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Resenha Relações Sociais e Serviço Social no Brasil

Por:   •  5/8/2018  •  2.344 Palavras (10 Páginas)  •  364 Visualizações

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Como o capitalista lucra em cima da mais valia, o interesse dele em acelerar o ritmo da produção ou estender o horário de trabalho é legítimo. Ele teria uma quantidade maior de mercadorias produzidas por apenas um trabalhador, aumentando seu lucro pois esse trabalhador vendeu sua força de trabalho na forma assalariada e não na forma de comissão onde ganharia por produção.

- As relações sociais mistificadas e o ciclo do capital

O Capital investido inicialmente pelo capitalista para ser proprietário dos meios de produção (matéria prima) é duplicado na forma de lucro, quando suas mercadorias são produzidas e vendidas por um valor maior do que custaram na produção. Esse excedente como explicado anteriormente é o lucro do capitalista que reiniciará o ciclo da produção: compra de matéria prima + pagamento dos trabalhadores = mercadorias prontas ($$$).

Essas mercadorias vendidas tem que dar lucros suficientes para investir no capital de giro da empresa. Esse capital adicional usa parte da mais valia para ampliar a escala da produção que consequentemente exigirá uma ampliação do proletariado. O trabalho assalariado nesse ciclo é uma engrenagem que serve de enriquecimento para os capitalistas. Tudo que esse trabalhador adquirir é convertido para sua subsistência, não permitindo que ele largue esse sistema explorador, pois os meios de vida estão concentrados em uma classe minoritária.

A autora explica que se não houver a exploração excedente, se não houver a mais valia, se o trabalhador trabalhar apenas o suficiente para pagar o seu salário, a continuidade da produção estaria comprometida pois não haveria lucro para reprodução, e lucro é o que move o capitalista.

O capital variável é produzido pela classe trabalhadora, se é necessário que o trabalhador primeiro produza para depois ser pago, gera um “crédito” ao capitalista. Crédito que será usado no processo de relações sociais entre classes.

Quando Iamamoto diz, “o trabalhador produz e reproduz o capital, produz e reproduz a classe capitalista que o personifica, enfim, cria e recria as condições de sua própria dominação”, entendo que ela se refere ao fato do homem se submeter e aceitar essa dominação, essa exploração. Dessa forma é ele quem gira a roda a capitalista, dando condições para ser cada vez mais dominado.

Essa forma de crescer a lucratividade da classe capitalista, os trabalhadores reduzem qualquer possibilidade de obterem os meios de vida necessários para se libertarem dos capitalistas. Esse estranhamento cria um processo onde a minoria acumula riquezas.

Partindo dessa visão, o trabalhador se aliena, ele trabalha porque precisa e não porque gosta. Ele não se identifica em nada que produz, não sente satisfação, o trabalho se torna maçante e estressante melhorando apenas quando as horas que vendeu acabarem e ele for embora para casa.

Quando o capitalista exige maior produtividade do trabalhador, ele lucra 2 vezes. Primeiro ele lucra com a mais valia e em segundo lucra com a economia de exigir que apenas um funcionário faça o trabalho de dois. Esse excesso de trabalho concentrado em poucos trabalhadores permite o aumento do desemprego, pois o que é trabalho para dois ou três o capitalista explora apenas um trabalhador permitindo que seus custos sejam baixos e seus lucros muito mais elevados.

Em momentos de “vacas gordas”, esses trabalhadores desempregados começam a exigir uma maior oferta no mercado de trabalho, os empregados pedem aumentos salariais, mais benefícios etc. Em momentos de crise esses pedidos são freados, favorecendo a classe capitalista no quesito de oferta e procura. Existe uma certa pressão nos trabalhadores, se eles exigirem de mais o capitalista tem “N” outros trabalhadores desempregados que aceitariam suas regras sem questionar.

A expansão industrial exige mão de obra jovem e barata, devido as condições exigirem uma rápida produção, e os mais velhos e deficientes não teriam vez por trabalharem de uma forma mais lenta. Essa demanda da população trabalhadora é muito menor no campo rural devido a migração de grande parte destes trabalhadores para as cidades.

Na lógica capitalista o lucro concebido através da mais valia de seus trabalhadores não é apropriação indevida e sum um mero mecanismo do mercado onde se compra barato e se vende caro.

- A reprodução do capital e a totalidade da vida social

A exploração do trabalhador não é apenas na produção para o capitalista, ela reflete em sua saúde, condições de moradia, degradação moral e intelectual pois o trabalhador passa 20 anos exercendo a mesma função mecânica e repetitiva, ao final ele não saberá nada além daquilo. Reflete também na sua família, as horas exigidas pelo capitalista desorganiza sua vida familiar.

A falta de estrutura ou de importância do capitalista com a saúde e segurança de seu trabalhador permitiu o crescimento de acidentes de trabalho. Esse processo de industrialização ao alcançar o operário, transforma seu trabalho em sofrimento frequente. Esse processo de industrialização serviu para que o trabalhador corresse atrás de melhores condições de trabalho e vitórias parciais de suas reivindicações.

Fica claro que o processo de produção capitalista não é apenas reprodução de relações sociais, é também de produção de relações.

CAPITULO II

O Serviço Social no processo de Reprodução das Relações Sociais

- Perspectiva de análise

Nessa parte do livro a autora analisa a reconstrução da profissão de Serviço Social, adotando um caminho teórico-metodológico como expressada no capítulo anterior. Pretende entender historicamente a profissão que se fortaleceu no trabalho coletivo das melhorias sociais pertencentes à sociedade industrial e refletir sobre o papel do Serviço Social frente às relações sociais.

Iamamoto afirma que pensar apenas em reproduções de relações sociais não é todo correto pois isso não restringe à reprodução da força viva de trabalho e dos meios objetivos de produção. Esse processo não é apenas reprodução material, engloba consumo, distribuição e a toca dos objetos produzidos, envolve também, a reprodução do intelecto, o desenvolvimento das formas de consciência social como jurídicas, religiosas, filosóficas etc.

Dessa forma o que era apenas reprodução das relações sociais vira também

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