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Os tipos puros de dominação e a formas modernas de poder segundo Bobbio

Por:   •  7/4/2018  •  2.212 Palavras (9 Páginas)  •  467 Visualizações

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que conseguem encontrar guarida para suas pretensões ao conquistar seus aliados e convence-los a serem submissos àquele ideal.

Ficou nítido que as contribuições de Weber foram cruciais para entender a dominação como um elemento integrante da ação social ou como fator preponderante para a práxis social.

Paralelamente a esse entendimento temos as contribuições do doutrinador Norberto Bobbio que, dentro do perspectiva contemporânea, define as formas de poder moderno, é importante reforçar que a dominação e o poder não são sinônimos, esta é uma forma especial deste.

À luz do pensamento de Bobbio as formas modernas do poder se resumem: no poder político, poder econômico e poder ideológico. Ao analisar a dominação a partir desse entendimento entramos setores sociais distintos.

O iminente jus filósofo Norberto Bobbio tratou do poder econômico dentro do setor produtivo da sociedade, expondo que ele se vale da posse de certos bens necessários, ou sim considerados em uma situação de escassez, para induzir aqueles que não os possuem a ter uma certa conduta, consistente principalmente na execução de um certo tipo de trabalho. (Bobbio, 2000)

Ainda dentro sobre o poder econômico, é imperiosa a analogia com estruturação e desenvolvimento dos centros de produção, esse fenômeno foi muito explicado por Karl Marx ao justificar que a divisão do trabalho no interior de uma nação acarreta, primeiramente, separação do trabalho industrial, do comercial e do agrícola, isso num plano genérico, já que dentro das próprias corporações são criadas subdivisões, onde a hierarquia está condicionada pela modalidade de exploração (Marx, ano).

O trecho que esbouça parte do pensamento marxista apresenta uma manifestações de poder econômico dentro de uma corporação, sendo que a dominação é legitima em função do objetivo comum entre os indivíduos, buscar rendimentos para sua subsistência.

Sobre o poder político, o autor se debruça à conceitua-lo a partir do uso da força como forma de legitimidade deste, em seu Dicionário de Política ele expõe, “O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos grupos que atuam num determinado contexto social, exclusividade que e o resultado de um processo que se desenvolve em toda a sociedade organizada, no sentido da monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física.” (Bobbio, 2004)

O pensamento de Bobbio destaca a submissão das classes ao Estatuto (Lei), tal como defendia Weber em tempos pretéritos, isso porque os indivíduos abdicam de seu direito ao uso da força e depositam na mão de do ordenamento.

Veja-se que essa gama de informações também nos aproxima dos ideais defendidos por Rousseau. Ora, o Contrato Social nada mais é do que expressão mais correta que exemplifica o deposito das liberdades individuais na mão do soberano saindo da condição de Estado primitivo para o Estado Moderno.

Inegavelmente existem uma miríade de pensamentos sobre a matéria, desde de Hobbes até os dias atuais, porém o mais o importante, por hora, é verificar que esta forma moderna de poder se sobrepõe aos outros em virtude do uso da força e da violência e exclusivamente usada pelo estado, há paralelamente outros órgãos não estatais que utilizam a violência para exercer dominação, porém de forma ilegítima.

Esse exemplo se alinha ao que Michel Foucault definiu como microfísica do poder, essa é a percepção se dá quando dentro dos grupos ou comunidades, os próprios indivíduos buscam uma forma de dominação sobre os demais, as milícias são um exemplo de poder paraestatal que utiliza da violência em sua zona de comando.

Por fim, temos o poder ideológico que também é demasiadamente utilizado pelo estado como forma de padronização do comportamento humano, na visão de Bobbio o poder ideológico se funda na “influencia que as ideias formuladas de um uma determinado modo, emitidas em determinadas circunstâncias, por uma pessoa investida de autoridade, difundidas através de procedimentos, têm sobre a conduta dos consociados.”

Desta feita, tal entendimento nos permite influir que o Estado e os outros organismos de dominação agem de maneira silenciosa ao imporem seus padrões, uma visão que deve ser descrita aqui é a de Louis Althusser, quando o mesmo expõe sobre os aparelhos ideológicos do estado, definindo que a família, a escola e a igreja agem na confecção de padrões sociais.

2. O panorama atual a partir da análise das relações de poder

Assim como Marx definiu que as condições primarias para história humana é a existência de seres humanos (Marx, 1982), analogicamente definimos que a condição primordial para que haja dominação sempre serão os dominados, aqueles que dão legitimidade ao dominador mantendo um padrão social. Trazendo isso para a perspectiva nacional encontramos paradoxos que devem ser esclarecidos.

Do ponto vista nacional, a Constituição Federal, norma suprema do país, diz que todo poder emana do povo, porém ao sair do plano ideal para o plano real denota-se que esse poder não está sendo posto em favor do seu titular. Cabe explicar que não é povo que exerce o poder descrito na Carta da República, vivemos uma democracia indireta onde os representantes do povo têm o domínio do poder político e o usa de acordo com seus interesses.

Entretanto, antes de entrar nessa linha pensamento, é imperiosa a análise dos fatores e das circunstâncias que fazem com que as massas se subordinem à uma pequena elite. Para tanto, é necessário rever fatos históricos, culturais e econômicos.

Dentro do panorama histórico, é irrefutável que sempre houveram senhores a quem seus servos lhe dedicavam a vida, algo bem comum nas monarquias da antiguidade, até mesmo na idade média, diante disso percebe-se com clareza que a tradição dava legitimidade para que este senhor e sua descendência permanecessem com o poder.

Andando mais adiante na história chega-se a um momento onde o homem dominado pela ganancia destrói milhares vidas, esmaga a cultura de vários povos e os faz com ajuda de suas armas. Nesse momento a dominação é legitimada pela força, a colonização do novo mundo pela força das armas europeias deram lugar a instalação de uma elite no novo mundo.

Desta feita, as famílias europeias que colonizaram o país e também aqueles que vieram se refugiar e criaram suas riquezas com a ajuda da mão de obra escrava é um exemplo de como os acontecimentos históricos contribuíram para o quadro da sociedade atual.

Nada obstante, estão os fatores culturais que reforçam

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