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EFEITOS DO USO ABUSIVO DE BENZODIAZEPÍNICOS

Por:   •  3/12/2018  •  1.572 Palavras (7 Páginas)  •  415 Visualizações

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O uso concomitante de benzodiazepínicos com álcool pode até induzir ao estado de coma naqueles que procuram se drogar. É também relativamente comum o fato de dependentes químicos utilizarem benzodiazepínicos, para tentar controlar efeitos indesejados que aparecem com o uso de drogas potentes como cocaína, ecstasy, crack e outras metanfetaminas (NATASY et al., 2008).

Interação medicamentosa dos Benzodiazepínicos

De acordo Silva (2010), as interações medicamentosas são classificadas em:

- Maiores, sendo estas as combinações clínicas de grande significado, onde o risco da interação entre os fármacos supera o benefício, podendo oferecer perigo de morte ou requerer intervenção médica de urgência para minimizar os graves efeitos adversos que podem ser gerados;

- Moderadas, são as combinações clínicas moderadamente significativas, devendo ser usadas somente em circunstâncias especiais, pois podem resultar na intensificação das condições patológicas do paciente ou ate mesmo requerer troca de terapia;

- Leves, são as combinações clínicas de pouco significado, nas quais é necessária uma avaliação dos riscos e a consideração da possibilidade de uso de um fármaco alternativo por aumentar a frequência e severidade dos efeitos colaterais.

Dependência e síndrome de abstinência dos Benzodiazepínicos

A dependência aos benzodiazepínicos relaciona-se com a farmacocinética, a alta lipossolubilidade e capacidade de se distribuir pelo tecido cerebral, aos seus efeitos cumulativos e a sua meia-vida biológica. Quanto maior for à lipossolubilidade e menor for à meia-vida, maior será o potencial de dependência da droga (OGA, 2008).

A síndrome de abstinência também esta relacionada com as propriedades farmacocinéticas dos benzodiazepínicos. Um fármaco de ação lenta, com alta taxa ligação às proteínas plasmáticas, de distribuição lenta e de demorada biotransformação geralmente acarretam sintomas de abstinência menos intensos (OGA, 2008).

O uso prolongado destas drogas, ultrapassando períodos de seis meses, pode gerar a manifestação da síndrome de abstinência. Esta crise pode ocorrer, geralmente, entre um a dez dias após a suspensão do medicamento, tornando mais difícil para os pacientes a interrupção do tratamento (RANG e DALE, 2012).

Os sintomas mais freqüentes da síndrome de abstinência incluem tremores, sudorese, taquicardia, cefaléia, ansiedade intensa, agitação, insônia e alterações do padrão do sono, distúrbios gastrointestinais, vertigens, anorexia, etc.

Para evitar que ocorra a dependência e a síndrome de abstinência, a prescrição deve ser avaliada sistematicamente pelo médico que acompanha o paciente. (O’BRIEN, 2005).

Tolerância dos Benzodiazepínicos

A tolerância é a primeira manifestação apresentada devido ao uso crônico dos benzodiazepínicos. Este efeito ocorre devido à administração repetida de uma determinada droga, de maneira que seja necessário aumentar a dose da droga com fins de se obter o mesmo efeito desejado (DE OLIVEIRA, 2015).

Segundo Rang e Dale (2012), “a tolerância descreve a queda no efeito farmacológico na administração repetida de uma “droga” que se desenvolve ao longo do tempo e proporciona o estado de dependência.”

Devido aos efeitos ocasionados pelo uso indiscriminado dos benzodiazepínicos, o farmacêutico se torna essencial na orientação ao paciente uma vez que, quando o paciente chega para adquirir o medicamento com inúmeras dúvidas, este profissional tem a função de promover uma dispensação segura, repassando orientações indispensáveis e desta forma, evitando problemas futuros relacionados aos benzodiazepínicos, proporcionando uma melhor qualidade de vida e proporcionando melhores resultados quanto ao uso racional desta classe de medicamentos aos pacientes (DE OLIVEIRA, 2015).

REFERENCIAS

BONAFIM, G. K. A prescrição de benzodiazepínicos e o uso abusivo: traçando um perfil de médicos e usuários. Especialização em Saúde da Família - Modalidade a Distância. Resumos dos Trabalhos de Conclusão de Curso. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 2012. Disponível em:http://saudepublica.paginas.ufsc.br/files/2012/10/TCC_resumos.pdf>.

Acesso em 25 de abril de 2017.

DE OLIVEIRA, J. D. L; MOTA, L. A; CASTRO, G. F. P. Uso indiscriminado dos benzodiazepínicos: a contribuição do farmacêutico para um uso consciente. Revista Transformar, n. 7, p. 214-226, 2015.

FIRMINO, K. F; ABREU, M. H. N.G; PERINI, E. MAGALHAES, S. M. S. Fatores associados ao uso de benzodiazepínicos no serviço municipal de saúde da cidade de Coronel Fabriciano. Caderno de Saúde Pública, v. 27, n. 6, p. 1223-1232. 2011.

FOSCARINI, P. T. Benzodiazepínicos: uma revisão sobre o uso, abuso e dependência. Porto Alegre, 2010. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/26847>. Acesso em 25 de abril de 2017.

GOLAN et. al. Princípios de Farmacologia. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 914 p.

MENDONCA, R. T.; CARVALHO, A. C. D. O consumo de benzodiazepínicos por mulheres idosas. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drogas. v.1, n.2. 2005.

NASTASY, H.; RIBEIRO, M.; MARQUES, A. C. P. R. Abuso e dependência dos benzodiazepínicos. Associação Brasileira de Psiquiatria. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: . Acesso em 28 de abril de 2017.

NORDON, D.G; AKAMINE, K.; NOVO, N.F., HÜBNER, C.V.K. Características do uso de benzodiazepínicos por mulheres que buscavam tratamento na atenção primária. Revista Psiquiátrica Rio Grande do Sul, v. 31, nº 3, 2009.

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OGA, S. Fundamentos de toxicologia.

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