Alergia a proteina do leite de vaca (aplv)
Por: YdecRupolo • 24/9/2018 • 2.343 Palavras (10 Páginas) • 376 Visualizações
...
o desenvolvimento de APLV, sobretudo quando há a oferta de proteína heteróloga. A APVL pode se apresentar de três formas: IgE Mediada: são reações Imediatas e aparecem de segundos até 2 horas após a ingestão do leite. São denominadas desta forma, pois o organismo produz anticorpos específicos do tipo IgE (Imunoglobulinas E) para as proteínas do leite de vaca as quais a criança é alérgica (caseína, alfa-lacto albumina e/ou beta-lacto globulina são as principais). São reações tipicamente mais persistentes com o passar dos anos e geralmente mais graves. Os principais sintomas são: Urticária (placas vermelhas disseminadas, geralmente com coceira associada), Angioedema (inchaço dos lábios e dos olhos), vômitos em jato e/ou
4
diarreia após a ingestão do leite anafilaxia, choque anafilático, chiado no peito e respiração difícil. IgE não mediada: são reações tardias, podem aparecer horas ou dias após a ingestão do leite, também denominadas mediadas por células, são as reações em que o organismo não produz anticorpos IgE específicos. Nestes casos a reação é desencadeada por outras células. O grande diferencial deste tipo de reação clínica é que os sintomas são tardios, podendo aparecer horas ou dias após a ingestão do leite. Não é possível diagnosticar esse tipo de alergia a partir dos exames de sangue para determinação de IgE sérica específica (ImmunoCap®/ RAST), nem pelo teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (TC), uma vez que estes exames identificam apenas os anticorpos IgE. Crianças com esse tipo de reação normalmente desenvolvem tolerância ao leite antes que as demais. Os principais sintomas são: vômitos tardios, diarreia com ou sem muco e sangue nas fezes, cólicas e irritabilidade, intestino preso, baixo ganho de peso e crescimento inflamação do intestino, assadura e/ou fissura. Mistas - Podem surgir reações imediatas e tardias após a ingestão do leite, algumas crianças podem apresentar os dois tipos, denominadas como manifestações mistas, nestes casos, podem surgir sintomas imediatos e tardios à ingestão do leite. Os principais sintomas são: dermatite atópica moderada a grave (descamação e ressecamento da pele, com ou sem formação de feridas), asma, refluxo, inflamação do esôfago (esofagite e eosinofilia), inflamação do estômago (gastrite e eosinofilia), diarreia, vômito e dor abdominal, baixo ganho de peso e crescimento. A APLV é difícil de ser diagnosticada e, mesmo que o paciente possua um dos sintomas citados, não necessariamente a causa será a alergia alimentar. Há outras doenças cujos sintomas são parecidos e podem confundir com APLV, como por exemplo: - Dermatite atópica (vermelhidão, ressecamento e coceira na pele) pode ser ocasionada por alergia a ácaros, por ressecamento da pele, por alergia a alimentos, etc. - Cólicas (irritabilidade e choro excessivos) podem ser normais, por alguma dor ou desconforto decorrente de refluxo, por alergia ao leite, etc. O diagnóstico da APLV deve ser feito com base em: - Investigação minuciosa da história clínica da criança; investigação minuciosa da história clínica, o médico verifica:
5
Alimento suspeito, tempo de latência, menor quantidade necessária de alimento, frequência e reprodutibilidade na reação, episódio mais recente, descrição das reações. Como são estes sintomas, por exemplo sintomas de pele, se tem coceira, descamação, em que local do corpo que aparece. Sintomas intestinais: qual a consistência das fezes, se tem sangue ou não, quantas evacuações por dia, Tempo de aleitamento materno, idade de início dos sintomas e da introdução do leite de vaca e de novos alimentos, se o bebê recebeu leite de vaca no berçário. Mediante avaliação médica, pacientes diagnosticados com alergia à proteína do leite de vaca (APLV) podem conseguir o tratamento gratuitamente. Cada cidade tem um procedimento diferente para aquisição de fórmulas infantis especiais. Para obter as fórmulas infantis especiais, a criança deve passar por uma avaliação médica. Após a confirmação do diagnóstico, o especialista deve preencher a ficha de avaliação para o fornecimento de fórmulas infantis especiais.
CONCLUSÃO Conclui-se a importância do aleitamento materno uma vez que o leite materno contém inúmeras substâncias essenciais para o sistema imune do bebê, vale ressaltar que a APLV é comum nos primeiros anos de vida, onde a criança não tem ainda defesas no organismo. A APLV é de difícil diagnóstico, por isso é preciso da ajuda dos pais em participar da rotina da criança e se atentar a quaisquer sinais e sintomas apresentados após a ingestão do leite de vaca, eles são fundamentais para o sucesso na conclusão do diagnóstico. É preciso ter cautela quando se diz respeito à APLV pois seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças apresentadas na infância.
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. Host A. Frequency of cow’s milk allergy in childhood. Ann Allergy Immunol. 2002;89:33-7. 2. Sicherer SH, Sampson HA. Food allergy: recent advances in pathophysiology and treatment. Annu Rev Med. 2009;60:261-77. 3. Rona RJ, Keil T, Summers C, Gislason D, Zuidmeer L, Sodergren E, et al. The prevalence of food allergy: a meta-analysis. J Allergy Clin Immunol. 2007;120:638-46. 4. Aardoom HA, Hirasing RA, Rona RJ, Sanavro FL, van den Heuvel EW, Leeuwenburg J. Food intolerance (food hypersensitivity) and chronic complaints in children: the parents’ perception. Eur J Pediatr. 1997;156:110-2. 5. Zuberbier T, Edenharter G, Worm M, Ehlers I, Reimann S, Hantke T, et al. Prevalence of adverse reactions to food in Germany - a population study. Allergy. 2004;59:338-45 6. Boyce JA, Arshad SH, Assa’ad A, Bahna SL, Beck LA, Burks AW, et al. Guidelines for the diagnosis and management of food allergy. 2009. p. 119. 7. Goldman AS. Modulation of the gastrointestinal tract of infants by human milk. Interfaces and interactions. An evolutionary perspective. J Nutr. 2000;130:S426-31. 8. Udall JN, Colony P, Fritze L, Pang K, Trier JS, Walker WA. Development of gastrointestinal mucosal barrier. II. The effect of natural versus artificial feeding on intestinal permeability to macromolecules. Pediatr Res. 1981;15:245-9. 9. Gupta RS, Kim JS, Barnathan JA, Amsden LB, Tummala LS, Holl JL. Food allergy knowledge, attitudes and beliefs: focus groups of parents, physicians and the general public. BMC Pediatr. 2008;8:36. 10. Gibson RS. Evauation of anthropometric indices. In: Gibson RS. Principles of nutritional assessment. New York: Oxford University; 1990. p. 248-61. 12. Isolauri E, Hill DJ. Guide for paediatricians on the diagnosis and treatment
...