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A RELAÇÃO SÓCIO – AFETIVA DA CRIANÇA AUTISTA COM O CAVALO NA EQUOTERAPIA

Por:   •  19/1/2018  •  2.493 Palavras (10 Páginas)  •  302 Visualizações

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Os artigos sobre o tema relatam que pacientes autistas apresentam prejuízo em regiões cerebrais como o como no corpo caloso, que facilita a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro; na amígdala, que afeta o comportamento social e emocional; e no cerebelo, que está envolvido com as atividades motoras, o equilíbrio e a coordenação. No entanto, as anormalidades celulares e metabólicas permanecem desconhecidas (PEREIRA, 2008).

Perceberam-se também desequilíbrios nos neurotransmissores, substâncias químicas que ajudam as células nervosas a se comunicarem. Dois dos neurotransmissores que parecem ser afetados são a serotonina, que afeta emoção e comportamento, e o glutamato, que tem um papel na atividade dos neurônios. Juntas, essas alterações do cérebro podem ser responsáveis pelos comportamentos do autista.

Vários estudos de pesquisa estão focados na ligação entre os genes e o autismo. O maior deles é o Projeto Genoma do Autismo (Autism Genome Project) da NAAR (National Alliance for Autism Research - Aliança Nacional para Pesquisa sobre Autismo). Esse esforço colaborativo, realizado em aproximadamente 50 instituições de pesquisa, em 19 países, está examinando os 30 mil genes que formam o genoma humano em busca dos genes que desencadeiam o autismo.

COMPORTAMENTO DOS CAVALOS

É um animal que pertence ao Filo chordata, Classe mamíferos, Ordem persirissodáctilo, Família Equídeos, gênero equus.

De acordo com Lermontov (2004), o cavalo é um mamífero, herbívoro, não agressivo. A locomoção dele, é similar à do ser humano, embora seja quadrúpede. Por viver em manada, sente segurança e permite relacionamento afetivo. Apresenta o sistema límbico bem desenvolvido e permite o aprendizado e a comunicação que ocorre mediante sons e linguagem corporal.

O animal é preciso nas sensações táteis e, através delas o homem consegue submetê-lo à sua vontade. Portanto, quando acariciado por alguém, pode senti-lo. Os pêlos táteis da extremidade do nariz são usados para reconhecer objetos. Tem a memória muito desenvolvida e reflete o temperamento da pessoa que lida com ele.

O equino se expressa por meio de linguagem corporal, que segundo Dorrance (1987) somente quem “feel the horse “ ou “sente o cavalo” conseguirá entender verdadeiramente sua forma típica de ser com suas características próprias e exclusivas. Seu comportamento irá variar conforme a pessoa com quem ele interage.

É possível existir uma interação entre cavalo e cavaleiro, isto é, uma parceria harmônica, devido ao montante de afetividade e confiança que um investe no outro por identificação; que, segundo Hunt (1997), tal interação será muito mais mental e sentimental do que física.

O QUE É ECOTERAPIA

A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo sob uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ ou de necessidades especiais (ANDE, 1999).

Equoterapia é o termo utilizado no Brasil, criado pela Associação Nacional de Equoterapia (ANDE), em sua fundação, no ano de 1989, em Brasília.

É necessário que se faça uma seleção dos animais utilizados, e esta é realizada por meio de pré-requisitos como: o animal deve ser dócil, se for macho deve ser castrado, não possuir elevado escore corporal, idade superior a dez anos, boa andadura e inteligência, altura média de 1,5 m, deve ser treinado para ser montado pelos lados direito e esquerdo. A raça do animal não se leva em consideração.

Segundo, Garrigue (1999), os efeitos terapêuticos que podem ser alcançados com a Equoterapiasão de quatro ordens:

- melhoramento da relação: considerando os aspectos da comunicação, do autocontrole, da autoconfiança, da vigilância da relação, da atenção e do tempo de atenção;

- melhoramento da psicomotricidade: nos aspectos do tônus, da mobilidade das articulações da coluna e da bacia, do equilíbrio e da postura do tronco ereto, da obtenção da lateralidade, da percepção do esquema corporal, da coordenação e dissociação de movimentos, da precisão de gestos e integração do gesto para compreensão de uma ordem recebida ou por imitação;

- melhoramento de natureza técnica: facilitando as diversas aprendizagens referentes aos cuidados com os cavalos e o aprendizado das técnicas de equitação;

- melhoramento da socialização: facilitando a integração de indivíduos com danos cognitivos ou corporais com os demais praticantes e com a equipe multidisciplinar. (GARRIGUE, 1999)

RELAÇÃO SÓCIO-AFETIVA DA CRIANÇA AUTISTA NA EQUOTERAPIA

O cavalo é utilizado com fins terapêuticos devido à sua docilidade, porte, força. Por se deixar montar estabelece um vínculo importante com o praticante e este, através do animal, desenvolve, gradualmente, um contato diferenciado do mundo que o cerca. É nessa troca com o meio que ele encontra possibilidades de se diferenciar e construir sua auto-imagem.

Conforme Spink (1993), na relação cavalo/ criança, essa pode aprender a controlar suas emoções iniciais, como o medo, enfrentando o desafio de montar. Além disso, os movimentos rítmicos da andadura e o calor de seu corpo podem favorecer o relaxamento da criança e a redução da ansiedade.

De acordo com Dias e Medeiros (2002), essa relação harmoniosa desperta um sentimento de empatia e afetividade que, aliado a uma atividade física ao ar livre e em contato com a natureza, gera o prazer.

O que ocorre é que na relação criança-cavalo esse código é a afetividade (LALLERY, 1992).

Espindola 2008, analisou 9 crianças diagnosticadas com Autismo, sendo 6 do sexo masculino, que frequentam regularmente a APAE, com idade entre 8 a 17anos. Com o objetivo de analisar em praticantes autistas submetidas à Equoterapia, os possíveis efeitos relacionados a: 1) Desenvolvimento perceptivo; 2)Percepção auditiva; 3) Percepção tátil; 4) Percepção espacial; 5) Percepção temporal; 6) Desenvolvimento da motricidade e movimentos corporais; 7) Hábitos de independência; 8) Coordenação Manual; 9) Desenvolvimento verbal, compreensão verbal e linguagem; 10) Áreas numéricas e conceitos numéricos básicos; 11) Área emocional e social; 12) Desenvolvimento na sessão de Equoterapia.

Enfocando na área emocional e social, a qual

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