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Microbiologia Fatores de Virulência

Por:   •  6/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.256 Palavras (10 Páginas)  •  292 Visualizações

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Fatores de virulência

Os fatores de virulência diferenciam bactérias e outros microrganismos de serem ou não patogênicos.

As bactérias patogênicas podem ser intracelulares ou extracelulares e, portanto, crescem e se multiplicam fora ou dentro das células alvos. Algumas bactérias patogênicas são intracelulares obrigatórias  por necessitarem de nutrientes que elas não podem sintetizar.

Exemplos de bactérias extracelulares: Staphylococcus, Streptococcus, Escherichia coli, Vibrio cholerae e outros vibriões.

Exemplos de bactérias intracelulares: Chlamydia (C. tracomatis), Micobacterium leprae, Coxiella e Rickettsia sp.

Exemplos de bactérias facultativas: Salmonella sp, Listeria, Legionella sp, Micobaterium tuberculosis.

FATORES DE VIRULÊNCIA 

 São estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a bactéria e microorganismos em geral poderem driblar o sistema de defesa do hospedeiro e aumentar sua capacidade em causar infecção.

Alguns fatores de virulência estão relacionados com a colonização do microrganismo e outros com lesões do organismo, como por exemplo, as toxinas.

Infecção: presença de um microrganismo patogênico no organismo humano, animal ou em um vegetal.

Doença: infecção com sintomas.

Patogenicidade e virulência: usados como sinónimos por alguns autores, outros sinalam que diferem pelas seguintes características:

Patogenicidade: capacidade da bactéria em causar infecção e produzir sintomas em maior ou menor proporção entre os hospedeiros infectados. O vírus do sarampo possui alta patogenicidade por que um número alto dos infectados manifestam sinais e sintomas específicos. Já o vírus da poliomielite apresenta baixa patogenicidade, uma vez que apenas cerca de 1% dos infetados desenvolve a paralisia.

Virulência: capacidade que um microrganismo (vírus, bactérias, protozoários, etc) tem em produzir efeitos (doenças), sejam leves, graves ou fatais. Está relacionada com a sua capacidade de multiplicação no organismo infectado, produção de toxinas, entre outros fatores.

A virulência de um determinado microrganismo patogênico pode ser determinada pelos coeficientes de letalidade e gravidade:

Coeficiente de letalidade: indica a percentagem de casos mortais da doença numa população teste

Coeficiente de gravidade: Indica a percentagem de casos considerados graves numa população teste de acordo com critérios pré estabelecidos.

Alta virulência: proporção elevada de casos graves ou fatais (vírus da raiva)

Baixa virulência, o vírus do sarampo:, alta infectividade e patogenicidade mas número baixo de óbitos.

Trabulsi e col (2008) adotam os dois términos como sinônimos e indicam os graus de patogenicidade. Essa é a abordagem do texto que segue.

Os fatores de virulência incluem: adesão (provocado por adesinas), invasão (invasinas), sideróforos e toxinas. Os três primeiros estão relacionados com a colonização do hospedeiro pelo patógeno. O iltimo com graves danos á célula.

Adesão: processo da bactéria para se aderir ou fixar nas células e nos tecidos do organismo hospedeiro. A capacidade de se aderir de maneira firme pelas bactérias esta mediada pelas adesinas. As adesinas são estruturas de superfície das bactérias e somente são efetivas quando as células hospedeiras possuem receptores específicos para elas. No geral esses receptores estão localizados na superfície da célula ou são proteínas da matriz extracelular. Existem vários tipos de adesinas, de acordo com o tipo de bactéria.

As adesinas das bactérias Gram negativas são classificadas em quatro famílias que incluem diferentes tipos fimbrias, já nas Gram positivas algumas são proteínas nas superfícies de cocos (Strepococcus, Staphylococcus e Enterococcus) que interagem com proteínas da matriz extracelular como a fibronectina. Os receptores celulares das adesinas são alguns dos carboidratos das glicoproteínas e glicolipídeos da superfície celular.

A resposta das células do hospedeiro à adesão varia de acordo com o tipo de célula e da bactéria. Por exemplo, a expressão de certas fimbrias é induzido somente após do contato da bactéria com a célula e, muito importante,  certas proteínas são secretadas somente após de ocorrer a adesão. As bactérias da microbiota normal humana e animal se aderem às células epiteliais do intestino formando uma camada protetora, havendo uma excelente resposta a essa adesão pelas citadas células (alta eficiência de adesão e invasão, produzindo citosina) e respostas semelhantes foram encontrados nas células do epitélio oral. Estudos mostraram que a adesão da microbiota normal estimula a expressão de vários genes do epitélio intestinal e que a secreção de citosina poderia ter efeito na manutenção do equilíbrio ecológico dessa biota, que hoje se sabe é essencial à fisiologia humana, mas ainda se consideramos que o corpo humano tem mais células bacterianas do que células próprias.

As bactérias têm forte tendência em interagir e de se aderir às superfícies disponíveis quando estão em seus ambientes naturais. Assim, a biota normal forma biofilmes firmemente aderidos aos epitélios onde estão presentes. Os biofilmes são comunidades ou aglomerados de colônias de bactérias envolvidos por uma camada de exopolissacarídeos produzida pelas próprias bactérias que se formam na superfície de diversas superfícies, e que conferem a comunidade microbiana proteção contra agressões (falta de nutrientes, antibiótico, etc). As superfícies onde ocorre a formação e a aderência dos biofilmes são os epitélios, dentes, mucosas e tubos de vidro ou plásticos, como cateteres e os tubos de injeção de soro sanguíneo, de transfusão de sangue, de hemodiálises entre outros elementos usados em hospitais que em contato com o paciente se tornam fonte de microrganismos patogênicos. Assim como são benéficos em relação á biota normal, os biofilmes são causa de careie dental e infeções diversas.

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