INSTRUMENTOS MUSICAIS NA AVALIAÇÃO AUDIOLOGICA INFANTIL
Por: kamys17 • 5/4/2018 • 2.725 Palavras (11 Páginas) • 989 Visualizações
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A observação do comportamento da criança durante o processo de avaliação audiológica pode fornecer pistas de informações sobre o desenvolvimento global deste paciente, de modo a auxiliar o diagnóstico de outros distúrbios associados à deficiência auditiva. A avaliação da criança e de sua audição deve ser baseada no conhecimento das respostas que a criança pode apresentar em cada momento, ao longo do seu desenvolvimento.
A avaliação audiológica através da observação das respostas comportamentais não é o único instrumento de que se dispõe o audiologista para avaliar a criança e sua audição. Diversas são as técnicas elaboradas para observação dos limiares tonais da criança; quanto maior for o conhecimento que o examinador tem sobre os recursos e técnicas existentes, mais preparada ele estará para atuar e conseguir confiabilidade nos resultados de seus exames. A utilização de mais de uma técnica pode garantir a consistência dos achados audiológicos, maior segurança na orientação e aconselhamento dos caminhos a seguir.
- PARA QUE SERVE A BANDA E A QUEM SE DESTINA ESSE TIPO DE AVALIAÇÃO
Para avaliarmos crianças pequenas (de 0 a 2 anos de idade), crianças difíceis e/ou com outros comprometimentos, em que não se consegue o condicionamento, podemos utilizar sons não calibrados (ambientais e instrumentais). Este tipo de testagem também vai ajudar na avaliação auditiva, seleção de aparelhos auditivos e no trabalho de estimulação auditiva em crianças com deficiência auditiva.
DOWNS (1978) estabelece uma relação entre os limiares auditivos e os espectros dos sons apresentados na testagem de indivíduos, concluindo que é possível prever quais as faixas de frequência mais comprometidas; desde que estes sons não tenham um espectro muito amplo. Alguns destes sons têm características muito semelhantes, isto é, abrangem as mesmas faixas de frequência e atingem as maiores intensidades aproximadamente nas mesmas áreas, o que torna redundante o uso dos mesmos instrumentos na avaliação. Os instrumentos apresentam faixa de frequência de banda muito larga quando comparados aos sons calibrados (tons puros e ruído de banda estreita – narrow band).
O uso de sons não calibrados é um procedimento de fácil realização, rápido e de baixo custo, pois não requer aparelhagem sofisticada.
Sons não calibrados têm sido indicados como estímulos sonoros muito eficiente na obtenção de respostas comportamentais (OLIVEIRA & cols.).
Utilizamos instrumentos musicais com características acústicas diferentes entre si, em que foram medidas suas faixas de frequência e intensidade por um aparelho de medição sonora (decibelímetro) na própria sala de avaliação, acusticamente tratada.
Os instrumentos mais utilizados são: guizo, sino, clave-de-rumba, chocalho, reco-reco, castanhola, agogô, ganzá, pratos e tambor.
- CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS: FREQUÊNCIA, INTENSIDADE
Instrumentos caracterizados quanto à faixa de frequência
e pico de maior intensidade.
Instrumentos
Faixa de frequência de maior intensidade (hz)
dB NPS
Guizo
10.000 – 12.000
80
Sino
5.000 – 8.000
90
Clave-de-rumba
2.500 – 3.150
95
Reco-reco
1.250 – 5.000
80
Castanhola
1.600 – 6.300
85
Ganzá
1.600 – 6.300
90
Agogô (campânula pequena)
2.000 – 3.150
90
Agogô (campânula grande)
4.000 – 4.000
95
Pratos
600 – 800
105
Tambor
125 – 250
110
- COMO É REALIZADA ESSE TIPO DE AVALIAÇÃO; O QUE É ESPERADO COMO RESPOSTA PARA CADA IDADE
A testagem se inicia pelos instrumentos de sons mais agudos variando até os de sons mais graves. Começa-se a percutir os instrumentos na intensidade mais fraca e progressivamente vai-se aumentando a intensidade. Durante a variação de intensidade, será observado em qual intensidade a criança apresentará resposta.
É importante estar atento às respostas comportamentais da criança.
Para que a obtenção dessas respostas sejam confiáveis, é necessário que haja sistematicidade nas mesmas. Para reduzir a possibilidade de respostas antecipadas, e identificar e controlar qualquer tendência a respostas impulsivas, deve-se realizar um intervalo entre um estimulo e outro. Também convém salientar que a repetição do estimulo pode provocar a inibição ou desinteresse da criança pelo som produzido (LOPES & RABINOVICH, 1994).
Outro fator importante para que a obtenção dos resultados sejam confiáveis é tomar cuidado com as pistas visuais (movimentos do examinador e modificações de luminosidade), táteis (deslocamento de ar produzido por alguns instrumentos) e olfativas (perfumes do examinador), usar um brinquedo pouco atrativo para distrair a criança a partir de 4 meses de idade e interferência dos pais.
As respostas obtidas são registradas na ficha de resposta, de acordo com a classificação proposta por AZEVEDO (1991b):
- Respostas reflexas e/ou automáticas inatas: Reflexo
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