RESENHA CAP.5 DO LIVRO “VINTE ANOS DE CRISE 1919-1939” DE CARR, E.H.
Por: Salezio.Francisco • 11/4/2018 • 1.023 Palavras (5 Páginas) • 785 Visualizações
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A crítica realista da harmonia de interesses
A doutrina da harmonia de interesses consiste na transformação de interesses de um grupo dominador em interesses compartilhados por toda uma comunidade, dessa forma, o grupo dominante sustenta sua supremacia. A mescla dos interesses dominantes com os comunitários torna-se tão intensa que o bem-estar do grupo dominante significa bem-estar da comunidade, assim como seu colapso reflete em seus subordinados, Carr então afirma que essa prática é a máxima de Maquiavel: a moral como produto do poder. O autor exemplifica essa teoria na prática das relações internacionais quando, no século XIX, os estadistas britânicos certos de que o comércio livre marítimo trazia prosperidade para a Grã Bretanha, convenceu o mundo todo de que essa prosperidade atingia escala mundial. Entretanto, quando o comércio de todos contra todos substituiu a predominância britânica no mercado mundial, as concepções de moral econômica internacional até então acreditadas, passaram a entrar em colapso.
A supremacia de um grupo dominante garante a existência de uma identidade de interesses, dessa forma, quem ousasse atacar esse grupo dominante, estaria se autoatacando, isso revela uma tática de que a segurança mundial depende da segurança dos dominadores. Carr conclui através de fatos históricos do período da Liga das Nações que a propaganda da paz pelas potências dominantes na verdade esconde uma “paz armada” e uma falsa impressão de paz que deveras leva à guerra.
A crítica realista do internacionalismo
O internacionalismo é a transferência dessa harmonia de interesses para uma ótica global, levar os conceitos morais (principalmente o de “”ordem internacional” e de “solidariedade internacional”) de uma nação dominante para o mundo como uma forma de preservar essa posição de dominação, seguindo pelo lado oposto ao internacionalismo tem-se o nacionalismo que consiste na elevação da moral e das características locais em detrimento à internacionalização do mundo estimulada pelas potências hegemônicas.
Carr finda o capítulo 5 dizendo que a abstração dos princípios na política internacional torna os utópicos reféns de seus próprios reflexos inconscientes de egoísmo em sobrepor os interesses individuais aos interesses gerais. O autor termina sua crítica dizendo que os princípios utópicos potencialmente abstratos não são aplicáveis a uma conjuntura política concreta e que a realidade não se adequa aos padrões estabelecidos por eles em suas teorias.
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