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Cinema Brasileiro

Por:   •  25/1/2018  •  1.963 Palavras (8 Páginas)  •  345 Visualizações

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Era Atlântida: Apostou no gosto popular e regional

A Atlântida foi uma das mais bem sucedidas iniciativas de se criar um estúdio. A grande diferença trazida por ela, é que os cineastas começaram a ter uma preocupação maior com os roteiros e com as temáticas. Esteriótipos começaram a surgir e os personagens ganharam contornos e personalidades mais definidos. Diversos atores do teatro de revista passaram a ser associados a seus papéis do cinema. Além disso, a paródia, uma das principais características das chanchadas, começava a nascer.

Consideradas alienantes por diversos críticos e cinestas, as chachadas apelavam para a diversão popular mascarando a realidade vivida pelo país. Não que isso fosse ruim para o cinema da época, já que foi através das chanchadas que o hábito de ir ao cinema aumentou consideravelmente, mas o país passava por episódios muito importantes, como censura, Getúlio Vargas, populismo, Estado Novo, ditadura e a 2 Grande Guerra e a participação brasileiras nas forças aliadas.

Era Vera Cruz: representou um compromisso com a técnica, uma espécie de busca do padrão de excelência norte-americano de Hollywood

Franco Zampari e Francisco Matarazzo Sobrinho fundaram, juntos, a Vera Cruz e queriam que ela fosse o maior estúdio produtor de filmes no país e propunham estabelecer uma nova linguagem cinematográfica, negando a chanchada e buscando o inovador. Tentariam, sem sucesso, transformar o gosto do público, impor um cinema feito para intelectuais e por intelectuais.

Contrataram técnicos estrangeiros, compraram equipamentos caros e investiram pesado nas produções. O estúdio foi responsável pela produção de um dos maiores sucessos do cinema nacional: O Cangaceiro (1953),, de Lima Barreto. O maior sucesso da produtora foi exibido em mais de 20 países, ganhou prêmio de Melhor Filme de Aventura no Festival de Cannes do mesmo ano, e é um dos filmes com maior bilheteria de todos os tempos.

O grande problema e principal causa da derrocada da Vera cruz foi a falta de controle administrativo, que impediu que o sonho de se instalar um cinema industrial no país pudesse se realizar. Os responsáveis pela produtora imaginaram que a perfeição técnica tiraria o cinema nacional da marginalidade em que sempre viveu, ampliando suas esferas de influência e seu respeito. Porém, os recursos modernos e inovadores não tirariam o caráter popularesco do cinema.

Cinema Novo: marcado pela revolução estética – aprimoramento e sofisticação do gosto

Na área técnica a passagem entre as duas fases se deu de forma gradual, com muitos profissionais experientes emprestando sua técnica e talento aos novos filmes. Muitos autores estabelecem Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos, em 1955, como o filme inaugural do Cinema Novo.

O Cinema Novo estabelece uma cinematografia de exteriores, despojada, sem a utilização de refletores ou rebatedores para equilibrar contrastes.

Todo o ideário do Cinema Novo era baseado na discussão do nacional, na controvérsia e na negação da versão oficial. Produtos de jovens cinéfilos, intelectuais, que queriam e conseguiram marcar a época com o diálogo entre a agenda política e a inserção dos oprimidos em um sistema onde a exclusão era negada e escondida. A experimentação estética surgiria com força total.

Muitos se prendem a este cinema revolucionário e utópico, que queria mudar o mundo, mas acabou eclipsado pela violência militar e economica que não permitiu a formação de autêntios autores. Muitos desconhecem os filmes, as idéias e principalmente os feitos alcançados por nossos pensadores do cinema.

Por todo os anos 60 os cineastas do Cinema Novo impuseram sua marca, continuaram a pregar seus dogmas, mas viram suas froças diminuindo conforme o poder de repressão do Estado crescia. A censura prévia interditava os filmes e nossos cineastas não conseguiam exibir seus filmes.

O cinema nacional, a partir da metade dos anos 80 passaria por seu pior momento criativo. O esquema de produção e distribuição montado pela Embrafilme – a empresa estatal brasileira de cinema (que caracterizou-se pela visão do cinema mais como indústria do que arte) – e que tanto desagradava os idealistas, continuava forte e ditando regras até mesmo para seus opositores. Poucos eram os que conseguiam se adaptar ao esquema de produção de filmes, era um gueto em que poucos se escondiam e se beneficiavam.

As pornochanchadas eram responsáveis pela grande parte da produções nacionais. A fase criaria umm estigma que o Brasil enfrenta até hoje: Filme brasileiro é só pornografia.

Anos mais tarde, Collor acabaria com a produção cinematográfica brasileira. Sua “política cultural”conseguiu reduzir a produção quase ao número de zero produções ao ano. O fim da Embrafilme, que era criticada por muitos foi um golpe fatal no cinema nacional.

Retomada de produção – momento de renascimento do cinema nacional, após o caos de quase três anos gerado no inicio do governo Collor

Poucos foram os filmes produzidos nos anos do governo Collor. Trapalhões e Xuxa dominaram as bilheterias com suas produções voltadas para crianças. Os anos posteriores, no entanto, foram generosos com o cinema nacional. As produções começaram a ganhar qualidade e pretígio, de público e de crítica.

Agora, alguns anos se passaram. A total hibernação de nosso cinema acabou e hoje podemos afirmar que nunca vimos tantos cinemas. Temos de tudo um pouco: cineastas consagrados e novos nomes trazem novo fôlego. Novas técnicas e linguagem são incorporadas de outros movimentos, da publicidade, do curta. A diferença de estilos traz qualidade.

Nunca se fez tanto cinema quanto hoje. Comédias, dramas intimistas, viagens ao interior do país, policiais folhetinescos, cinema marginal. O Brasil começa a criar uma linguagem própria e nova. Diversas fases e movimentos se cruzam e se fundem em filmes ímpares. Nossos diretores se tornam autores em produções que além de trazer as marcas de um passado sofrido, mas glorioso, representam um amadurecimento dos responsáveis por fazer cinema no país.

Há também, uma questão negativa presente na presente fase do cinema brasileiro, a questão do circuito cinematográfico de exibição. Nossos filmes enfrentam a competição dos filmes estrangeiros, sobretudo de produção norte-americana. No caso de Central do Brasil, por exemplo, a estréia contou apenas com 36 salas no país, e isso após

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