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ESTUDO DO TEOR 17β-ESTRADIOL NA ÁGUA POR ESPECTROFOTOMETRIA ULTRAVIOLETA - SÃO PAULO

Por:   •  22/3/2018  •  5.869 Palavras (24 Páginas)  •  418 Visualizações

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Informações específicas do estradiol ou 17β-estradiol:

1,3,5(10)-estratrien-3,17-β-diol.

Fórmula molecular = C18H24O2

Massa molecular = 272,388 g/mol

Figura 1. Fórmula estrutural do 17β-estradiol

[pic 2]

Interferências causadas no sistema endócrino

Cada hormônio produzido no organismo possui um receptor hormonal, com o qual possui afinidade e sensibilidade. Devido a essa interação, mesmo as menores concentrações de um determinado hormônio surtem efeito, produzindo uma resposta natural. Todavia, diferentes substâncias químicas podem se unir a estes receptores hormonais (efeito agônico), causando interferência no sistema endócrino. Quando ocorre essa interferência, essas substâncias mimetizam os hormônios naturais, resultando em diversas alterações (efeito antagônico), como a produção de mais receptores hormonais, o bloqueio dos sítios receptores em uma célula, a elevação da produção e secreção de hormônios naturais, a desabilitação das enzimas responsáveis pela liberação de hormônios, e/ou a inviabilização da interação dos hormônios com seus receptores celulares.4

Interferências causadas nos receptores hormonais

Essas substâncias químicas, que provocam tamanha interferência no sistema endócrino, podem ser nomeadas de disruptores, desreguladores ou perturbadores endócrinos. Neste trabalho utilizaremos a nomenclatura desregulador endócrino (DE), devido à adoção da mesma pela União Europeia.

Desreguladores endócrinos (DE)

Por volta de uns trinta anos atrás dois cientistas, Jensen e Jacobsen, descobriram que o estrogênio age através de uma proteína receptora especifica. E em 1986 essa proteína foi clonada, realizando estudos mais precisos da mesma, e foram nomeadas como receptores de estrogênio ou RE. 5

Após o aprofundamento dos estudos foi identificado outro receptor, pois até 1995 pensava-se na existência de um único RE, chamado RE alfa, e que era o único responsável por medir todos os efeitos farmacológicos e fisiológicos dos estrogênios. Entretanto em 1995 foi descoberto outro RE nos tecidos reprodutores masculino, que ficou conhecido como RE beta.

Os receptores mediam os efeitos celulares de cada hormônio, ele está localizado no núcleo da célula onde o ligante (estrogênio) funciona.

O termo desregulador endócrino é designado para denominar essa recente categoria de poluentes ambientais, que interferem diretamente no sistema endócrino. Essas substâncias químicas estão sendo localizadas no meio ambiente em concentrações da ordem de μg L -1 e ng L -1 e levantam suspeições de provocarem efeitos adversos à saúde humana e animal. 6

Entre os desreguladores endócrinos, existem os que competem com o estradiol (hormônio sexual feminino sintetizado naturalmente pelo organismo) pelos receptores de estrogênio. Consequentemente essas substâncias químicas desencadeiam efeitos de feminização sobre o sistema endócrino. Substâncias que acarretam efeitos de feminização são classificadas como estrogênicas, portanto uma substância antiestrogênica coíbe a ação dos estrogênios, devido à interação dos mesmos e, por conseguinte, inativa os receptores de estrogênio presentes nos tecidos-alvo.

Há três formas possíveis de interferência no sistema endócrino devido à desreguladores endócrinos: refletindo a função de um hormônio produzido naturalmente pelo organismo, o que gera o desencadeamento de reações químicas semelhantes no corpo; impedindo que os receptores das células recebam os hormônios; ou agindo sobre a síntese, o metabolismo, o transporte e a excreção dos hormônios, alterando as concentrações dos hormônios naturais.

Efeitos ocasionados pela exposição aos desreguladores endócrinos

Recentemente, houve inúmeros relatos de efeitos causados pelos desreguladores endócrinos. Entre os relatos podemos constar o aparecimento de anomalias no sistema reprodutivo de animais, tais como: peixes, répteis e pássaros; indução da síntese de vitelogenina (VTG) no plasma de peixes e efeitos na saúde humana, caracterizados através do decréscimo da produção de espermas e do aumento da incidência de alguns tipos de câncer. Apesar de constatado o efeito dessas substâncias nos seres vivos, o ponto principal é descobrir se há evidências significativas de que esses desreguladores ocasionam efeitos danosos em animais e em humanos e se há níveis suficientes dessas substâncias químicas no meio ambiente de modo a exercer tais efeitos.

Estudos revelam que os organismos com afinidades aquáticas respondem com indução da síntese de VTG à exposição a certas concentrações de estrogênios. “No estudo de Routledge et al, duas espécies de peixes, Oncorhynchus mykiss e Rutilus rutilus, foram expostas por 21 dias a concentrações de 17β-estradiol e estrona ambientalmente relevantes (1, 10, 100 ng L -1)”.

Estes estudos revelam que a quantidade de estrogênios identificados em efluentes domésticos, possuem níveis suficientemente plausíveis para induzir a síntese de VTG em espécies de peixes. A decorrência de VTG não se apresenta somente em peixes, mas também em outras espécies e animais, como tartarugas e mexilhões, onde concentrações ambientalmente significativas de 17β-estradiol são suficientes para a indução dessa síntese .

Tabela 1. Efeitos da interferência do 17β-estradiol nos seres vivos – 2007

Contaminante

Espécie

Efeitos

17β-estradiol

Peixes

Tartaruga

Feminização

Alteração nas gônadas

Hermafroditismo

Incidência de testículo-óvulos nas gônadas

Declínio na reprodução

Inibição do crescimento testicular

Mortalidade elevada dos descendentes

Indução

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