equilátero e nele se pode observar que o vetor D2 representa a soma dos vetores D1 e D3, ou seja, D2= D1+D3. (GARCIA, 2002).

Figura 3 – Sistema de derivações idealizado por Einthoven. (1) Representação visual das formas de onda. (2) Representação triangular das derivações bipolares de Einthoven. (3) Representação vetorial das derivações bipolares de Einthoven.

[pic 3]Fonte: DESPOPOULOS; SILBERNAGL, 2003.

- As derivações unipolares dos membros

Central terminal de Wilson. Com a finalidade de medir o potencial elétrico absoluto de cada extremidade do corpo, Wilson e colaboradores em 1934 idealizaram uma central terminal (CTW), cujo o potencial seria sempre nulo. Esse “terra virtual” foi conseguido ligando-se os três membros (braço direito, braço esquerdo e perna esquerda) a um ponto comum. (GARCIA, 2002).

Wilson propôs seis derivações pré-cordiais, nomeadas de V1 a V6, referenciadas a um terminal central.

(MALMIUVO, J; PLONSEY, R, 1995).

Central terminal de Goldberger. As derivações unipolares dos membros obtidas com a CTW apresentam ondas de baixa amplitude, o que dificulta a análise. Para superar essa dificuldade, Goldberger idealizou uma nova central terminal, que se tornou conhecida como central terminal de Goldberger (CTG). Para isso, ele reuniu as ligações

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