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Relatório Processos

Por:   •  28/2/2018  •  8.588 Palavras (35 Páginas)  •  331 Visualizações

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Para a posterior utilização na indústria, os microrganismos e meios de cultura devem ter algumas características desejáveis. O microrganismo deve apresentar elevada eficiência na conversão do substrato em produto, deve permitir o acúmulo do produto no meio, não produzir substâncias incompatíveis com o produto, apresentar constância quanto ao comportamento fisiológico, não ser patogênico, não exigir condições de processo muito complexas, não exigir meios de cultura dispendiosos e permitir rápida liberação do produto para o meio. O meio de cultura deve ser economicamente viável, sendo o mais barato possível, atender às necessidades nutricionais do microrganismo, auxiliar no controle do processo, não provocar problemas na recuperação do produto, ter composição razoavelmente fixa e não causar dificuldades no tratamento final do efluente (SCHMIDDEL et al., 2001; TORTORA et al., 2012; PRESCOTT et al., 2002).

A técnica de isolamento é de grande importância, já que menos de 5% dos microrganismos existentes no planeta foram caracterizados e descritos, portanto ainda há muito para se descobrir o que leva à procura de novas técnicas de isolamento, diferente das usuais, para a obtenção de novos microrganismos que ainda não foram cultivados.

2 MICRORGANISMOS

2.1 Actinomicetos

Os actinomicetos são também conhecidos como actinobactérias. São bactérias gram-positivas com alto índice de G + C, pouco exploradas no Brasil, que se propagam por esporos e crescem no solo em forma de hifas. Em superfície, se assemelham morfologicamente com os fungos filamentosos, por possuírem micélios, porém, eles são procariotos, e seus filamentos são menores que dos fungos eucarióticos. São amplamente distribuídos pela natureza, sendo encontrados normalmente no solo, especialmente em rizosferas (VASCONCELLOS et al., 2010). Por possuírem filamentos, são muito comuns de serem encontrados no solo, onde o crescimento filamentoso tem vantagens. Essa característica também é benéfica pois aumenta a capacidade de absorção de nutrientes, já que a relação superfície/volume é maior (TORTORA et al., 2012).

Esse grupo de microrganismos é muito importante biotecnologicamente, pois eles são responsáveis pela produção de importantes antibióticos e antiparasitários, além de serem importantes quando associados com plantas, diminuindo a taxa de certas doenças e influenciando no desenvolvimento das plantas produzindo hormônios (VASCONCELLOS et al.,2010).

2.2 Bactérias

As bactérias são organismos unicelulares, com estrutura simples. Seu material genético não está envolto por uma membrana, portanto são classificadas como procariotos. Apesar de algumas serem patógenas, são indispensáveis para a vida na Terra. As células bacterianas apresentam várias formas, como os espirilos, que são em forma de saca-rolha, os bacilos, em formato de bastão, e os cocos, que são redondos ou ovais. Elas podem ser autotróficas, que utilizam o dióxido de carbono como fonte de carbono, ou na sua maioria, heterotróficas, que utilizam compostos orgânicos como fonte de carbono. Podem ser ainda fototróficas, que utilizam luz como fonte de energia, e quimiotróficas, que usam compostos químicos. As bactérias são encontradas nos mais diversos ecossistemas, e tem muita importância biotecnológica. Possuem aplicação na produção de vitaminas, aminoácidos, biogás, vacinas, polissacarídeos, hormônios, são utilizadas ainda na fixação de nitrogênio, tratamento de resíduos, e outros (TORTORA et al., 2012).

2.3 Fungos

Os fungos são organismos eucarióticos e quimio-heterotróficos, ou seja, necessitam de componentes orgânicos como fonte de energia e carbono. São classificados em fungos filamentosos, que são multinucleados e são constituídos do talo, que é composto por filamentos denominados hifas, e as leveduras, que são unicelulares, não-filamentosos, esféricas ou ovais. São em sua maioria aeróbicos, com exceção das leveduras, que são anaeróbicas facultativas na maior parte. São muito importantes na cadeia alimentar por serem decompositores, reciclando elementos vitais. Conseguem crescer em ambientes com altas concentrações de sal ou açúcar, e baixa umidade, o que impede em geral o crescimento de bactérias (TORTORA et al., 2012).

Esse grupo de microrganismos possui uma vasta aplicação biotecnológica. São utilizados como alimentos e na produção de drogas e alimentos, através da fermentação. São ainda utilizados para a produção de variadas enzimas, e são capazes de metabolizar carboidratos complexos (TORTORA et al., 2012).

2.4 Algas

As algas são organismos eucariotos fotoautotróficos, em sua maioria aquáticos. Podem ser unicelulares ou filamentosas e todas podem se reproduzir assexuadamente. São importantes pela fixação de dióxido de carbono em moléculas orgânicas, utilizando a energia produzida na fotofosforilação, participando da cadeia alimentar aquática. É estimado que 80% do oxigênio da Terra sejam produzidos pelas algas planctônicas (TORTORA et al., 2012).

Na biotecnologia, são utilizadas no tratamento de efluentes, na produção de emulsificantes, biodiesel, adubo, polissacarídeos e outros.

3 MEIO DE CULTURA

Muitos dos estudos de microbiologia dependem da habilidade de crescer e manter microrganismos no laboratório, e isso só é possível se meios de cultura adequados são disponíveis. O meio de cultura é um líquido ou sólido preparado para o crescimento, transporte e armazenagem de microrganismos. Ele deve conter todos os nutrientes necessários para o crescimento do microrganismo (PRESCOTT et al., 2002). Alguns microrganismos conseguem crescer bem em qualquer meio de cultura, já outros necessitam de meios especiais. A denominação de inóculo é utilizada para os microrganismos que são introduzidos no meio de cultura para seu crescimento.

Podem ser classificados em meios seletivos, diferenciais e de enriquecimento. Os meios seletivos são usados para o favorecimento do crescimento dos microrganismos de interesse impedindo o crescimento de outros indesejados, por exemplo, sais biliares ou corantes como fucsina e cristal violeta favorecem o crescimento de bactérias gram-negativas inibindo as bactérias gram-positivas. Os meios diferenciais são utilizados para a diferenciação de colônias de um microrganismo desejado quando estão presentes outras colônias na mesma placa, e até permite a identificação preliminar

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