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IMPACTOS AMBIENTAIS DIRETOS CONSTATADOS NA OPERAÇÃO DE USINAS EÓLICAS

Por:   •  10/1/2018  •  5.421 Palavras (22 Páginas)  •  499 Visualizações

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O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se caracterizam por uma presença duas vezes superior à média mundial e pela volatilidade de 5% (oscilação da velocidade), o que dá maior previsibilidade ao volume a ser produzido. Além deste fato, como a velocidade costuma ser maior em períodos de estiagem, é possível operar as usinas eólicas em sistema complementar com as usinas hidrelétricas, de forma a poupar a água dos reservatórios em períodos de poucas chuvas. Sua operação permitiria, portanto, a “estocagem” da energia elétrica. Estimativas constantes do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, apontam para um potencial de geração de energia eólica de 143 GW no Brasil (AMARANTE et al., 2001). Esse volume é superior à potência instalada total no País, de 105 GW em novembro de 2008 (ANEEL, 2008).

As regiões com maior potencial são o nordeste, principalmente no litoral (75 GW); sudeste, particularmente no Vale do Jequitinhonha (29,7 GW); e sul (22,8 GW) (ANEEL, 2008). Na FIGURA 1 pode se observar um exemplo de usina eólica.

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FIGURA 1 – USINA EÓLICA DE PALMAS/PR.

FONTE: COPEL, 2007.

A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 1992, possuía gerador com potência de 75 kW, rotor de 17 metros de diâmetro e torre de 23 metros de altura (ANEEL, 2008).

De acordo com documento Renova Energia (2012), atualmente, o complexo eólico Alto Sertão I é considerado o maior empreendimento desta área no Brasil e na América Latina, está localizado no interior da Bahia, próximo a Chapada Diamantina. O complexo, inaugurado em 2012, é constituído por quatorze parques eólicos, com um total de 184 aerogeradores, que somam 294,4 MW de capacidade instalada. Suas torres possuem 80 metros de altura e rotores de 82,5 metros de diâmetro.

As turbinas eólicas vêm evoluindo rapidamente ao longo das últimas décadas, não apenas em tamanho, mas também em aerodinâmica, nos materiais utilizados em sua construção e nas técnicas de fabricação. Exemplificando este fato, comenta-se que há 30 anos, uma turbina eólica típica tinha um rotor de 10 metros (cada pá media 5 metros de comprimento) e eram capazes de gerar 30 kW. A maior turbina do mundo atualmente tem um rotor de 154 metros (cada pá com 75 metros de comprimento) e deverá produzir 6 MW, uma capacidade 200 vezes maior.

A maior usina eólica do mundo está localizada na Inglaterra, a London Array tem 175 turbinas instaladas em alto-mar, possui capacidade de geração de 630 MW e gera energia suficiente para suprir 500 mil casas britânicas (LONDON ARRAY, 2013).

- Panorama mundial atual

Atualmente a energia eólica vem tendo grande destaque no mercado mundial. Com potências cada vez maiores e novas tecnologias aplicadas no desempenho e na confiabilidade do sistema, as usinas eólicas têm conquistado importantes espaços na matriz energética mundial (DUTRA, 2004; NASCIMENTO, 2003).

A potência eólica instalada acumulada no mundo alcançou no final do ano de 2012 o total de 282,6 GW, sendo que em somente no ano de 2012 foram instalados 44,8 GW. Isto representa um crescimento de 16% em relação ao ano de 2011 (GWEC, 2013). A título de comparação, no ano de 1990, a capacidade instalada a nível mundial era inferior a 2 GW.

A expansão da capacidade de produção de energia eólica é representada no GRÁFICO 1.

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GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO MUNDO ENTRE OS ANOS DE 1996 E 2012 EM GW.

FONTE: GWEC, 2013.

Vários países da Europa, Estados Unidos, Índia e China têm investido amplamente na instalação de um número cada vez maior de parques eólicos para o fornecimento de energia elétrica.

Nos últimos 3 anos a China vem liderando o mercado mundial, ultrapassando a Alemanha e os EUA, se tornando o maior mercado de energia eólica do mundo. A China em 2012 aumentou sua capacidade instalada de energia eólica em quase 20%, saindo dos 62,3 GW no ano anterior para 75,3 GW, um aumento de 12,9 GW. A Índia, por sua vez, aumentou no mesmo período sua capacidade em 2,3 GW, finalizando o ano com 18,4 GW de capacidade instalada. Países como Japão, Coréia do Sul e Taiwan também aumentaram o número de usinas nos últimos anos. A Ásia é o segundo maior mercado eólico do mundo, uma capacidade total de 97,6 GW, no último ano foram adicionados 15,5 GW em sua matriz energética (GWEC, 2013).

O continente Europeu é responsável por mais de um terço da produção eólica mundial, com um incremento de 12,7 GW em 2012, totalizando 109,6 GW de potência instalada. A Alemanha e a Espanha são os lideres em energia eólica no continente, 31,3 GW e 22,8 GW respectivamente. Países como Reino Unido, Itália e França, vêm na sequencia com uma expressiva produção (GWEC, 2013).

Na América do Norte, o Canadá em 2012 teve aumento de 935 MW em sua capacidade instalada de energia eólica, chegando a um total de 6,2 GW. Nos EUA, uma série de incentivos econômicos garantiu a instalação de 13,1 GW, levando a um total de mais de 60 GW de capacidade instalada pelo país, mantendo assim a vice-liderança mundial do país nesse setor (GWEC, 2013).

Apesar do número de usinas eólicas na América do Sul e Caribe não ser elevado, se comparado com os países lideres no mercado eólico, esta região aumentou sua capacidade em 2012 em 1.225 MW, chegando aos 3.505 MW. O Brasil continua sendo o líder em energia eólica, com 71% de participação na região e o 15° em nível de produção mundial (GWEC, 2013; ABEEÓLICA, 2013a).

Na África e no Oriente Médio, os países que mais se destacam na produção de energia eólica são o Egito com 550 MW de capacidade instalada e o Marrocos, com 291 MW. No total nesta região instalou 102 MW no ano de 2012, totalizando 1.135 MW (GWEC, 2013). Além disso, novos mercados como África do Sul, Quênia, Namíbia e Tunísia estão em expansão com alguns grandes projetos previstos para os próximos anos (WWEA, 2011).

Na Oceania destaca-se apenas a Austrália, que teve seu mercado eólico estagnado durante alguns anos, adicionou 358 MW no ano de 2012, chegando a 2.584 MW de capacidade instalada. A Nova Zelândia possui 623 MW de potência (GWEC, 2013).

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