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RESUMO CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político

Por:   •  16/12/2017  •  1.710 Palavras (7 Páginas)  •  461 Visualizações

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Os políticos possuem três técnicas para conservar sua imagem como a negação baseada em negar as acusações tornando-as insustentáveis e sem necessidade de legitima-las; a razão superior a qual o estadista pratica algo e fundamenta o seu argumento explicando que o ato foi consumado como forma de defesa da identidade social; e a não intencionalidade transmitindo a imagem que a ocorrência desses fatos se dá devido a motivos naturais ou apenas por obediência aos domínios, utilizando-se disso para fortalecer assim as suas convicções embora, isso pode não ser o suficiente para o politico reaver a moralidade afetada pelos depoimentos negativos.

O ethos político liga-se aos princípios pregados pelo orador aos seus interlocutores que criavam as suas expectativas e outorgavam valores favoráveis ou não, deste modo, temos o ethé de identificação, a qual os eleitores vinculavam a sua imagem a do politico mediante a um progresso de reconhecimento insensato; o ethos de potência remete a presença no domínio da natureza; o ethos de caráter está vinculado ao domínio de espirito possuindo duas variações tendo as provocações como principal meio de lidar com alguns indivíduos que avaliam a figura do político á polemica, ocorrendo, normalmente em debates onde se encontram oposições de argumentos; o ethos de “inteligência” pode ocasionar o encanto e o respeito através exposição dessas imagens as quais as pessoas possam ser levadas a apoiar. Dentre as figuras temos a malícia com as características enigmáticas, a qual procura apresentar as propostas disfarçando os reais objetivos delas e a astucia sendo apresentada com a presença de disfarces e utopias; o ethos de “humanidade” sendo uma imagem muito crucial ao meio politico e de difícil modificação remetendo-se a figura sentimental, devendo, aparecer somente em algumas situações e, a figura de confissão, que pode ser visto como sinal de fraqueza em algumas culturas, nela, o político reconhece as críticas do seu oponente como verdadeiras. Há ainda a figura da intimidade sendo estabelecida pela participação dos jornalistas, a qual os políticos produzem imagens que são utilizadas de forma positiva ou não pela mídia; o ethos de “chefe” liga-se a politico construção de uma imagem de porta voz da sociedade, demonstrando os seus aparentes ideais a qual os cidadãos creem nessa semelhança e sentem-se representados pelo politico em questão, podendo manusear-se de três figuras sendo a de guia supremo a qual o politico constrói uma figura de herói expressando a ideia de condutor do grupo social, sendo o líder repleto de princípios e moralidade; a imagem de chefe soberano adquirindo desta forma o ícone de atitudes legitimas a qual os seus interesses e os interesses do estado são muitas vezes confundidos por estarem interligados; e a imagem de comandante a qual se vincula a violência e a autoridade dando a imagem de senhor da força; por fim temos o ethos de “solidariedade” trazendo o político como um ser nobre que partilha as mesmas ideias do grupo politico e busca união de todos contra todas as ameaças que assolam a sociedade. A aceitação ou negação dessas imagens variam das diversas características e convicções ocupadas pelos interlocutores.

Os procedimentos discursivos são utilizados na construção dos ethos por parte do locutor, deste modo, adquirem diferentes aspectos ao falante sendo eles positivos ou negativos. Cada individuo possui a sua característica de fala variando-a de acordo com o seu grau de instrução, ocupações sociais e fatores culturais, com isso o locutor necessita assumir características similares à fala dos seus interlocutores. Dentre os procedimentos discursivos temos o “bem falar” a qual, se relaciona à utilização das normas cultas e padrões sendo, uma linguagem sofisticada tendo, como característica a pronuncia com um ritmo equilibrado, devendo ser utilizada em um discurso para a alta sociedade criando um ethos de elite sábio e especialista; o “falar forte” figura-se a ideia de força vocal e discursos bem articulados, criando um ethos de líder politico; o ‘falar tranquilo” personalizado por uma dicção de aspectos lentos identificando-se com o ethé ligado a potencia da alma interior, construindo uma imagem de soberano paternal; por fim temos o “falar regional” ligada ao sotaque regional, podendo destacar a originalidade, adquirindo a proximidade com os de origem semelhante produzindo uma imagem de defensor da soberania nacional. Todos esses meios são utilizados pelos políticos como forma de convencer e atrair a todos por meio da exposição oral.

Os procedimentos enunciativos permite o locutor aplicar a “elocutiva” a qual expõe uma ideia ethos de solidariedade, utilizando de opiniões próprias e pronomes que dão a compreensão de igualdade entre o emissor e o receptor do discurso; a enunciação “alocutiva” o locutor se utiliza de pronomes pessoais na segunda pessoa produzindo uma relação com os interlocutores, dando a ideia de legitimador, produzindo assim a imagem de chefe soberano. Constantemente são unidas as enunciações elocutivas e alocutivas; por fim temos a enunciação “delocutiva” a qual expõe a o discurso politico com impessoalidade, explicando que a responsabilidade é nula por parte dos interlocutores presentes, se identificando desta forma a ideia de soberania.

São atribuídos vários modelos de discursos que são escolhidos de acordo com o público-alvo sendo analisado pelo o politico as características dos seus cidadãos avaliando desta forma o grau de instrução, posição social, costumes, moralidades,

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