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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Por:   •  11/4/2018  •  2.778 Palavras (12 Páginas)  •  350 Visualizações

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seja uma decisão própria e não consequência da falta de políticas públicas direcionadas ao adolescente (FEBRASGO, 2010).

2.1 DIAGNÓSTICO, FATORES DE RISCO E CONSEQUÊNCIAS

Entendendo que a gravidez na adolescência reúne dois transformadores momentos da vida da mulher, vale a necessidade de conhecimento e cuidados específicos desde o período diagnóstico da gravidez, até o parto, analisando principalmente os fatores de risco envolvidos.

A descoberta da gravidez neste período é um momento muito importante e é na maioria das vezes, marcado por conflitos. Embora possa ser desejada de forma consciente ou inconsciente, geralmente não é planejada, estando relacionada a fatores como faixa etária, socioculturais e econômicos. Alterações psicológicas e emocionais dos pais adolescentes e seus familiares são muito comuns e a compreensão dos fatores que levaram à gravidez e a desmistificação da idéia de que toda gestação é indesejada e com conseqüências desastrosas para o futuro dos adolescentes, assim como a participação dos adolescentes do sexo masculino na prevenção e na assistência, são fundamentais (SILVA et al, 2013).

No diagnóstico, que deve ser precoce, é vital que a adolescente esteja amparada por familiares e se não estiver é importante que haja assistência emocional por parte dos profissionais de saúde e sociais. Somente desta forma, a adolescente compreenderá a importância dos cuidados e do pré-natal reduzindo assim complicações futuras (FEBRASGO, 2010).

Entende-se que na descoberta da gravidez a adolescente é tomada por um misto de sentimentos e ela depara-se com o grande dilema de ter ou não ter o bebê. Além do impacto emocional, o aborto praticado nessa fase aumenta o risco de morte materna, principalmente quando realizado em condições precárias. A esse fato aliam-se condições econômicas da gestante e da família ou o medo da descoberta da gravidez, fazendo com que a mesma procure alternativas não qualificadas para realizar o procedimento, sem condições mínimas de higiene e assepsia, podendo levar a quadros intensos de hemorragia e infecção.

Para o Ministério da Saúde (2000), além do fator de risco psicológico de aceitação familiar e social, a adolescente está sujeita a fatores de risco físico. Existem referências a maior incidência de anemia, doença hipertensiva específica da gravidez, desproporção céfalo-pélvica, infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, baixo peso do bebê, sofrimento fetal agudo intra-parto, complicações no parto (lesões no canal de parto e hemorragias) e puerpério (endometrite, infecções, deiscência de incisões, dificuldade para amamentar, entre outros).

Vale ressaltar, porém, que nem toda gravidez na adolescência é considerada como sendo de risco, ressaltando neste caso a importância do diagnóstico precoce para a avaliação e o controle permanente do risco desde o início da gestação. Nesses casos, as gestantes podem chegar aos centros de saúde com diversas queixas generalizadas, como náuseas, vômitos, sonolência, atraso menstrual, bem como sintomas mais específicos como dor abdominal, irregularidade menstrual, distúrbios urinários, alterações do humor, leucorréias, pruridos, dispareunia ou cefaléia. A ocorrência da menstruação e negação da atividade sexual também é comum, cabendo a equipe médica, investigações complementares para um correto diagnóstico.

Silva et al (2013) apontam outros efeitos negativos diretamente relacionados a qualidade de vida das adolescentes, com prejuízos ao seu crescimento pessoal e profissional. Associados a eles está a evasão escolar, onde pesquisas apontam que 53% das adolescentes que engravidam completam o segundo grau, enquanto entre as adolescentes que não engravidam, esse percentual representa 95%.

A dificuldade do retorno aos estudos também é tido como um fator negativo, embora seja em menores proporções, influenciando também a profissionalização e melhoria das condições socioeconômicas, quando for o caso (ROCHA, SIMÕES, GUEDES, 1999).

Há convicções de que o aumento nos casos de adolescentes grávidas está diretamente relacionado às condições sociais e econômicas em que a mesma vive, bem como em qual região ela reside, analisando se há ou não condições estruturais de acompanhamento e informação. Para elucidar a relação entre fatores socioeconômicos e a ocorrência de gravidez na adolescência, dados de uma pesquisa publicada no banco de informações do Sistema Único de Saúde (DATASUS) analisou a prevalência da gravidez nesta faixa etária entre 2005 e 2010, nas diferentes regiões brasileiras. Os resultados apontaram para um declínio no caso de gestação na maior parte das regiões do país, exceto para o Nordeste brasileiro, onde houve aumento de 9% desta taxa. Segundo o Ministério da Saúde (2012), esse aumento está relacionado às condições precárias em que vivem os habitantes da região Nordeste brasileira, havendo maior despreparo por parte das famílias e estruturas de saúde.

Para Hercowits (2002), desinformação, uso incorreto de anticoncepcionais, sensação de invulnerabilidade e onipotência, dificuldades de relacionamento familiar, baixa auto-estima, falta de perspectivas, meios de comprovar heterossexualidade e dúvidas quanto a fertilidades, também são apontados como fatores de risco no aumento e ocorrência de casos de gravidez na adolescência.

Diante o exposto torna-se ainda mais importante a prevenção para que os casos de gravidez não se tornem crescentes nem tão pouco comuns no cenário brasileiro.

2.2 PREVENÇÃO

A prevenção é considerada pela maioria dos profissionais como o melhor meio de garantir a redução nos casos de gravidez precoce. A informação é a principal forma de orientação quanto aos riscos e problemas envolvidos nesses casos, já que quem deseja ter uma vida sexualmente ativa deve saber tudo sobre o tema, bem como conhecer os cuidados a serem tomados para evitar não só a gravidez, mas também doenças e demais complicações.

Aliado a informação está o uso dos métodos contraceptivos sendo os mais comuns, a camisinha (feminina e masculina), espermicida (pulverizado na vagina antes do contato íntimo e deve ser sempre utilizado em conjunto com a camisinha), pílula anticoncepcional (usada somente sob orientação do ginecologista), diafragma (mecanismo intra-uterino que deve ser colocado somente por um profissional), pílula do dia seguinte (só deve ser utilizada em situações de emergência, como, por exemplo, se o preservativo romper ou em caso de abuso sexual) (HERCOWITS, 2012).

Dentre os métodos

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