O USO DE BRENTUXIMABE VEDOTINA NA TERAPIA DO LINFOMA DE HODGKIN
Por: Lidieisa • 21/2/2018 • 3.119 Palavras (13 Páginas) • 370 Visualizações
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O Linfoma de Hodgkin tem taxa de incidência entre 1 a 4/100.000, tendo uma distribuição bimodal, ocorrendo em adultos jovens (15 e 34 anos) e o segundo pico em pacientes idosos, sendo um distúrbio hematológico com predomínio de casos no sexo masculino (SPENCE, JOHNSTON; 2003).
O fator etiológico do linfoma de Hodgkin é o vírus Espstein-Barr (EBV), e que de acordo com estudos realizados no Brasil, a prevalência da presença do vírus no interior das células é de 50% nos adultos e 80% em células de crianças, no qual expressa proteínas que exercem uma atividade transformadora sobre as células B. Há dados epidemiológicos de que antecedentes pessoais de mononucleose infecciosa proporciona um risco de três vezes maior para desenvolver doença de Hodgkin (GUIMARÃES; 2006).
A doença se apresenta através de tumefações dos linfonodos que devido ao aumento destes, ocorre o aparecimento de outros sintomas como a síndrome da veia cava, decorrente da compressão exercida pelo linfonodo na região de mediastino, prejudicando o retorno venoso dos membros superiores e da cabeça. Além disso, o paciente apresenta sintomas como fraqueza, letargia, perda do apetite, emagrecimento, sudorese anormal e prurido (SPENCE, JOHNSTON; 2003).
O estadiamento da doença é realizado através de anamnese detalhada, exame físico detalhado, exames laboratoriais, exames radiológicos e biópsias, com estádio I, II, III, IV (relacionadas a regiões acometidas) e A, B, E (relacionadas aos sintomas) classificando a doença (SPECTOR; 2004).
O linfoma de Hodgkin é relativamente raro, porém é uma das seis neoplasias mais comuns em adultos jovens. Por acometer os pacientes precocemente, a toxicidade do tratamento a longo prazo adquire uma particular importância nas decisões terapêuticas, já que os pacientes curados sobrevivem por muitas décadas. A sobrevida destes pacientes perduram por mais de 15 anos de tratamento, porém neste período são acometidos por outras neoplasias (tumores sólidos em vários órgãos) aumentando ainda mais a mortalidade destes indivíduos (SPECTOR; 2004).
Embora mais de 80% dos pacientes com linfoma de Hodgkin possam ser curados, existe uma população de pacientes que apresenta doença recidivada ou refratária para os quais as opções terapêuticas são limitadas. Os pacientes que apresentam recidiva do tumor após a terapia de segunda linha, independentemente da elegibilidade para o transplante, apresentam resultados pobres de tratamento. Portanto, novas terapias são necessárias para propiciar melhores resultados. (MONOGRAFIA DO PRODUTO)
- METODOLOGIA
Este trabalho consistiu em uma revisão bibliográfica de livros e artigos científicos relacionados ao tema. Uma pesquisa bibliográfica pode visar um levantamento dos trabalhos realizados anteriormente sobre o mesmo tema estudado no momento, pode identificar e selecionar os métodos e técnicas a serem utilizados, além de fornecer subsídios para a redação da introdução e revisão da literatura do projeto ou trabalho. Em suma, uma pesquisa bibliográfica leva ao aprendizado sobre uma determinada área (CRUZ; RIBEIRO, 2003).
- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em 1832, Thomas Hodgkin relatou sete casos de pacientes com aumento maciço dos linfonodos e baço, considerando que se tratava de uma doença primária do tecido linfático e não uma resposta secundária a um processo inflamatório, sendo a primeira doença maligna do sistema linfático citado na literatura (LOPES et. al; 2005).
A etiologia não é bem esclarecida, acreditava-se que o mycobacterium tuberculosis era o organismo causador da doença, pois pacientes que apresentavam doença de Hodgkin também possuíam tuberculose, mas essa teoria foi abandonada, por se tratar de uma doença relacionada a deficiências no sistema imunológico. Fatores genéticos parecem afetar a expressão da doença, existe uma associação do linfoma com portadores de HIV em estágios avançados e atualmente o Epstein-Barr vírus está intimamente relacionado à doença, sendo este um marcador de alteração mais significativo do sistema imune do hospedeiro (LOPES et al; 2005).
Segundo LOPES et al; (2005), a organização mundial de saúde e REAL (Resived European-American Lymphoma), classifica o linfoma de hodgkin em:
- Linfoma de Hogkin de predominância linfocítica nodular
- Linfoma de Hodgkin clássico
- LH esclerose nodular
- LH celularidade mista
- LH depleção linfocítica
- LH predomínio linfocítica
Os subtipos de esclerose nodular e celularidade mista são responsáveis por 90% de todos os casos. A esclerose nodular, que representa o subtipo mais comum, é geralmente observada em pacientes mais jovens e os de celularidade mista tendem a ser de idade mais avançada, acredita-se que o subtipo de predomínio linfocítico possua biologia e prognóstico distinto, apresentando doença localizada respondendo bem ao tratamento de radioterapia e o subtipo de depleção linfocítica é o mais incomum (BOYER et al; 2000).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a maneira mais precisa para o diagnóstico a biópsia de tecido, com avaliação anatomopatológica associada à imuno-histoquímica (BITTENCOURT et al; 2010). A anamnese deve ser realizada buscando os antecedentes pessoais do paciente, juntamente com o exame físico detalhado, realizado através da palpação das cadeias de linfonodos avaliando as características dos mesmos (tamanho, sinais flogísticos, sensibilidade e aderência a planos profundos) diferenciando um linfonodo inflamatório de um cancerígeno.
No exame físico do tórax pode haver suspeita de alargamento de mediastino e na palpação abdominal a presença de massas abdominais centrais ou hepatoesplenomegalia. É raro haver envolvimento de outros órgãos no momento do diagnóstico, mas isso pode ocorrer com a progressão da doença (SPENCE, JOHNSTON; 2003).
Em mais de 90% dos casos, o diagnóstico da doença é feito depois da biópsia de linfonodo periférico. Os sintomas consistem de perda de apetite, febre, sudorese e prurido, mas esses sinais são menos comuns em pacientes com doença localizada (8% em estádio I, 29% em estádio II) que em pacientes com doença extensiva (41% em estádio III, 71% em estádio IV) (POLLOCK; 2008).
O estadiamento clínico é importante tanto em relação ao prognóstico quanto
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