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Resumo de D. Financeiro

Por:   •  22/11/2018  •  Dissertação  •  1.343 Palavras (6 Páginas)  •  359 Visualizações

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Natureza da firma:

I

- Primeiramente, sabe-se que é necessário o exame dos fundamentos das teorias economistas, pois, sem a omissão a ele, consegue-se evitar controvérsias desnecessárias e usar o bom senso para escolher pressupostos rivais.

- À luz do afirmado por Joan Robinson: “as duas perguntas a serem feitas a respeito de um conjunto de pressupostos em economia são: os pressupostos são tratáveis? E correspondem ao mundo real? ”, Coase busca definir o conceito de firma como: realista - corresponde ao seu significado no mundo real – e governado por dois instrumentos de análise econômica desenvolvidos por Marshall: as ideias de margem e de substituição.

- Para definir esse conceito, parte-se da descrição de sistema econômico de Arthur Salter: considera-se que o sistema econômico normal trabalha por si mesmo. Assumindo que a direção dos recursos é diretamente dependente do mecanismo de preço.

- Logo, o economista pensa no sistema econômico como coordenado pelo mecanismo de preço e a sociedade é considerada um organismo.

Porém, seria uma descrição incompleta: no mundo real, pode achar muitas áreas, dentro da firma, nas quais isto não se aplica. Se a produção é regulada pelos movimentos dos preços, poderia ser realizada sem nenhuma organização; Todavia, Marshall introduz como um quarto fator de produção, a organização. Afinal, existem “ilhas de poder consciente”, conforme afirma D.H. Robertson, uma vez que dentro da firma há o empresário-coordenador que direcionará a produção.

Coase assume que o que distingue a firma é a substituição do mecanismo de preço, que é  relacionada à rede externa de preços e custos  relativos. E isto é importante para descobrir a exata  natureza dessa relação, a fim de que se estabeleça uma relação entre o que  parece ser um gap na teoria econômica entre  a  suposição de que os recursos são alocados pelos  mecanismos de preço e a suposição de que esta  alocação é dependente do empreendedor-coordenador. Evidencia esse cenário ao pontuar que o empreendedor se ocupa com a divisão do trabalho dentro de cada firma, organizando-a, mas colabora com uma especialização econômica muito maior, o que significa, em outras palavras, que desempenha um papel de única célula em um organismo maior.

- Nesse ínterim, os economistas validam o mecanismo de preços como um instrumento de organização, entretanto, admitem também o papel de coordenação pelo “empresário”.

Para sobrepor-se as lacunas aparentes na teoria econômica entre os pressupostos de que os recursos são alocados pelo mecanismo de preços e o pressuposto de que esta alocação depende do empresário coordenador, deve-se atentar para a base na qual essa escolha de alternativa é efetuada.

II

Inicialmente, é necessário observar o porquê de uma empresa emergir em um mercado especializado.

Uma razão que explica a rentabilidade de se estabelecer uma firma pode ser porque parece haver um custo de usar o mecanismo do preço – custo esse de realizar a organização por meio de tal mecanismo com a finalidade de descobrir quais são os preços relevantes. Inerente a isso, também estão presentes os custos contratuais (estes relativos a negociação e pacto de contratos individuais para cada transação de troca em um mercado). Contratos não são eliminados quando existe uma firma, mas podem ser significativamente reduzidos, visto que um fator da produção só realizará, em geral, um contrato para cooperação nela, o qual seria para ser empregado na firma.

Quando a direção dos recursos juntamente com os limites do contrato começa a depender do comprador, essa relação que Coase chama  de firma pode ser obtida. É provável que uma  empresa surja naqueles casos onde um  contrato de muito curto prazo possa ser  insatisfatório.

Dessa forma, é perceptível que uma operação de mercado tem um custo. E para a formação de uma organização e de uma autoridade para a direção dos recursos, certos custos de mercado são conservados. Portanto, o empreendedor tem que realizar sua função a um baixo preço, levando em consideração o fato de que pode obter fatores de produção a preços mais baixos que os custos de transação que ele substitui.

Ainda é válido ressaltar que muitos consideram a questão da incerteza relevante para o estudo do equilíbrio da firma. Parece improvável que uma firma possa emergir sem a existência de incerteza, embora Coase considere que não seja tão pertinente para saber o motivo que determina a alocação de recursos não ser feita diretamente pelo mecanismo de preços.

Depreende-se, até então, que uma firma consiste de um sistema de relações que começa a existir quando a direção dos recursos é dependente de um empreendedor, em meio a uma economia de troca especializada, na qual a distribuição de recursos se dá pelo mecanismo de preços. 

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