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PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES, MG.

Por:   •  8/12/2017  •  2.495 Palavras (10 Páginas)  •  316 Visualizações

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As manifestações clínicas podem ou não estar presentes, variando de ausência de sintomas a estado subagudo ou crônico. Os sintomas são muitas vezes vagos ou inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico clínico, salvo exceções de prurido anal em casos de enterobíase (oxiuríase), quando há eliminações de vermes na ascaridíase, ou quando evoluem para suas complicações, com manifestações clínicas mais específicas. Podem manifestar-se por diarreia (aquosa, mucoide, aguda, persistente, intermitente), dor abdominal (desconforto vago a cólicas), dispepsia, anorexia, astenia, emagrecimento e distenção abdominal (ROMERO-CABELLO et al., 1995; MILLER et al., 2003; YERELI et al., 2004). Alguns parasitos podem, ainda, ser extremamente letais, quando se desenvolvem em condições críticas para o indivíduo, como em imunocomprometidos, mesmo aqueles considerados de fácil tratamento (DAMAZIO et al., 2013).

A ocorrência de surtos pela ingestão de água ou de alimentos contaminados aumenta a importância das parasitoses em saúde pública, mas, até o presente, os relatos da literatura referem-se, quase sempre, a casos ocorridos em países desenvolvidos (KARANIS, KOURENTI e SMITH, 2007; BOUZID, STEVERDING e TYLER, 2008; CARVALHO, 2009).

Considerando que, as parasitoses intestinais são comuns no mundo inteiro e devido à associação desses parasitos com doenças diarreicas agudas e crônicas, principalmente em crianças e idosos, há necessidade de maiores estudos envolvendo os mesmos (KARANIS, KOURENTI e SMITH, 2007; BOUZID, STEVERDING e TYLER, 2008), além disso, os programas de controle atuais estão focados na quimioterapia preventiva, que consiste na administração regular de drogas antiparasitárias para as populações de risco, particularmente crianças em idade escolar (SCHMIDLIN et al., 2013). Entretanto, a quimioterapia preventiva não previne as reinfecções, as quais podem ocorrer rapidamente (JIA et al., 2012; SCHMIDLIN et al., 2013). Adicionalmente, existe o risco de desenvolvimento de resistência aos antiparasitários (GEERTS e GRYSEELS, 2000; SCHMIDLIN et al., 2013). Dessa maneira, o controle focado apenas na quimioterapia, não dá atenção suficiente para medidas como adoção de hábitos de higiene, tratamento da água e adoção de políticas que melhorem as condições sanitárias, sócio-econômicas e de educação da população (ZIEGELBAUER et al., 2012; SCHMIDLIN et al., 2013).

Objetivos

Realizar um levantamento das principais parasitoses intestinais detectadas em laboratórios de análises clínicas do município de Governador Valadares, Minas Gerais.

Metodologia

Foi realizado um estudo prospectivo, no período de setembro de 2014 a março de 2015, quando foram feitas visitas a sete laboratórios de análises clínicas (um público e seis privados) em Governador Valadares com o intuito de avaliar a prevalência de parasitoses intestinais no município. Cada laboratório recebeu uma planilha, a qual era preenchida diariamente, informando o quantitativo de exames realizados, quantos foram positivos e quais os parasitos encontrados, considerando o gênero e a faixa etária dos pacientes. O grupo “outros parasitoses” incluiu Entamoeba coli, Endolimax nana e Iodamoeba butschlli.

Resultados

Durante o período de estudo os sete laboratórios realizaram 27448 exames parasitológicos, sendo 4982 (18,1 %) positivos (Tabela 1 e Figura 1). Em cinco laboratórios foi possível separar os positivos por faixa etária e gênero, totalizando 3157 exames positivos, sendo que, 2526 (80,0%) eram adultos, com 1129 (44,7 %) do gênero masculino e 1397 (55,3%) do feminino, e 631 (20,0%) eram crianças, sendo 304 (48,1 %) e 327 (51,8%) dos gêneros masculino e feminino, respectivamente. Em um laboratório os resultados positivos (983), foram separados apenas por gênero, sendo 396 (40,3%) masculinos e 587 (59,7%) femininos. Em outro laboratório a separação dos positivos (842), só foi possível por faixa etária, sendo 588 (69,8%) adultos e 254 (30,2%) crianças. Figuras 2 (gênero) e 3 (faixa etária).

Entamoeba histolytica foi o parasito mais prevalente (7,5%), seguido pelos parasitos do grupo “outras parasitoses” (6,1%), Giardia spp. (2,3%), Ascaris lumbricoides (1,4%), Schistossoma mansoni (1,0%), Strongyloides stercoralis (0.3%), Hymenolepis nana (0,3%), Enterobius vermicularis (0,2%), Ancilostomídeos (0,2%), Taenia spp (0,05%), e Trichuris trichiura (0,02%) (Tabela 1). Os parasitos mais frequentes por gênero e faixa etária estão representados nas figuras 4 e 5, respectivamente. O laboratório que realizava atendimento exclusivamente público, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) apresentou a maior taxa de parasitoses intestinais (33,8%).

Tabela 1: Frequência de parasitos encontrados nos laboratórios participantes do estudo.

PARASITOS INTESTINAIS

LABORATÓRIOS PARTICIPANTES

A

B

C

D

E

F

G

TOTAL

Giardia spp

52 (11,7%)

47

(16,8%)

122

(0,24%)

71

(11 %)

80

(25.8%)

45

(4,57%)

180

(21,3%)

597

Entamoeba histolytica

76

(17,1%)

214

(76,4%)

333

(22,5% )

514

(79,7 %)

33

(10,6%)

...

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