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Adolescência e Gravidez

Por:   •  29/12/2017  •  1.659 Palavras (7 Páginas)  •  458 Visualizações

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Com a gravidez, a adolescente irá terminar ou interromper sua adolescência, ela não está preparada fisiologicamente e psicologicamente para essa etapa da vida, já não será mais a mesma quando seu bebê nascer. Sua forma de vestir e se comportar irão mudar repentinamente.

Atualmente vivemos tempos de preocupação com os jovens, são mais de 36.000 adolescentes entre 12 e 16 anos grávidas no Brasil. A educação sexual surge como proposta para diminuir ou até mesmo evitar a gravidez precoce. A criação de programas de educação sexual desenvolvidos nas escolas é uma forma de conscientizar e resolver algumas das dúvidas comuns sobre sexo entre os adolescentes, além é claro de uma relação aberta sobre o assunto com os pais e familiares.

A família da adolescente que engravida, geralmente não mantém um diálogo sobre orientação sexual, pelo fato de ser um tabu, algo proibido no meio familiar. Mesmo possuindo conhecimentos suficientes para orientar, ainda hoje, existem mães sob influência da cultura, veem a sexualidade apenas como algo pra reproduzir e perpetuar a raça humana. Nesses casos, a adolescente se depara com a situação de ter que buscar o conhecimento sobre a sexualidade por meio da mídia, revistas e livros, quando não, elas se relacionam precocemente para desvendar suas dúvidas.

Na adolescência a gravidez é sempre considerada de alto risco, porque pode propiciar o aparecimento de uma série de complicações para mãe e para o feto, pelas alterações biológicas, psicológicas, sociais e culturais que podem advir. Com relação às repercussões para a saúde da adolescente, a gravidez representa uma das principais causas de morte de mulheres entre 15 e os 19 anos seja por complicação na própria gravidez, no parto ou pela pratica clandestina do aborto.

Para muitas adolescentes a gravidez pode significar realização e felicidade, fruto de um momento de prazer, sendo esta desejada. Porém, para maioria delas o resultado positivo de gravidez significa momento de tristeza, medo, insegurança e até mesmo desespero, pois a gravidez não estava nos seus planos e a responsabilidade pela maternidade recai totalmente sobre elas. A decisão de ser ou não ser mãe não é uma decisão fácil e o que, aparentemente, parece ser uma decisão individual, envolve uma série de fatores.

O aborto torna-se, então, a única saída para estas adolescentes e, neste desafio, elas arriscam suas próprias vidas, quando decidem interromper a gravidez utilizando-se de quaisquer recursos que tenham à mão.

O artigo “ Fatores de Risco de Gravidez na Adolescência” da Zenilda Vieira Bruno, realiza um estudo apontando que a maioria das adolescentes que realizam o aborto foi por influencia de alguém. As amigas, mães, outros parentes e parceiros são as pessoas que fazem esta recomendação às adolescentes quando engravidam.

Os tipos de abortos praticados, utilizam processos químicos e físicos: Drogas e Plantas, Citotec, Micricesária ou Histerotomia, Dilatação e Corte, Sucção, Curetagem, Miniaborto, Aborto na Zona Cinzenta e Amniocentese (envenenamento por sal).

O aborto trás muitas consequências na vida da adolescente, e quanto menor o poder aquisitivo, maior a dificuldade para conseguir abortar e mais graves as consequências. Em geral, ela só procura o hospital quando já fez o aborto e não é raro estar há dias com hemorragia ou uma infecção que pode levar à esterilidade e até à morte. Cerca de 30% das mortes por complicações de aborto na cidade de São Paulo são de garotas entre 15 e 19 anos, além disso, descrevem-se: perfurações do útero com cureta, sondas, velas, anemia aguda, decorrente de hemorragias provocadas por estas últimas, por abortamento incompleto (restos ovulares) e demais traumatismos da vagina, do útero e das trompas; infecções, inclusive tétano, abcessos, septicemias, gangrenas gasosas; esterilidade secundária; lesões intestinais, complicações hepáticas e renais pelo uso de substâncias tóxicas. Assim, o aborto, quando não determina a morte, pode imprimir marcas indeléveis no corpo físico. O número de curetagens decorrentes de abortos mal feitos em adolescentes aumentam na mesma proporção em que aumentam os casos de gravidez na adolescência. O número de adolescentes que passa pelo serviço do SUS para corrigir as sequelas do aborto mal feito está crescendo a cada ano.

Além das consequências físicas, há também as consequências psicológicas, por ser proibido, o aborto leva a pressões psicológicas e sociais muito grandes, sendo carregado de medo, culpa, censura, vergonha, e estas adolescentes ainda enfrentam o desprezo, a humilhação e o julgamento dos profissionais de saúde quando se pratica o aborto, desperta-se o sentimento de arrependimento e às vezes o remorso, que pode perseguir por toda vida física e extra física. Nos países onde o aborto é permitido mesmo as jovens absolutamente convictas de que esse é o único caminho, entram em estado de depressão depois que o fizeram. Ficam ressentidas de ter perdido o bebê , se sentem culpadas ou fantasiam sobre como teria sido se não interrompessem a gravidez. Se, depois do aborto, os pais cobram, vigiam e punem, a adolescente pode se sentir ainda mais desvalorizada, perdida e vulnerável, voltando a engravidar.

O jovem deve saber sobre os riscos da gravidez precoce em todos os aspectos, desde o moral ao social, assim como também devem saber da grande responsabilidade que é trazer um filho ao mundo.

REFERÊNCIAS

PAPALIA, D.; OLDS, S.W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013

FREITAS, M.T.A. Vygotsky e Bakthtin – Psicologia e Educação: Um intertexto.

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