A Equoterapia
Por: Ednelso245 • 6/2/2018 • 3.900 Palavras (16 Páginas) • 352 Visualizações
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- Os principais benefícios da equoterapia
Melhora o equilíbrio e a postura: O movimento tridimensional estimula diretamente os sistemas vestibular, reticular e cerebelar do praticante levando consequentemente a melhora do equilíbrio.
Desenvolvimento da coordenação motora;
Estimulação da sensibilidade tátil, visual e auditiva;
Melhora os tônus muscular;
Aumento a força muscular: O alongamento e flexibilidade muscular ocorrem naturalmente, pois, o simples fato de colocar os pés no estribo, está alongando diversos grupos musculares do praticante, sem o mesmo perceber, e o melhor, sem sentir dor. Segurar as rédeas, também realizou o alongamento de toda musculatura superior;
Facilita a integração social: Na esfera social a equoterapia é capaz de diminuir a agressividade, tornar o praticante mais sociável, facilitando a construção de amizades;
Consciência corporal: o praticante quando sentado sobre o cavalo, recebe novas informações, diferentes dos habituais da posição de pé, sobre os pés. Essas informações proprioceptivas novas, determinadas pelo passo do cavalo, permitem a criação de esquemas motores novos;
Desenvolvimento a motricidade fina;
Estimulação do funcionamento dos órgãos internos;
Aumento da autoestima e da autoconfiança;
Fala e Linguagem: Os músculos responsáveis pela produção de fala são influenciados pelo movimento tridimensional do cavalo. Ocorre um impacto nos músculos da cavidade oral, nas PPVV, nos músculos da laringe e nos músculos da respiração. A equoterapia tem influência poderosa nos caminhos nervosos envolvidos na função linguística expressiva e receptiva, pois estimula uma grande saída de linguagem, como também melhora sua qualidade e contexto. O cavalo é um ser vivo e comunicante;
Estimulação do afeto, devido ao contato com um animal;
Promove a sensação de bem-estar;
Ajuste Tonico: Nessa etapa de tratamento cabe ao profissional de fisioterapia avaliar a condição muscular de cada praticante, para escolher o cavalo mais adequado. Ou seja, um praticante hipotônico necessita de um cavalo que apresente um número maior de passadas por minutos, pois assim irá ativar os receptores proprioceptivos intrafusais que só respondem aos estímulos rápidos, como também os receptores articulares que respondem a pressão, gerando aumento de tônus muscular. Já um praticante hipertônico, terá melhor resultado em um cavalo com frequência baixa, pois diminuirá os estímulos proprioceptivos, mantendo o movimento rítmico e cadenciado, estimulando o sistema vestibular de forma lenta, contribuindo para a diminuição dos tônus musculares de todo o corpo, ou seja, irá promover benefícios cognitivos: aumento da autoestima, da confiança e da autonomia. Desenvolvimento da sociabilidade e diminuição da agressividade e da intolerância à frustração. Aumento do vocabulário nas crianças e melhora no desempenho em sala de aula. Estimulação da atenção seletiva e da concentração.
- Atuação da Equoterapia em crianças com necessidades especiais (CNE)
Os ganhos neuromotores proporcionados pela equoterapia podem ser observados no equilíbrio estático e dinâmico, controle das simetrias globais, alinhamento corporal (cabeça, tronco, quadril), como também na orientação e organização espacial e na capacidade executiva.
Podemos inferir que um indivíduo quando submetido ao movimento tridimensional do cavalo tem ativação de todo o complexo motor, psicol. intelectual e social, pois está participando ativamente de todo o processo de intervenção. Nessa perspectiva tem-se um processo de intervenção passível de ser trabalhado de forma inter e multidisciplinar.
O cavalo, comandado em percursos, proporciona movimentos tridimensionais e multidirecionais possibilitando uma série de informações simultâneas ao corpo humano como transferências do peso corporal, controle bi manual sobre as rédeas, comandos por meio dos pés, entre outros; facilitando a estimulação sensorial (visual, tátil, auditiva), coordenação motora global e viso-motora, lateralidade e equilíbrio.
Os ganhos anteriormente referidos são influenciados por posicionamento adequado e habitual sobre o cavalo, posicionamento este que se inicia com o praticante sobre o animal parado, devido a movimentos de abdução e rotação externa dos membros inferiores e posicionamento dos pés no estribo. As atividades com o auxílio do cavalo são inúmeras, assim podemos nos utilizar de suas andaduras, oscilações e movimentos com a finalidade de promover, devido aos estímulos sensoriais, ativação e modulação nervosa capazes de emitir como resposta eferente (motora) um conjunto de ativações sensoriais, adequações e readequações posturais; havendo, portanto, constante requisição do controle postural e da atenção, (MARINS, 2010). Quando montado no cavalo o praticante de equoterapia recebe uma grande quantidade de estimulação neuro-sensorial que integrados centralmente, favorecem a maturação psicomotora do indivíduo, (FRASCARELLI; CITTERIO, 1998).
De acordo com Horne e Cirillo (2006), a primeira manifestação de um ser humano que está a cavalo é o ajuste tônico. Embora aparente imobilidade quando está parado, na verdade o cavalo nunca está totalmente imóvel. As flexões da coluna, a troca de apoio das patas, o abaixar e o alongar do pescoço, o deslocamento da cabeça ao olhar para os lados e todos os demais movimentos do animal exigem do cavaleiro um ajuste no seu comportamento muscular, movimento automático de adaptação. Além disso, todos os cavalos executam, instintivamente, movimentos para se locomover, utilizando suas patas.
Esses movimentos são chamados de andaduras ou andamentos. A análise das andaduras do cavalo foi descrita pela primeira vez por Baumann, em 1978. Nessas andaduras, devem-se considerar os membros de apoio do cavalo, os membros em elevação e os tempos de suspensão. O cavalo possui três andaduras naturais: o passo, o trote e o galope. O primeiro é marchado, lento, ritmado a quatro tempos, simétrico, em que todos os movimentos produzidos de um lado do animal ocorrem da mesma forma do lado oposto. O trote é um andamento simétrico, saltado, fixado a dois tempos, em que os membros de cada bípede diagonal se elevam e pousam simultaneamente, com
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