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ANÁLISE DE SATISFAÇÃO E PERMANÊNCIA DE MULHERES COM SOBREPESO EM ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO

Por:   •  6/4/2018  •  5.463 Palavras (22 Páginas)  •  373 Visualizações

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O exercício físico é cada vez mais relacionado a saúde e qualidade de vida, pois não somente abrange os benefícios fisiológicos como também explora demais campos do bem-estar, como as capacidades psicológicas e sociais. ANDRADE et al. (2014) verificaram melhorias nas capacidades físicas funcionais e redução do quadro depressivo em pacientes com câncer de mama, mostrando o impacto positivo da prática de exercícios físicos sobre um diagnóstico tão adverso como o do câncer. Os aspectos psicológicos e afetivos oriundos da prática de atividade física devem ser exaltados no combate ao sedentarismo, mostrando opções agradáveis ao público, removendo os estigmas que relacionam o exercício ao sofrimento em prol da adesão e permanência do público nos programas de atividades físicas. A compreensão da relação exercício/prazer deve ser trazida à luz para os profissionais da Educação Física, gestores de centros de treinamento e finalmente para o público, pois saber o programa de treinamento mais agradável às pessoas pode ser a chave para o combate ao sedentarismo, CAMACHO et al. (2014) compararam prescrições de exercícios aeróbios diferentes, concluindo que o treinamento prescrito com base no VO2máx obteve respostas afetivas consideráveis.

O exercício resistido é uma opção de treinamento onde podemos incluir o indivíduo sedentário e assim atingir progressos no decorrer do tempo, em comparação com demais exercícios, o treinamento resistido conta com a vantagem do fácil acesso: Academias de musculação estão distribuídas por diversas cidades do país, oferecendo essa opção ao público. NADIM et al. (2014) compararam a influência do treinamento resistido convencional com o treinamento resistido em circuito e observaram pouca diferença entre ambos na redução da gordura e medidas corporais, isso coloca o exercício resistido como opção para os não praticantes de atividade física como a porta de entrada para um estilo de vida mais ativo. Os métodos do treinamento resistido apresentam opções viáveis para as pessoas em sedentarismo, pois esse tipo de atividade física se adapta ao perfil do praticante e seu objetivo. Pessoas não treinadas enfrentam dificuldades com propostas mais complexas de treinamento, o treinamento com instabilidade desponta como uma escolha eficiente na modificação da composição corporal e da força (MEZZAROBA et al., 2014).

A modalidade de treinamento resistido da musculação está envolta em um estereótipo de extremos, e é muitas vezes meio para alcançar objetivos que não são focados na obtenção de bem-estar e otimização da saúde, como objetivos estéticos. Mesmo sob esse prisma, LARA et al. (2014) concluíram que a prática da musculação se associou mais à qualidade de vida em mulheres de meia idade que o método Pilates. O “sentir-se bem” mostra-se relevante quando se trata do público feminino, principalmente em não praticantes de atividades físicas e mulheres de faixa etária mais elevada. SILVA FILHO (2015) apontou os objetivos estéticos como motivador principal à aderência ao programa de exercícios físicos. Isso corrobora com o impacto poderoso da mídia de massa nas faixas etárias mais jovens, que acatam ao estabelecimento de padrões perfeccionistas de aparência, sustentados por dogmas que acabam por nublar os benefícios do exercício físico para a melhoria da saúde.

Segundo BEPPU et al. (2011) ocorre uma predominância dos objetivos estéticos sobre demais objetivos dentro de uma academia, o profissional de Educação Física toma o papel de mediador nesse interim: Propondo a importância de aspectos que são desconsiderados durante a empreitada em busca do corpo idealizado. A importância da mídia na construção desse padrão geralmente cria uma via única, onde o profissional da Educação Física se vê numa contramão. O ambiente da academia gera a imagem idealizada de estabelecimento de busca do “corpo ideal”, sendo essa ideia manifestada de forma mais intensa nos homens do que nas mulheres, conforme apontaram LESSA et al. (2011). As mulheres demonstram maior busca por objetivos saudáveis, relacionados à redução da porcentagem de gordura corporal.

A orientação por parte do profissional de Educação Física dentro do ambiente da academia promove a busca pelos benefícios além da aparência, somente, e inclusive deve nortear quanto a individualidade genética e o tempo que se leva para atingir quaisquer objetivos através da prática de exercícios físicos. O foco dos frequentadores das academias, quando voltado somente para conquistas estéticas e pobre de prevenção e conscientização profissional, faz com que se perca o senso de progressão durante o período de treinamento. CAMARGO (2013) destaca a importância da conscientização dos jovens acerca da utilização de substâncias que, segundo a cultura popular, seriam uma “ponte” para atingir mais rapidamente os tão esperados objetivos estéticos. A intensa preocupação com o físico idealizado faz com que os frequentadores das academias tomem decisões nutricionais baseadas em mitos e falácias, engajando-se em dietas e suplementações equivocadas, o que muitas vezes toma o caminho inverso ao esperado – retardando o processo. Essa postura negligente por parte dos frequentadores das academias é extremamente nociva para a permanência nos programas de exercício, justamente por promoverem um atraso nos objetivos, deve considerar-se uma melhoria na educação nutricional em busca do melhor esclarecimento, haja vista o baixo conhecimento em relação a dietas equilibradas por parte dos frequentadores das academias (BEIMS et al., 2014).

A adesão e permanência das pessoas nos programas de exercício propostos pelas academias de musculação é um tópico que lança à luz uma miríade de nuances que devem ser discutidas, tanto entre gestores quanto pelos profissionais da Educação Física. Compreender os aspectos impeditivos para a pratica regular e permanência nos programas das academias é condição sine qua non para combater o sedentarismo e o abandono nas academias. Segundo apontaram PINHEIRO et al. (2010), motivos como jornada de trabalho, família e renda despontam como agentes na desistência da prática da musculação. Se considerarmos o fato da posição atual da mulher na sociedade e economia, tais aspectos demonstram uma necessidade de um melhor posicionamento das academias quanto aos horários de funcionamento e valores. O mercado das academias viu o recente advento das academias exclusivamente femininas: Espaço reservado para atividades físicas voltadas apenas para mulheres, não permitindo a presença masculina em suas dependências. MELO e PIRES (2014) dividiram a busca por esses estabelecimentos em uma vertente fisiológica e outra social,

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