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Alterações Farmacocinéticas associadas ao idoso

Por:   •  26/11/2018  •  3.031 Palavras (13 Páginas)  •  326 Visualizações

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O metabolismo hepático de fármacos utilizando o sistema CYP tem sido amplamente estudado em diversas faixas etárias, tendo-se verificado, que a partir dos 40 anos ocorre um declínio neste metabolismo, embora sem diferenças significativas na taxa de metabolização dos fármacos. No entanto, dos 50 aos 60 anos os níveis de CYP baixam significativamente, estabilizando logo depois desta queda. Resumindo, as reações de fase I (oxidação/redução/hidrólise) são as que mais mudanças sofrem, enquanto que as reações de fase II (conjugacão), são muitas vezes apenas retardadas. Fármacos que utilizem estes processos podem ver os seus efeitos alterados no paciente geriátrico, sendo recomendada precaução aquando da prescrição.

1.4 Excreção

A eliminação de fármacos é o processo, ou processos, necessários à sua saída para o exterior, sendo a excreção renal a forma mais importante de excreção da maioria dos fármacos.

A eliminação de fármacos pelo rim é afetada de diferentes formas como conseqüência do envelhecimento, e sabe-se que por volta dos 75 anos a função renal (filtração glomerular, secreção tubular) tenha sofrido um decréscimo na ordem dos 50%.

Se a secreção tubular e filtração glomerular estão comprometidas, os metabolitos que o rim não consegue eliminar mantêm-se na circulação sanguínea, aumentando exponencialmente o risco de toxicidade e de reações de acumulação de fármacos, por Desenvolvimento 25 vezes mesmo em doses mínimas. Estes fatores devem ser tidos em consideração na altura de prescrever, tendo em atenção os fármacos de excreção exclusivamente renal, nomeadamente na dosagem em que são prescritos, por exemplo, as tetracíclicas, aminoglicosídeos e a digoxina.

2.Alterações farmacodinâmicas associadas ao idoso.

A farmacodinâmica incide no estudo dos efeitos biológicos e terapêuticos dos fármacos.

suas ações devido à interação com receptores celulares no organismo, que, quando modificados, vão determinar uma resposta bioquímica. Desta forma nenhum fármaco tem a habilidade de criar efeitos, mas sim de transformar funções já existentes.

As transformações sofridas pelos fármacos ao nível dos receptores orgânicos parece estar relacionada com o elevado risco de toxicidade adjunto ao paciente geriátrico.

Tem uma reatividade alterada a determinados fármacos, decorrente de alterações nos recetores orgânicos quer em tipo, quer em número, comprometimento dos sistemas de contra-regulação e diminuição das células alvo nos tecidos e órgãos. Estas alterações são decorrentes do envelhecimento.

A farmacodinâmica é apurada pelas concentrações de fármaco no receptor, pela relação fármaco-repcetor, pela regulação homeostática e também por fatores essenciais ao doente, como a idade, sexo e doença. As alterações farmacodinâmicas são mais reiterado, ainda mais difíceis de diagnosticar do que as alterações farmacocinéticas. O grau de sensibilidade aos fármacos ou diferenças na sua ação parecem estar relacionadas com:

(1) diminuição dos recetores adrenérgicos, que pode enfraquecer a sensibilidade aos broncodilatadores,

(2) perda de eficácia dos recetores colinérgicos que em pacientes a fazer medicação anti-colinérgica pode ter como efeitos secundários xerostomia, obstipação e confusão,

(3) receptores do Sistema Nervoso Central (SNC) com sensibilidade aumentada a fármacos como os barbitúricos, benzodiazepinas, álcool e anestésicos; o aumento das quedas, ataxia, sonolência e descoordenação motora, estão entre os efeitos secundários possíveis, receptores do sistema cardiovascular com sensibilidade alterada, tornando-se mais sensíveis a fármacos como a digoxina ou Interações Medicamentosas entre os fármacos mais utilizados pelo paciente geriátrico e a prescrição em antidepressivos tricíclicos, podendo provocar vertigens e hipotensão ortostática.

Patologia: alterações que envolvem os sistemas orgânicos e os distúrbios agudos e crônicos no individuo idoso.

A taxa de mobilidade e co-morbilidade tem vindo a aumentar nesta faixa etária. É comum descobrir idosos com multíplices doenças crônicas, sendo as mais comuns: hipertensão, hipercolesterolêmica, diabetes, osteoartrite e depressão. (Swanlund, 2010) Um passo indispensável para evitar o risco de iatrogênia é reconhecer a natureza interativa, dinâmica e, muitas vezes, a concomitância destas múltiplas patologias, que introduz um grau de complexidade no nível de risco/benefício das terapêuticas já existentes. A complexidade inerente à presença de múltiplas patologias é muitas vezes ignorada nas diretrizes terapêuticas, idealizadas tendo em consideração apenas uma doença e raramente analisando os efeitos de co-morbilidades e co-medicações. Segundo Soares (2009), “A capacidade funcional da maioria dos órgãos e sistemas diminui heterogênea e progressivamente com a idade.

O envelhecimento provoca também uma redução da elasticidade capilar e o fluxo sanguíneo capilar torna-se mais lento, levando por isso a uma alteração na perfusão de vários órgãos, sendo que o cérebro é o que sofre mais.

A albumina plasmática baixa e a manutenção da homeostasia também se tornam mais lenta. Concomitantemente com a perda progressiva da elasticidade capilar, há uma disfunção endotelial e espessamento da íntima levando por isso a um declínio da perfusão renal, hepática e cerebral.

Função renal

A partir dos 40 anos há um declínio do número de glomérulos funcionantes. A perfusão renal vai decrescendo na ordem de 1% por ano, podendo contribuir para este efeito os níveis aumentados de angiotensina-II e de endotelina, bem como um decréscimo ao nível da concentração de prostaglandinas. Estima-se que a taxa de filtração glomerular caia entre 25% e 50% entre os 20 e os 90 anos.

Uma redução relativamente pequena na taxa de filtração glomerular pode ter consequências nefastas no paciente geriátrico uma vez que pode levar a um aumento exagerado da toxicidade dos fármacos. Osswald afirma que, no idoso, a função renal está sempre diminuída no que diz respeito quer à filtração, quer à secreção tubular, que se reflete independentemente de haver ou não patologia renal e num crescendo proporcional à idade.

Função hepática

Os efeitos do envelhecimento no fígado traduzem-se

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