Resenha a Paz Perpétua

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No segundo artigo, Kant sugere a formação de uma liga de povos para garantir um estado de paz. Essa liga de povos resultaria de um contrato entre Estados livres, aliados por interesses e compromissos iguais. Com essa liga de povos, seria possível a criação de uma liga de paz, que juntaria todos os Estados, fazendo com que o desejo da população se torne possível. Contudo, antes disso, as pessoas precisariam aprender a conviver cultivando a tolerância, que significa desenvolver a capacidade de vivenciar um conflito de modo positivo, procurando soluções justas para os envolvidos.

A paz perpétua deve ser entendida como um processo, para o qual todos precisam estar preparados, educados. Esse processo necessita de um investimento no cultivo da razão, tanto individualmente, quanto coletivamente., e é dessa educação que depende a sobrevivência da humanidade, a preservação do meio ambiente e a felicidade dos seres humanos. É um processo que não tem fim, deve ser passado geração após geração para construir a paz.

No terceiro e último artigo, Kant prezava a convivência uns com os outros, assim, a tolerância mútua era necessária. Compete a cada um dos indivíduos o direito de visita, de hospitalidade e de posse. O direito de visita e o de hospitalidade teriam a função de promover a comunicação e o relacionamento pacífico entre pessoas de todos os lugares do mundo, e contribuiriam para a formação de uma constituição cosmopolita.

A paz perpétua foi escrita em 1795, e desde então, o mundo passou por muitas mudanças, como o poder econômico que se tornou um valor para a sociedade e os bens materiais que não deixam espaço para os princípios éticos que baseavam as obras de Kant.

A nova realidade do mundo pede estratégias diferentes para atingir a paz perpétua. Contudo, ainda são pessoas que constituem as nações e a sociedade, portanto, ainda é necessário investir no desenvolvimento humano, na educação, para que as novas leis, acordos e ligas realmente funcionem.