EFEITOS DO USO ABUSIVO DE BENZODIAZEPÍNICOS
Por: Ednelso245 • 3/12/2018 • 1.572 Palavras (7 Páginas) • 403 Visualizações
...
O uso concomitante de benzodiazepínicos com álcool pode até induzir ao estado de coma naqueles que procuram se drogar. É também relativamente comum o fato de dependentes químicos utilizarem benzodiazepínicos, para tentar controlar efeitos indesejados que aparecem com o uso de drogas potentes como cocaína, ecstasy, crack e outras metanfetaminas (NATASY et al., 2008).
Interação medicamentosa dos Benzodiazepínicos
De acordo Silva (2010), as interações medicamentosas são classificadas em:
- Maiores, sendo estas as combinações clínicas de grande significado, onde o risco da interação entre os fármacos supera o benefício, podendo oferecer perigo de morte ou requerer intervenção médica de urgência para minimizar os graves efeitos adversos que podem ser gerados;
- Moderadas, são as combinações clínicas moderadamente significativas, devendo ser usadas somente em circunstâncias especiais, pois podem resultar na intensificação das condições patológicas do paciente ou ate mesmo requerer troca de terapia;
- Leves, são as combinações clínicas de pouco significado, nas quais é necessária uma avaliação dos riscos e a consideração da possibilidade de uso de um fármaco alternativo por aumentar a frequência e severidade dos efeitos colaterais.
Dependência e síndrome de abstinência dos Benzodiazepínicos
A dependência aos benzodiazepínicos relaciona-se com a farmacocinética, a alta lipossolubilidade e capacidade de se distribuir pelo tecido cerebral, aos seus efeitos cumulativos e a sua meia-vida biológica. Quanto maior for à lipossolubilidade e menor for à meia-vida, maior será o potencial de dependência da droga (OGA, 2008).
A síndrome de abstinência também esta relacionada com as propriedades farmacocinéticas dos benzodiazepínicos. Um fármaco de ação lenta, com alta taxa ligação às proteínas plasmáticas, de distribuição lenta e de demorada biotransformação geralmente acarretam sintomas de abstinência menos intensos (OGA, 2008).
O uso prolongado destas drogas, ultrapassando períodos de seis meses, pode gerar a manifestação da síndrome de abstinência. Esta crise pode ocorrer, geralmente, entre um a dez dias após a suspensão do medicamento, tornando mais difícil para os pacientes a interrupção do tratamento (RANG e DALE, 2012).
Os sintomas mais freqüentes da síndrome de abstinência incluem tremores, sudorese, taquicardia, cefaléia, ansiedade intensa, agitação, insônia e alterações do padrão do sono, distúrbios gastrointestinais, vertigens, anorexia, etc.
Para evitar que ocorra a dependência e a síndrome de abstinência, a prescrição deve ser avaliada sistematicamente pelo médico que acompanha o paciente. (O’BRIEN, 2005).
Tolerância dos Benzodiazepínicos
A tolerância é a primeira manifestação apresentada devido ao uso crônico dos benzodiazepínicos. Este efeito ocorre devido à administração repetida de uma determinada droga, de maneira que seja necessário aumentar a dose da droga com fins de se obter o mesmo efeito desejado (DE OLIVEIRA, 2015).
Segundo Rang e Dale (2012), “a tolerância descreve a queda no efeito farmacológico na administração repetida de uma “droga” que se desenvolve ao longo do tempo e proporciona o estado de dependência.”
Devido aos efeitos ocasionados pelo uso indiscriminado dos benzodiazepínicos, o farmacêutico se torna essencial na orientação ao paciente uma vez que, quando o paciente chega para adquirir o medicamento com inúmeras dúvidas, este profissional tem a função de promover uma dispensação segura, repassando orientações indispensáveis e desta forma, evitando problemas futuros relacionados aos benzodiazepínicos, proporcionando uma melhor qualidade de vida e proporcionando melhores resultados quanto ao uso racional desta classe de medicamentos aos pacientes (DE OLIVEIRA, 2015).
REFERENCIAS
BONAFIM, G. K. A prescrição de benzodiazepínicos e o uso abusivo: traçando um perfil de médicos e usuários. Especialização em Saúde da Família - Modalidade a Distância. Resumos dos Trabalhos de Conclusão de Curso. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 2012. Disponível em:http://saudepublica.paginas.ufsc.br/files/2012/10/TCC_resumos.pdf>.
Acesso em 25 de abril de 2017.
DE OLIVEIRA, J. D. L; MOTA, L. A; CASTRO, G. F. P. Uso indiscriminado dos benzodiazepínicos: a contribuição do farmacêutico para um uso consciente. Revista Transformar, n. 7, p. 214-226, 2015.
FIRMINO, K. F; ABREU, M. H. N.G; PERINI, E. MAGALHAES, S. M. S. Fatores associados ao uso de benzodiazepínicos no serviço municipal de saúde da cidade de Coronel Fabriciano. Caderno de Saúde Pública, v. 27, n. 6, p. 1223-1232. 2011.
FOSCARINI, P. T. Benzodiazepínicos: uma revisão sobre o uso, abuso e dependência. Porto Alegre, 2010. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/26847>. Acesso em 25 de abril de 2017.
GOLAN et. al. Princípios de Farmacologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 914 p.
MENDONCA, R. T.; CARVALHO, A. C. D. O consumo de benzodiazepínicos por mulheres idosas. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas. v.1, n.2. 2005.
NASTASY, H.; RIBEIRO, M.; MARQUES, A. C. P. R. Abuso e dependência dos benzodiazepínicos. Associação Brasileira de Psiquiatria. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: . Acesso em 28 de abril de 2017.
NORDON, D.G; AKAMINE, K.; NOVO, N.F., HÜBNER, C.V.K. Características do uso de benzodiazepínicos por mulheres que buscavam tratamento na atenção primária. Revista Psiquiátrica Rio Grande do Sul, v. 31, nº 3, 2009.
O’BRIEN, C. P. Benzodiazepine use, abuse, and dependence. Journal of Clinical Psychiatry, v. 66, n. 2, p. 28-33. 2005.
OGA, S. Fundamentos de toxicologia.
...