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Ensaio sobre a formação de estados europeus

Por:   •  29/5/2018  •  2.078 Palavras (9 Páginas)  •  377 Visualizações

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De acordo com as tentativas da formação de Estados hegemônicos, em seu livro ‘’ A evolução da sociedade internacional’’, Adam Watson aborda acerca da legítima independência dos Estados Europeus. A independência os fez entrever a necessidade de novas regras e procedimentos que estabeleceriam suas relações, abandonando, assim, as limitações do período Medieval.

A evolução da sociedade europeia deu-se a partir das lutas contra forças que empregavam uma ordem hegemônica. A decisão desse processo foi dada por meio do acordo de Vestefália, ocorrido no século da Guerra dos Trinta Anos. Foi um acordo por Carta, com a proposta de uma Europa organizada e baseada no princípio anti hegemônico. A criação de uma Europa hegemônica veio da visão dos Habsburgos, cujo sofreram grandes oposições acerca de suas concepções. No século XVII ocorreu a atuação do Estado Francês, com a política de Richelieu: ‘’ Richelieu aplicou uma política de consolidação da autoridade real depois da stasis prolongada das guerras de religião, aplicando novamente as técnicas do Stato italiano introduzidas por Luís XI’’ (WATSON, 2004, p.258).

Segundo ele, a família Habsburgo obtinha o poder de ditar as leis da Europa, desse modo, procurava eliminar todas as formas de ameaça ao Reino da França visando os interesses do Estado. Ao passo que os Habsburgos visava seus princípios e a manutenção dos direitos hereditários.

Em 1648, foi concebido o Acordo de Vestefália. Foi efetuado o primeiro congresso das potências da Europa, por meio de negociações, reunindo príncipes e cidades do Sacro Império Romano, cujo seriam eficazes na condução de uma política externa independente. Os tratados proporcionaram novas regras e princípios políticos para a sociedade de Europeia. Além disso, o acordo obtinha o objetivo de propor um funcionamento básico da coletividade e abrangente para toda a Europa. Com a existência do Tratado, foi possível que cada Estado se tornasse independente em suas fronteiras, ao passo que o acontecimento de algo dentro do Estado era de exclusiva responsabilidade do mesmo.

Basicamente, a Revolução Industrial foi o processo que possibilitou o desenvolvimento dos meios de produção, antes realizado por homens, e agora, assumido por máquinas, contudo, não se limitou apenas em transformações de fábricas, a mesma causou impacto em outros aspectos, esse período inicial foi traçado por 20 anos. O fenômeno explica-se pelo fato da Grã-Bretanha ter adotado por um século uma política governamental interna, visando lucros e desenvolvimento econômico. A acumulação de capital se tornou um êxito graças à matéria-prima, que era o algodão, e sua utilização em tecidos. As exportações haviam aumentado e intensificado, em 1814 o abastecimento do produto era voltado para o consumo interno, entretanto, a superação aconteceu em 1850 com condições favoráveis de suprir o comércio exportador e doméstico, o êxito das exportações foi notado quando a Índia aumentou à importação do algodão inglês, sabendo que em outros tempos, era o oriente que exportava esses bens-primários. Outra indústria em ascensão foi a carvoeira, com o intuito de abastecer a energia das máquinas e as necessidades domésticas em “Em 1800, a Grã-Bretanha deve ter produzido perto de 10 milhões de toneladas de carvão, ou cerca de 90% da produção mundial. Seu competidor mais próximo, a França, produziu menos de um milhão”. (HOBSBAWM, 1962, p 52). Com as necessidades, surgem as inovações, a ferrovia foi ferramenta fundamental para o transporte de carvão dentro das minas, veículo com o trajeto curto, porém, prático. Os visionários já possuíam capital suficiente para investir, e o próximo desenvolvimento, seria nas ferrovias a longas distâncias. O crescimento urbano desenfreado, proletários em busca de trabalho, foram fatores sociais em transformação, a Grã-Bretanha se tornou a fábrica do mundo, o princípio lucrativo era comprar em mercados baratos e vender naqueles com custo elevado, aos poucos sua posição de potência foi emergindo, abrindo uma nova era, ou ciclo sistêmico, um novo hegemon é criado.

Em uma Europa marcada pelo absolutismo monárquico e os exageros da pequena nobreza e clero, que viviam pomposamente as custas de miseráveis camponeses e trabalhadores, as revoltas populares (burgueses, classe média) seriam o único fim possível para os libertar do obsoleto “governo” e avançarem a algo novo, a república. Apesar da Revolução Francesa não ter contado com líderes de grande fama, a não ser Napoleão, a burguesia foi um movimento coeso, que sofreu com problemas econômicos, na agricultura com má safras, invernos intensos e ainda com depressão industrial. A fome e a miséria se alastraram ainda mais pela França e mesmo a resistência do velho regime não foi páreo para ela avançasse revoltosamente.

Para todos aqueles que pela Europa apreciavam e apoiavam o evento que marcaria a história, os ideais franceses (com ênfase o de liberdade), se espalhariam pelo continente, por meio de moderados e extremistas revoltosos, e se tornariam a salvação de muitos que viviam aprisionados nas mazelas rurais ou urbanas por forças maiores: o absolutismo e a tirania de reis e imperadores. Antes, uma França falida, desamparada e amedrontada por ameaças externas. Depois, livre de invasores e no auge de seu triunfo bélico, com a ascensão capitalista da agricultura e o surgimento de pequenas empresas (que posteriormente faria nascer a classe proletária).

Graças a Revolução Francesa, muito do se conhece hoje sobre ideologias e política nasceu. Ela foi grande responsável por disseminar conhecimentos europeus por todo o mundo, como códigos legais (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão), vocabulários para temas políticos, trouxe outros significados para “liberdade”. Como se não bastasse, influenciou ainda outras revoluções. O cenário ideal foi encontrado por Napoleão, poder militar e uma sociedade mais organizada.

Essa fase, apesar de curta, está marcada na história pelas conjunturas e modificações causadas no cenário europeu. Após a revolução francesa e a ascensão de Napoleão Bonaparte, deu início ao temido exército, o mesmo usava da guerra e do combate como um meio, era talentoso e diplomático, usando a diplomacia para articular e persuadir os Estados que faziam oposição ao seu poder. Cada território conquistado era encarregado de ser governado por algum indivíduo de sua confiança, em grande parte, sua família. Contudo, a conquista do poder não era o único desafio a ser enfrentado, havia a necessidade de legitimação, ou seja, o reconhecimento como soberano do sistema europeu, para isso, conseguiu negociar

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