A depressão infantil com reflexo no contexto escolar
Por: SonSolimar • 5/5/2018 • 4.875 Palavras (20 Páginas) • 400 Visualizações
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de divórcio, por falta de contato da criança, mudança de escola ou até mesmo na ausência dos pais, por fatores maiores como a morte. Além disso, fatores como maus tratos estão fortemente associados, abusos e violações da criança ou até mesmo por convívio diário com pais dependentes de drogas ou alcoolismo (SOUZA, 2015).
O tema abordado é de suma relevância pela questão desta problemática depressão infantil, dando importância a uma série de fatores que permitem que este transtorno se torne tão comum nos dias atuais, podendo interferir no rendimento escolar (TAVARES, 2010).
O professor deve estar alerto a alguns sinais indicativos para a depressão, e pensar na possibilidade da patologia diante de uma criança que revela uma expressão de tristeza, diminuição no rendimento escolar, ou até mesmo dificuldade em determinadas tarefas (CRUVINEL; BORUCHOVITCH, 2003).
Deste modo, este artigo objetivou-se enfatizar a depressão infantil, fazendo uma análise a respeito de suas causas, sintomas, consequências e tratamento, e enfatizando a importância do papel do professor no âmbito escolar.
O estudo foi realizado por meio de revisão bibliográfica de forma exploratória e qualitativa, buscando fontes em artigos científicos, monografias, dissertações, teses e revistas, de tal maneira que foram feitas as buscas em bibliotecas, bancos de dados em sites da internet como o Scielo e Google acadêmico.
Os materiais publicados ou registrados foram, preferencialmente, selecionados do período do ano de 2000 a 2016 e o período de realização da pesquisa foi de fevereiro a novembro de 2016.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A DEPRESSÃO INFANTIL
O significado da palavra depressão em psiquiatria é baseado em um distúrbio psicológico caracterizado por desânimo em menor ou maior grau, ansiedade, muitas vezes inclui sensação de cansaço e mal estar (CORTEZ, 2005).
Historicamente, a depressão era diagnosticada apenas em adultos, acreditava-se que as crianças, por estarem em pleno desenvolvimento, tinham o processo de maturação psicológica e cognitiva como fator de proteção contra a depressão, tornando esta ocorrência rara ou até inexistente para alguns estudiosos (CALDERARO; CARVALHO, 2005).
A partir de 1975, o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA (NIMH) passou a reconhecer a depressão infantil como uma patologia e, nas décadas seguintes, começou a crescer o número de pesquisas a respeito deste assunto que antes eram escassas (BAHLS, 2002).
Com o reconhecimento, a depressão infantil tornou-se uma preocupação entre os profissionais de saúde, devido aos comprometimentos que acarreta no desenvolvimento social, comportamental e emocional do individuo (GOMES et al., 2013).
De acordo com Carmo, Silva e Troncoso (2009) a definição da depressão é o transtorno de humor constante, o que diferencia a depressão de tristezas do cotidiano é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança, ela vem de encontro a um conjunto de sintomas, que alteram os sentimentos, o pensamento e o comportamento do individuo, e pode vir a afetar até mesmo a fisiologia da pessoa deprimida, se durante um período de tempo significativo sendo no mínimo duas semanas para ser considerado um quadro depressivo.
Do ponto de vista biológico, o comportamento depressivo é visto como um sintoma do mau funcionamento do cérebro. Assim, a depressão é entendida como um problema relacionado à circulação dos neurotransmissores cerebrais, a herança genética e anormalidades ou falhas em áreas cerebrais específicas, sendo atribuída, portanto, a causas internas. O significado da palavra depressão em psiquiatria implica em um distúrbio mental caracterizado por desânimo, sensação de cansaço, e cujo quadro inclui, muitas vezes, ansiedade em maior ou menor grau (CORTEZ, p.63, 2005).
O termo depressão tem sido generalizado e muitas vezes usado de forma incorreta e distorcido. A depressão envolve fatores emocionais e apresentam também componentes comportamentais, sociais, motivacionais e fisiológicos. (CRUVINEL; BORUCHOVITCH, 2003).
De acordo com o autor supracitado, na criança, os estudos sugerem também a presença de tais alterações, e o que se aplica é que na depressão infantil ela vem associada a outras dificuldades, principalmente dificuldades no âmbito escolar e problemas de comportamento que às vezes são confundidos como ‘’má-criação’’ ou hiperatividade.
Entre os fatores mais comuns relacionados à depressão infantil predominam: a hiperatividade, agressividade e sentimento de rejeição. Estes fatores podem ocasionar por problemas no ambiente que a criança vive alterando o comportamento da criança, que podem ser explicados por uma dificuldade em estabelecer contato ou ser comunicativa com outras pessoas em seu meio (RIBEIRO; OLIVEIRA; COUTINHO, 2007).
De acordo com Calderaro e Carvalho (2005), observa-se que durante seus estudos sobre o apego, que bebês entre seis meses e três anos de idade, quando separados de suas mães, apresentavam sintomas de depressão como murmúrios, expressão triste, incapacidade de interagir com os outros, se recusam a comer e reclusão. Ficou assim evidente um quadro de sintomas depressivos nesta fase tão precoce da vida, em consequência de fatores estressores e traumáticos.
Ainda pesquisando sobre o apego, foi desenvolvida uma experiência com filhotes de macacos rhesus, que comprovou que a necessidade do contato físico do bebê com a mãe é tão importante quanto à alimentação, e que se o bebê for privado deste contato poderá futuramente desenvolver consequências patológicas, além de perturbações emocionais graves. (CARMO; SILVA; TRONCOSO, 2009).
Apesar de afetar o comportamento da criança em todos os ambientes em casa, na escola e nos seus relacionamentos, a existência da depressão em crianças só começou a ser aceita a partir da década de 1960. A partir deste reconhecimento houve um grande aumento nas pesquisas e também o alerta que a depressão em crianças tem aumentado nas últimas décadas (CRUVINEL; BORUCHOVITCH, 2003).
Para o autor supracitado, a dificuldade dos pais e dos professores em identificar os sintomas da depressão agrava ainda mais a situação, deixando a criança sem receber orientação e tratamento adequados (CRUVINEL; BORUCHOVITCH, 2003).
Sendo assim, a depressão é nos dias atuais é considerada a quarta maior causa geradora de sobrecarga, será a segunda causa no ano 2020, só perdendo para as doenças cardíacas. Conforme a Organização Mundial de Saúde devido ao fato de que doenças
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