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O Consumo e a Cidadania

Por:   •  3/11/2018  •  1.240 Palavras (5 Páginas)  •  310 Visualizações

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A influência do consumo é tamanha na sociedade que, segundo BAUMANN (2014), causou mudança até mesmo na estrutura das universidades, onde é dado como certo que somente as melhores instituições sobreviverão a essa interferência. A ideia geral é que os docentes consigam eles mesmos recursos para estudos e pesquisa, independente da ajuda do Estado ou da universidade. Tal postura segundo o autor endossa uma lógica de realizações e resultados rápidos.

O planeta não suportará essa rapidez exigida pela sociedade consumista, onde predomina a obsolescência acelerada e programada dos produtos. LATOUCHE (2009) afirma que, a humanidade consome quase 30% acima da capacidade de regeneração da biosfera. Considerando esse fato e contrapondo a ideia de crescimento sustentável, ele propõe o Decrescimento como solução para esse problema.

Segundo o autor, Decrescimento é, fundamentalmente, um slogan político com implicações teóricas, que não se confunde com um crescimento negativo, mas sim de profundas mudanças políticas baseadas na ecologia. Baseia-se num "circulo virtuoso" de decrescimento sereno, representado por oito mudanças interdependentes que se reforçam mutuamente: reavaliar, reconceituar, reestruturar, redistribuir, relocalizar, reduzir, reutilizar, reciclar. De modo prático seria a implantação de uma democracia ecológica local contrapondo à periferização, recuperação da autonomia econômica local, o que implica em autossuficiência alimentar, econômica e financeira e por último promover iniciativas locais decrescentes.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enquanto a sociedade comprar a ideia de que o consumo é condição necessária para exibir o status financeiro, será quase impossível reduzir o ritmo de consumo descontrolado. Entretanto, desacelerar o consumo é uma missão que precisa ser discutida em caráter de urgência e com intensidade, principalmente pelas sociedades organizadas, ainda mais, considerando que o processo conscientização é lento e que pode levar gerações para que seja efetivada.

Desta forma, consideramos possível e necessário o desaceleramento do consumo. Contudo, analisando o cenário econômico atual e a crescente onda populista de extrema direita em todo o planeta, observamos essa possibilidade como um pensamento utópico. Esperamos que, no futuro, talvez em longo prazo, o desaceleramento se torne algo real e factível. Enquanto isso, nada impede que sejamos consumidores responsáveis, conscientes e cidadãos.

REFERÊNCIAS

BARBER, Benjamin R. Consumido. trad. Bruno Casotli. Rio dc Janeiro: Kccocd. 2IMN

BAUMAN, Zygmun. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadorias; trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zabar Ed. 2008.

BAUMAN Zygmunt. Cegueira moral: a perda da sensibilidade na modernidade liquida.

trad. Carlos Alberto Medeiros. I.ed. Rio de Janeiro: Zahar. 2014,

KENSKI, Rafael. Aquecimento global: O começo do fim, 2016. Disponível em: http://super.abril.com.br/ideias/aquecimento-global-o-comeco-do-fim/. Acesso em 19 de jun. de 2017.

LATOUCHE, Serge. Pequeno tratado do decrescimento sereno; trad. Claudia Berliner. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

SANDEL, Michael J. O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado; tradução de Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

TASCHNER. Gisela. Cultura, consumo e cidadania. Bauru, SP: EDIJSC, 2009.

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