O EFEITO FERGUSON

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contrastante entre pobreza e riqueza, quando observamos grandes condomínios ladeados por favelas etc.

Essa desigualdade social não deve servir como parâmetro para a atuação policial, porém é difícil comparar a abordagem policial em uma região da periferia, com a que é feita em bairros mais centrais e nobres das cidades, onde hipoteticamente residem pessoas mais abastadas financeiramente.

Diante destes fatores, seria possível a ocorrência do Efeito Ferguson no Brasil, porém como é algo relativamente novo, ainda não encampado pela nossa cultura, o que não significa dizer, que não existam manifestações pontuais sobre a atuação policial aqui, e ainda sendo o Brasil formado por uma população relativamente pacífica, por enquanto tal fenômeno não manifesta grandes probabilidades de ocorrer na mesma proporção do país norte amaericano.

Nesse sentido, tal efeito pode ser evitado através de politicas publicas e de segurança que vão desde a formação e valorização policial a melhorias na geração de emprego e renda, educação, saúde, saneamento básico, relações interculturais e raciais, para que cada vez mais se diminua a exclusão e a desigualdade social.

No campo da segurança pública deve ter sim aumento da proatividade policial (caráter preventivo), e se for o caso repressivo, com gestão inteligente e instrumentos eficazes de policiamento, pois a sociedade precisa entender que essa proatividade através de abordagens, por exemplo, serve para prevenção do crime, e não para importunar os cidadãos. Outro fator que deve ser observado é a atuação policial para fatos que realmente requerem o uso do direito penal como crimes contra o patrimônio, a vida e a liberdade praticados de forma violenta, e não uma mera perturbação do sossego ou uma pichação, que pode ser atendida pelo órgão municipal. Imagine por exemplo a viatura policial atendendo uma ocorrência de perturbação do sossego (som auto), que por acidente ou má avaliação resulte na morte do perturbador, isso pode gerar protestos.

Tudo isso deve ser feito, objetivando através do apoio da sociedade à atuação policial proativa e dentro da legalidade, sem seletividade discriminatória, bem como pelo reconhecimento dessa legitimidade, não só pela sociedade, mas principalmente pelos jovens negros, pobres e moradores da periferia.