CURSO DE FISIOTERAPIA AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL
Por: Kleber.Oliveira • 20/5/2018 • 8.933 Palavras (36 Páginas) • 372 Visualizações
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O presente trabalho objetiva apresentar e descrever os itens necessários para a composição de uma ficha neurofuncional geral, como as considerações gerais do paciente, anamnese, o exame físico, onde está incluso a observação dos sinais vitais, inspeção de fácies e atitudes, pele, forma de locomoção, órtese, simetria e alinhamento, avaliação músculo-esquelética.
Também, a avaliação do tônus muscular, determinando se o musculo apresenta-se em estado normal, de hipertonia ou hipotonia, avaliação da força muscular com uma escala de base, manobras deficitárias, reflexos miotáticos, equilíbrio, coordenação motora e avaliação sensorial, proporcionando o conhecimento necessário para a possível utilização no exercício da profissão fisioterapeuta.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Na avaliação neurofuncional é necessário realizar a identificação do paciente como seu nome, idade, sexo, data de nascimento, estado civil, endereço, naturalidade, seu responsável e grau de parentesco, caso necessário.
Em seguida se realiza a apresentação do paciente e sua queixa principal. O diagnóstico neurofuncional, realizado pelo fisioterapeuta, é preenchido após a realização de todos os testes e avaliações neurológicas, com base nos dados coletados durante o exame e avaliação clínica. (O´SULLIVAN, SCHMITZ, 2010)
2.2 ANAMNESE
A anamnese consiste em uma entrevista realizada por um profissional da área da saúde, nesse caso o fisioterapeuta, para recolher subsídios para o diagnóstico da doença. O objetivo é relembrar todos os fatos que se relacionam à doença e à pessoa doente, podendo ser desdobrada em duas partes, uma constituída pela anamnese espontânea, em que o paciente discorre livremente sobre seus padecimentos, e a segunda parte, o profissional deve intervir e fazer perguntas pertinentes. Pode se permitir que o paciente conte sua história mórbida com suas próprias palavras, devendo o examinador precisar quais são os principais sintomas e a cronologia de cada um deles. (SANVITO, 2010)
Na anamnese de pacientes neurológicos nem sempre é possível o interrogatório do próprio paciente, como nos casos de coma ou distúrbios psíquicos, por exemplo, nessas circunstâncias devem-se recolher os dados clínicos fornecidos por parentes e/ou acompanhantes eventuais. Também, nos epiléticos, é importante o interrogatório dos familiares, com o objetivo de caracterizar o tipo de crise. A história neurológica não deve ser obtida de modo isolado, mas valorizada no contexto de um histórico médico geral. (SANVITO, 2010)
Na anamnese deve ser apurada a queixa principal na história da doença atual, além dos antecedentes pessoais e familiares e hábitos pessoais do paciente, é importante determinar quando se iniciou a doença, bem como seu modo de instalação. (SANVITO, 2010)
É importante também a análise crítica dos sintomas, como no caso particular das cefaleias, por exemplo. É muito provável que uma cefaleia de instalação rápida num paciente jovem, acompanhada de fotofobia e náusea, seja uma crise de enxaqueca. Uma cefaleia de início súbito e grande intensidade, acompanhada de vômitos e agitação, pode traduzir uma hemorragia meníngea por rotura de aneurisma intracraniano. Uma cefaleia de instalação progressiva, acompanhada de febre e fotofobia, sugere um quadro de meningite. (SANVITO, 2010)
O sintoma dor, frequentemente, assume o primeiro plano na cena neurológica, obrigando o examinador a uma análise exaustiva de todos seus elementos: caráter, topografia, duração, irradiação, fatores que agravam e aliviam a dor. Podem-se distinguir três tipos de dor na patologia neurológica, a dor neuropática (que se localiza no território de distribuição de um ou mais nervos periféricos), A dor pode se apresentar sob a forma de queimação, descargas elétricas ou de formas semelhantes a dores fulgurantes, exemplo, Neuralgia craniana. A dor radicular é provocada pela irritação das raízes sensitivas raquianas, exemplo, Lombociatalgia. A dor do tipo central não apresenta uma topografia precisa, sendo difícil caracterizá-la. Às vezes é descrita como uma sensação de ardência, prurido ou picada, exemplo, a dor talâmica após AVC. São referidas também sensações dolorosas no chamado membro fantasma, tempo depois a amputação, estados álgicos quando do comprometimento do sistema nervoso autônomo, exemplo a distrofia reflexo-simpática, e dores psicogênicas. (SANVITO, 2010)
Os distúrbios de sensibilidade podem ser positivos, sensações anormais e dor, e negativos, diminuição e perda de sensibilidade. Na presença de queixas sensitivas, deve ser avaliado o modo de instalação, sua localização e progressão e se elas são persistentes ou episódicas. Também pode ser avaliado e há manifestações associadas. (SANVITO, 2010)
Na epilepsia e estados convulsivos, é importante precisar no interrogatório determinados dados como idade de início das crises, frequência das crises, ritmo e horário, alguns pacientes só apresentam crises noturnas ou matinais, presença de fatores precipitantes, como tensão emocional, fadiga, privação de sono, uso de bebidas alcoólicas, jejum prolongado, interrupção intempestiva de drogas antiepiléticas, relação com a menstruação e tratamentos já realizados. (SANVITO, 2010)
As vertigens geralmente traduzem fenômenos subjetivos de disfunção da esfera vestibular. Na anamnese é importante apurar a intensidade, direção do movimento ilusório, duração do sintoma, a relação da vertigem com a posição da cabeça. Deve-se tentar distinguir a vertigem central - sensação persistente, ás vezes de início abrupto, com audição preservada e não intensificada com o movimento de cabeça, da vertigem periférica – sensação vertiginosa aguda, intensa e intermitente, acompanhada de náuseas e vômitos. (SANVITO, 2010)
Nas paralisias e paresias, os déficits motores quando são completos, são paralisias e quando são parciais são paresias, podendo ser de origem central e periférica. A diferença fundamental entre as paresias e paralisias é o tônus muscular, que se apresenta aumentado nas paralisias e ausente nas paresias. (SANVITO, 2010)
Nos distúrbios visuais, os déficits do campo visual persistentes podem traduzir lesões estruturais do sistema nervoso central, como nos casos de AVC, por exemplo. A diplopia que traduz uma paresia ou paralisia oculomotora, costuma ser referida pelo paciente como visão dupla e pode apresentar ao exame, fechando voluntariamente os olhos
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