Sindrome de Burnout

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As principais características da síndrome de burnout, segundo Benevides-Pereira (2002) são:

a) Exaustão Emocional: Ocorre quando o indivíduo percebe não ter mais força e energia que o seu trabalho requer.

b) Despersonalização: Apresenta-se como uma maneira do profissional se defender da carga emocional derivada do contato direto com o outro. O profissional age com cinismo, rigidez ou até mesmo ignora outra pessoa.

c) Reduzida Realização Profissional: Ocorre na sensação de insatisfação que a pessoa passa a ter com ela própria e com a execução de seus trabalhos, derivando daí, sentimentos de incompetência e baixa autoestima.

Os sintomas dessa síndrome podem ser divididos em quatro categorias:

a) Físicos: Sensação de fadiga constante e progressiva; distúrbios do sono; dores musculares; no pescoço; ombro e dorso; perturbações gastrointestinais; baixa resistência imunológica; astenia; cansaço intenso; cefaléias; transtornos cardiovasculares.

b) Psíquicos: diminuição da memória; falta de atenção e concentração; diminuição da capacidade de tomar decisões; fixações de idéias e obsessão por determinados problemas; idéias fantasiosas ou delírios de perseguição; sentimento de alienação e impotência; labilidade emocional; impaciência.

c) Emocionais: desânimo; perda de entusiasmo e alegria; ansiedade; depressão; irritação; pessimismo; baixa alta estima.

d) Comportamentais: isolamento; perda de interesse pelo trabalho ou lazer; comportamento menos flexível; perda de iniciativa; lentidão no desempenho das funções; absenteísmo; aumento do consumo de bebidas alcoólicas; fumo e até mesmo drogas; incremento da agressividade (MASLACH & LEITER,1999).

É possível prevenir o Burnout, mas apenas o conhecimento não é suficiente para resolver o problema. Segundo Maslach e Leiter (1999), o Burnout precisa de programas de ações preventivas, de preferência pensados de forma individual, uma vez que cada profissional que apresenta a síndrome possui características diferentes. Ainda, os programas apresentam três níveis diferentes podendo ser:

a) Programas centrados na resposta do indivíduo: cria-se condições do indivíduo ter respostas para as situações negativas ou estressantes, sem focar nos elementos inerentes a sua ocupação.

b) Programas centrados no contexto ocupacional: são totalmente voltados aos aspectos organizacionais, buscando a melhoria das condições no ambiente de trabalho.

c) Programas centrados na interação do contexto ocupacional e o indivíduo: é a junção dos níveis anteriores, tentando modificar as condições do trabalhador.

Além disso, atualmente existe uma variedade de drogas antidepressivas no mercado farmacêutico, o uso de antidepressivos ou ansiolíticos são indicados de acordo com a gravidade da síndrome. A prescrição e o tratamento deverão ser realizados por um especialista e complementadas com indicações de intervenções psicossociais.

2. METODOLOGIA

Optamos pela realização de um estudo retrospectivo baseado na pesquisa de artigos científicos publicados em bases de dados eletrônicos (SCIELO, LILACS e BIREME). Os artigos científicos foram acessados nas bases de dados citadas, sendo utilizados artigos nacionais e internacionais, disponíveis online, em textos completos, que abordassem a temática proposta e publicada nos últimos 5 anos; conduzido a partir de palavras-chave “Síndrome de Burnout; estresse; esgotamento profissional, a fim de implementarem dados que possam satisfazer os objetivos propostos neste estudo. Esta revisão literária possibilitou a análise qualitativa das informações encontradas, ampliando nossa compreensão acerca do tema proposto.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria das discussões sobre burnout assinala que a síndrome é resultante de fatores ambientais e sociais. De modo que está além das predisposições pessoais, embora possa se manifestar de forma única em cada indivíduo.

A síndrome de Burnout pode ser considerada, hoje em dia, uma problemática presente na vida dos profissionais da área da saúde, principalmente dos enfermeiros.

Diante desses fatos é de extrema importância criar procedimentos de orientação para que esses profissionais possam perceber a importância da realização de atividades de lazer ou ainda estabelecer mecanismos que possam ser incorporados na rotina dos profissionais de enfermagem, como períodos que proporcionem relaxamento e prazer em seu dia-a-dia.

É fundamental salientar que para profissionais diagnosticados com a Síndrome de Burnout procurar tratamento adequado é o mais indicado, para que possam recuperar-se e novamente estarem aptos a realização de suas funções ocupacionais, sem que seu estado emocional possa ocasionar prejuízos aos seus afazeres, colegas ou pacientes.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria Teresa. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

BORGES LO, ARGOLO JCT, BAKER MCS. Os Valores Organizacionais e a Síndrome de Burnout: Dois Momentos em uma Maternidade Pública. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.19, n.1, p.34-43, 2006.

CURIEL-GARCÍA JA, RODRÍGUEZ-MORÁN M, GUERRERO-ROMERO F. Síndrome de agotamiento profesional en personal