PRECONCEITO E SUA INFLUENCIA NA ADOÇÃO
Por: SonSolimar • 3/9/2018 • 1.640 Palavras (7 Páginas) • 253 Visualizações
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Algo importante é trabalhar com a criança a questão do racismo existente na nossa sociedade. Não podemos ignorar que convivemos com o racismo. A conscientização dos pais quanto a este tema e seu enfrentamento dentro da realidade são essenciais para que eles possam ajudá-la neste processo.
Portanto, devemos encarar o racismo, afinal, é bastante existente na sociedade, mas não devemos aceitar a influência do mesmo nas decisões fundamentais. Principalmente na adoção, pois, como citado no parágrafo anterior, há casos que a família adota e devolve a criança para o abrigo, como se a mesma fosse um objeto. E, com certeza, isso é fruto de algo originado (ou até mesmo diretamente) do racismo. E como uma das principais preocupações do trabalho, poupar a saúde mental da criança, pois a mesma com certeza já passou por experiências não comuns para a sociedade “normal”, e sofrer sendo rejeitada é pior ainda.
- INFLUÊNCIA DO PRECONCEITO NOS PAIS
Após o processo de adoção, o adotado carrega com ele uma história de vida que, geralmente, envolve o sentimento de medo. E esse sentimento ainda existe, mas existe na forma de ser abandonado de novo. Um dos maiores medos do adotado é ser abandonado novamente, pois há o receio de que a história que aconteceu com o mesmo se repita, portanto, há a necessidade de exterminar da mente dos pais o principal tema do trabalho: o racismo. A relação do racismo com o medo da criança não é tão direta, mas se pararmos para analisar, a relação é que, tendo a influência (por meio social, mídia, etc...) do preconceito para com os pais, pode haver uma instabilidade emocional e psíquica nos pais, podendo assim resultar num abandono da criança.
Essa constatação é mais voltada para a área de Psicologia, mas, relacionando com a Psicologia Jurídica, vemos que, a partir que os pais adotaram uma criança, seus direitos agora são como se eles fossem os pais biológicos, portanto, qualquer ato direcionado à criança, sendo de ordem ilícita, será considerado crime – e com certeza sancionado.
- DIREITOS E DEVERES DOS PAIS ADOTIVOS
Já que à partir da adoção os pais adotivos passam a ter os direitos e deveres de um pai biológico, o âmbito moral e jurídico se estabelecem diretamente nessa situação. O Estatuto da Criança e do Adolescente grifam bem a parte jurídica da adoção.
E nesse assunto a Dr.ª Maria Cecília Gollner Stephan chama a atenção para o uso do ECA, e como conhecimento fundamental, podemos ver no Art. 22 do ECA: “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.”. E o Art.19 se aprofunda, visando os direitos da criança: “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.”.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho por mais que tenha o foco principal a eliminação do preconceito e sua influência na adoção, houve a abordagem também do âmbito psicológico, pois tratando-se de adoção, ver o lado humano e estudar os comportamentos é essencial. E há também a relação com o Direito, que é a minha área, pois a adoção sendo um ato jurídico, é necessário normas jurídicas para estabelecer justiça nas decisões.
O objetivo, como citado acima, sendo eliminar a problemática, que é o preconceito e suas vertentes na adoção, a solução seria conscientizar a sociedade. Conscientizar as pessoas das leis em vigor, que preconceito é crime. E que no processo de adoção, os futuros pais adotivos enxerguem a criança com olhos humanos, e não com a consciência preocupada nas críticas que uns possam fazer. Afinal, a adoção além de ser um ato jurídico, é um ato de amor, dar à uma criança/adolescente a chance de viver em uma família, em uma família boa, harmônica, saudável e feliz.
A conscientização da sociedade contra o preconceito pode ser feita através da mídia, que atualmente é um grande aliado de todos. Do mesmo jeito que a mídia promove eventos, divulga informações e também manipula as pessoas (de algumas fomas), a mesma também pode promover, divulgar e conscientizar que: o preconceito não é bom. Não pode influenciar em decisões, não pode influenciar no modo de pensar, porque caso isso continue acontecendo, os abrigos estarão cada vez mais cheios e a fila para adoção cada vez maior.
Portanto, a análise desse trabalho envolve questões de natureza humana, de conscientização e preocupação com o próximo; envolve questões do âmbito do Direito, mais especificamente no Código Civil e no ECA; e envolve questões da psicologia. Além das análises feitas, o mesmo assunto poderia ser parte de estudos de Antropologia, Filosofia, etc.
A ideia de que a maioria das crianças nos abrigos é negra é verdade, mas esse fato tem diminuído, de acordo com a evolução da sociedade. Porém, a fila para adotar continua grande. Mas, se continuarmos a seguir esse caminho, impedindo a influência do preconceito, os dois problemas se resolverão e a adoção será mais harmônica.
REFERÊNCIAS
“Já com relação às crianças da cor negra, o número de interessados foi de apenas
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