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Resenha: Capitalismo globalizado e recursos territoriais: fronteiras da acumulação no Brasil contemporâneo

Por:   •  26/12/2018  •  971 Palavras (4 Páginas)  •  507 Visualizações

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O livro, como uma coletânea apresenta-se sem muita ligação conceitual em seus capítulos, deixando a desejar quanto ao dialogo entre os autores.

Enquanto João Antônio de Almeida traz analise sobre a crise econômica discutindo-a sob o enfoque estruturalista, observando as razões que continuam a reforçar o capitalismo dependente, comparando ao que ocorreu na crise de 1930 até o neoliberalismo.

O autor Luis Fernando Novoa Garzon, traz em seu artigo, a ótica da a lógica econômica de natureza imediatista, rentista e patrimonialista que se estabelece na "estrutura genética" (p.49) do capitalismo no Brasil que se apresenta na "plataforma territorial-econômica" criando um trágico cenário de surgimento de "máquinas de produção de múltiplas desigualdades".

Apresenta-se ainda pelo autor Antonio Augusto Rossotto Ioris, uma análise histórica sobre a apropriação econômica dos recursos hídricos no Brasil, com uma abordagem sobre é a relação entre a questão da água e o desenvolvimento nacional, e os meios de apropriação dos recursos hídricos, que ajudam a conduzir o caráter excludente do desenvolvimento.

As seções que tratam sobre a mineração e agrocombustíveis mostram o aprofundamento da commoditização da economia e apresenta uma abertura dos autores para observar e analisar a complicação das forças tanto politicas como sociais, e econômicas que agem no crescimento econômico nos diversos setores.

Ademais, fica claro na leitura do livro que os autores destacam ainda caráter conflituoso também dos processos de exploração mineral, ao passo que acabam estruturando novas relações de poder e de disputas pelo território, em razão da superposição e à convivência de diferentes economias ou territórios em construção.

De um modo geral, denota-se que o livro apresenta os diversos conflitos e disputas que hoje são distintos daqueles que se manifestavam durante a década de 1980 no Brasil. Apresentando-se como conflitos que se sustentam em torno de uma suposta e quase inatingível sustentabilidade.

Sem dúvida uma das principais contribuições desse livro é trazer para o debate a ação de resistência aos aparelhos hegemônicos de apropriação dos recursos e distinguir a necessidade uma maior participação e controle exercido pela sociedade, para dar um novo sentido social à ação reguladora do Estado, para não deter a mobilidade dos capitais criando novos campos de lutas sociais, em decorrência da disputa pelo território.

Referências Bibliográficas

LACOSTE, Y Géopolitique de l´eau. Hérodote. (102), 2001.

LACOSTE, Y De la Géopolitique aux paysages: dictionnaire de la gégraphie. Paris Armand Colin, 2003

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