Psicologia Aplicada Polícia Militar São Paulo
Por: Salezio.Francisco • 18/4/2018 • 4.808 Palavras (20 Páginas) • 319 Visualizações
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Até cerca de 1800, a ética, sobretudo a ética profissional, estava relacionada a questões pessoais. O que era levado em conta eram o caráter, a honra e a desonra, a virtude e o vício. A ética nada tinha a ver com códigos de conduta previamente estabelecidos.
Thomas Percival, médico, filósofo e escritor inglês publicou em 1803 um Código de Ética Médica dando enorme contribuição para a história da ética médica ocidental, tendo inclusive a Associação Médica Americana o adotado como Código de Ética Médica, em 1847, tornando-se assim o primeiro código de ética adotado por uma associação profissional nacional. Desde então, os demais códigos foram se aperfeiçoando e, no Brasil, o último que ainda está em vigência é o aprovado em 2009.
A ética profissional estuda e regula o relacionamento existente entre o exercício da profissão tanto com seu público interno quanto com seu público externo, visando à dignidade humana e a construção do bem estar no contexto sociocultural onde o indivíduo exerce sua profissão.
Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida profissional porque cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam.
Cabe sempre, quando se fala em virtudes profissionais, mencionarmos a existência dos códigos de ética profissional. As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador. É uma espécie de contrato de classe e os órgãos de fiscalização do exercício da profissão, uma vez que passam a controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo social.
Nesse contexto, essas duas profissões lidam com algo muito importante em comum: a vida, a integridade física e a dignidade. Tanto a medicina quanto a classe policial militar têm normas de conduta regradas por um código ético, com vários pontos de vistas sobre o rumo a ser seguido, proibições e até sanções em caso de desvios de conduta.
Outra característica e objetivo de qualquer código de ética é a preservação da imagem da classe perante a sociedade, um tipo de auto defesa para manter sua integridade e até sua existência, permeando inclusive o relacionamento entre os pares de uma mesma profissão.
Na atualidade, a crise dos valores chega a ameaçar a vida, a integridade e a dignidade humana, porém profissões tão importantes para a sociedade devem se abster de tudo que possa denegrir a moral. Deste modo, toda contribuição ética é bem-vinda, uma vez que as discussões que envolvem os problemas éticos passam necessariamente, pelas vias acadêmicas.
Em códigos de ética de profissões diferentes podemos encontrar muitas particularidades em comum, assim como ocorre com a Medicina e a Polícia Militar, semelhanças essas que serão detalhadas minuciosamente do decorrer deste trabalho.
2. OBJETIVO
Este trabalho foi produzido visando apresentar aspectos relacionados a Ética Médica e também dos profissionais de Polícia Militar do Estado de São Paulo, fazendo um comparativo com o Código de Ética Médica e com o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM), demonstrando sua indispensável existência para que se regule um conjunto de normas morais e se estabeleça harmonia e limites entre os indivíduos pertencentes a um grupo profissional, bem como para evitar-se abusos entre os públicos interno e externo das instituições.
Resumindo:
- Interpretar as semelhanças existentes entre o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de São Paulo e o Código de Ética Médica.
- Conhecer as sanções aplicáveis ao profissional que incorre em desvios de conduta que ferem o código de ética.
- Como é feita a fiscalização dos Códigos em questão.
3. DESENVOLVIMENTO
Podemos definir a ética como o estudo dos valores morais e princípios ideais do comportamento humano na sociedade. Em outras palavras, a ética diz respeito ao caráter. É diferente da moral, porque fundamenta as atitudes exclusivamente pela razão, enquanto a moral é baseada em obediência a certos costumes e hábitos que variam de acordo com a cultura.
Sendo assim, podemos entender a Ética Profissional como sendo o conjunto de práticas que determinam a adaptação no desempenho de qualquer ofício. Através da ética que se dá a boa relação entre pessoas no trabalho, sendo, principalmente, o respeito e o bem-estar no ambiente de trabalho.
Quando se fala sobre ética, é interessante lembrar que ela é intrínseca à vida do homem, isto é, imprescindível para o convívio em sociedade. É por meio dela que se aplica o respeito aos outros. Logo, dentro do ambiente profissional ela é ainda mais considerável. Afinal de contas, atitudes inapropriadas, certamente prejudicam o funcionamento e o nome de uma empresa.
Existe uma ética padrão? Algumas áreas profissionais possuem comitês responsáveis pela elaboração de Códigos de Ética próprios, todavia, estes referem-se a diretrizes e princípios padrões das respectivas áreas, e são essenciais por uma questão de segurança. Eles prevêem sanções disciplinares em lei para transgressões. Entretanto, existem comportamentos que devem ser admitidos em qualquer área, pois contribuem para o bom andamento do trabalho. O voto proferido nas colações de grau de todos os cursos, nada mais é que um código de conduta ético de cada profissão. Assim como todos os códigos de ética, eles devem ser cumpridos, caso contrário, podem implicar em sanções, danos à sociedade, consumidores ou empresas.
O código de Ética é um documento com inúmeras diretrizes que guiam as pessoas quanto à sua conduta e posicionamento, admitidas ou até mesmo suportadas pela sociedade com um todo, ajustando os integrantes a um comportamento politicamente correto e de encontro com a boa imagem que a empresa ou o ofício deseja ocupar, até mesmo estimulando a voluntariedade e a socialização destas pessoas e que, devido a criação de algumas atividades profissionais, é redigido, analisado e aprovado pela entidade de classe respectiva, de acordo com as atribuições da atividade desempenhada, de forma que ela se adeque aos interesses, e anseios da comunidade beneficiada pelos serviços que serão oferecidos pelo profissional sobre o qual o código
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