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Baldwin: Os seis pontos (que não são os únicos pontos do debate, mas são os principais) em que Baldwin separa o neoliberalismo do neorrealismo

Por:   •  16/10/2018  •  2.461 Palavras (10 Páginas)  •  318 Visualizações

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Nye: Com o fim da Guerra Fria, redes de interdependência econômica que abrangem o planeta aumentaram à medida que os custos de comunicação e de transporte declinaram e reduziram os efeitos da distância. Da mesma forma, mudaram-se as atitudes em relação ao papel de governos e estados, o que levou inclusive a uma nova forma de pensar o mundo, a geoeconômica, com sanções e embargos econômicos se tornando os instrumentos fundamentais políticas da política internacional.

Contudo, o poder ainda existe no âmbito internacional, tanto que os mercados mundiais dependem de uma estrutura de poder internacional. As sanções econômicas vêm sendo importante justamente por dispensarem o uso da força, mas sua manifestação vem sendo complexa e, por vezes, ineficaz.

A globalização são as redes mundiais de interdependências que não implicar, necessariamente, em universalidade, sendo, na verdade, acompanhada de lacunas cada vez maiores entre ricos e pobres, não implicando também nem em homogeneização e nem em igualdade. Um mercado mundial verdadeiramente globalizado significa livre fluxo de mercadores, pessoas e capitais, além de taxas de juros semelhantes. Ou seja, temos um longo caminho a percorrer. Um ponto importante da globalização é ele ter tornado as fronteiras estatais mais permeáveis, mas não inúteis, não existindo ainda uma comunidade internacional.

A globalização tem várias dimensões, tais como a ambiental (a mais antiga de todas, cujos efeitos nem sempre são perversos), a militar (redes de interdependência em que a força, ou a ameaça da força é empregada), a social (disseminação de pessoas, culturas, imagens e ideias), a política (ideias políticas transnacionais influenciam o modo como as nações desenvolvem suas metas nacionais e usam como seu poder brando).

Embora a globalização venha ocorrendo há séculos, sua modalidade contemporânea é mais rápida e mais intensa, muito devido à revolução nas informações, tornando a globalização do século XXI “mais abrangente, mais rápida, mais barata e mais profunda”.

A expressão efeitos de rede diz respeito a situações em que o valor de um produto aumenta na medida que ele vai sendo mais utilizado pelas pessoas. Uma econômica baseada no conhecimento gera poderosos efeitos disseminados, se espalhando como fogo e gerando reações em cadeia. As interligações entre as redes são cada vez maiores, gerando efeitos sistêmicos que se tornam, naturalmente mais importantes.

O globalismo diz respeito à densidade das redes de interdependência, que cresce quando as autoridades governamentais modelam as políticas externas. Essas redes estão cada vez mais complexas e imprevisíveis, trazendo consigo incerteza (cuja a rapidez da globalização contribui para) constante e a possibilidade de ligações entre diferentes tipos de globalização.

Também podemos falar de uma pluralização da tecnologia, que aumenta a participação direta do povo nos assuntos mundiais, especialmente em países ricos. A revolução nas informações propiciou uma rapidez e uma intensidade na rede de interligações que a torna a globalização contemporânea mais complexa. Mas isso varia de acordo com a região do globo.

A política interna canaliza reações às mudanças, existindo-se mais de uma maneira de reagir aos mercados globais e de conduzir uma economia capitalista. O surgimento da desigualdade foi uma causa importante das reações politicas tanto na globalização do começo do século XX quando do entre guerras. Na verdade, a desigualdade pode ter consequências politicas mesmo se não estiver aumentando: à medida que o crescente fluxo de informações torna as pessoas mais consciente da desigualdade existente, não é surpreendente que protestos se alastrem. As forças do mercado desencadeadas pela globalização trouxeram não apenas grandes ganhos econômicos como também grandes perturbações sociais e políticas. Não existe uma relação direta entre desigualdade e reação política, mas a primeira pode gerar a segunda, especialmente se combina à instabilidade, levando também às restrições no ritmo da globalização mundial.

Os liberais sustentam que a interdependência recorre necessariamente em paz e em cooperação, mas não é bem assim. As lutas pelo poder continuam, e, já que as coalizões são mais complexas, os conflitos são jogados em diferentes “tabuleiros de xadrez” simultaneamente.

Interdependência refere-se a situações nas quais os protagonistas ou os acontecimentos em diferentes partes de um sistema afetam-se mutuamente. Sucintamente, interdependência significa dependência mutua. Junto com ela, vem-se o conflito e o atrito.

Quatro distinções esclarecem as dimensões da interdependência:

- Origem: Pode ser através de fenômenos materiais (naturais) ou sociais (econômicos, políticos e perceptivos). Pode ainda ser militar (dependência mutua que surge da cooperação militar, cujo elemento importante é a percepção, que pode alterar essa dependência), econômica (alto grau de origem social e também dependente da percepção, ainda com escopo político sobre valores e custos, também pela escassez material, sendo que ela requer a perspectiva a longo prazo muito mais do que a curto prazo), outra possibilidade é a interdependência ecológica (a segurança climática é um patrimônio público mundial);

- Benefícios: Às vezes são expressos como resultado zero (sua perda é meu ganho e vice-versa), e outras vezes como resultado diferente de zero (positivo quando ambos ganhamos e negativo quando ambos perdemos). Esses aspectos estão todos presentes na dependência mutua, uma vez que a distribuição dos ganhos relativos altera os aspectos políticos da interdependência mutua. Mesmo assim, a interdependência geral benefícios em conjunto que encorajam a cooperação, todavia, ela pode ser usada como uma arma através da aplicação de sanções comerciais, que é mais sutil e mais útil, em alguns casos, que o uso da força. Na política de interdependência não existe linha separando o interno do externo de um pais, o que cria uma interação ainda mais complexa, sem falar em uma distribuição diferente dos benefícios. A teoria do equilíbrio de poder cai por terra aqui, uma vez que na interdependência os Estados estão interessados tanto nos ganhos relativos quanto nos absolutos;

- Custos: Podem envolver a sensibilidade a curto prazo ou a vulnerabilidade a longo prazo. A primeira refere-se à rapidez e à quantidade dos efeitos da dependência, já a segunda são os

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