CINZAS DO NORTE
Por: Salezio.Francisco • 29/1/2018 • 3.806 Palavras (16 Páginas) • 412 Visualizações
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CAPÍTULO 5 E 6
Carregando uma caixa de ferramentas, Macau (motorista de Jano) sumiu no porão do barco, Jano se encostou na amurada, contente por avistar Mundo saltar para fora do barco e se juntar aos homens, bebendo e mexendo com as meninas. A mulher que perto de seu filho vestia short e camiseta; morena e baixinha, ria de graça, aparentava ser mais que as outras, ela bebia, e rebolava diante de Mundo. Jano então se encheu de alegria ao presenciar a cena. O coronel Zanda erguia o copo, chamando Jano, que negava com um gesto. O pai de mundo se segurou, pois estava feliz, ele sorria embaraçado para Lavo, como se este fosse seu cúmplice, sem conseguir ver que tudo não passava de uma provocação de Mundo.
Durante o tempo que passaram no local, Mundo desapareceu, fugiu. Todos perguntavam por ele e ninguém sabia. Alguns dias se passaram e Lavo perguntou à Macau se tinha notícias sobre Mundo, o motorista então respondeu com as mãos escondendo o rosto Mundo já está em Manaus, mas ninguém podia saber.
Macau era pago por Jano para vigiar Muno, mas seu deboche da situação o tornava menos servil e parecia dizer: Mundo é um sacana que enganou todos nós. Na viagem de volta, Jano ficou remoendo a ousadia do filho. E, diante do homem, Lavo não sabia o que dizer. Jano subia até a cabine, perguntava a Macau como Mundo havia fugido e se tinha alguma lancha veloz no porto. O motorista balançava a cabeça dizendo que era um mistério, mas ia descobrir.
Então contou como havia embarcado num hidroavião, o Catalina do Correio Aéreo Nacional, que fazia escala no porto de Parintins. Persuadira o comandante a deixá-lo ir até Manaus. Chorando, dissera que Jano era um grande amigo do coronel Zanda e que ele, Mundo, tinha urgência para chegar: o pai estava muito enfermo. Entrou no hidroavião com a roupa do corpo, carregando os objetos e desenhos feitos pelo índio velho e as sementes e plantas que catara durante a viagem.
Tempos depois Lavo reencontra Mundo que traz desenhos que fez durante as férias, e mostrou-lhe objetos que havia trazido um índio chamado de Parintins chamado Nilo. O amigo apenas observou tudo e por não ter entender nada sobre artes, comentou que apesar de seu desentendimento na área, estava admirado, pois tudo dava uma visão das pessoas e do lugar.
CAPÍTULO 7 E 8
Novamente Mundo fora expulso do colégio, Albino Palha questionou se o jovem havia sido “Expulso ou suspenso”, logo em seguida ele obtém a resposta que confirma a expulsão de Jano por ter discutido com u m professor de história que elogiou o governo militar, e fez uma caricatura horrível do professor e depois rasgou a farda e a pregou.
Alícia não suportando a situação, pediu para que não contasse o que havia acontecido, dizendo que não tinha necessidade de contar, pois o doutor Palha não precisava tomar conhecimento dessas coisas.
Jano não se importou com o pedido de Alícia e prosseguiu dizendo que o filho havia rasgado a farda, pregado os trapos nas janelas e saiu quase nu na frente de todo mundo. Disse que Mundo se expôs ao ridículo, zombou do diretor e ainda fez uma caricatura também deste. E afirmou que o filho iria estudar em colégio militar para ter formação moral e de caráter e não pela qualidade de ensino.
Alícia notou que Lavo observava perto da copa, ela fez sinal para que ele entrasse. Ele falou que voltaria mais tarde para falar com Mundo. Ela perguntou se ele tinha medo de alguma coisa naquela casa
Albino Palha se levantou e estendeu a mão para Lavo. Jano lhe ofereceu uma cadeira; mesmo querendo de ir embora, o jovem se sentindo constrangido preferiu ficar de pé.
Jano falava com orgulho a respeito do filho, que agora estudava no colégio militar e seguia disciplina, perguntando se os de mais haviam visto Mundo na Marcha dos Mascotes, afirmava que o jovem parecia um cadete.“ Naiá mirava a agulha na coxa do patrão, Alícia olhava para o alicate da manicure e mordia os lábios, ambas alheias ao entusiasmo de Jano.
Tal desfile comemorava mais um aniversário do governo militar, por isso era sensação na cidade. Os calouros, de boina vermelha e casaco de brim verde, marchavam e pareciam tomar o rumo de um futuro promissor. Mundo era o mais velho, o mais alto e também o mais desengonçado. Naquele sábado, ele havia prometido passar em sua casa depois do desfile. Mas Alícia chamou Lavo e disse que o filho não vinha, pois ia participar de uma excursão na selva.
CAPÍTULO 9 E 10
Durante esse acampamento Mundo adoeceu, mesmo assim voltou sozinho para o internato, Naiá (empregada da casa) não conseguiu detê-lo, pois Alícia havia esperado o filho dormir para poder sair, porém ele fingiu, pegou os medicamentos e fugiu. Lavo ainda aguardou por Alícia e, antes de Jano chegar, foi embora. À indisciplina do amigo, fez com que a mãe passasse a vigiá-lo e inventar coisas a seu respeito, o motorista recebia uma gorjeta de Jano para viagiar Mundo e contar coisas a seu respeito, as quais ele inventava para não desanimar o patrão, e ganhar sua gorjeta.
Ran assegurou a Lavo que Jano andava tão entusiasmado com o desempenho do filho no internato que não percebeu o drama de Alícia.
Tempos passaram, e então num reencontro de amigos Mundo começou a dizer para Lavo aquela a noite é só dele, o empurrando, falando alto que Ran era quem estava certo, a vida é melhor na calçada, e que dane-se tudo, o pai, tudo...”. Mandou que a moça Aminadabe (garota de programa) dançasse com o doutor Lavo (agora estudante de Direito), o homem da lei.
Levantou num ímpeto, virou a cabeça para a sala e começou a gritar, fora de si: “Conhecem o maior artista do Amazonas? Ele vende quadros por uma fortuna e paga uns trocados pra descabaçar essas meninas”.
De frente para Arana, Mundo o questionou: “Não é pra isso que serve tua arte?”.
A dona do bar correu até a mesa deles, e um homem foi por trás, enlaçou Mundo pelo pescoço e o arrastou até o atracadouro. Outros homens pularam de um motor e o cercaram. Arana começou a pedir para não batessem em Mundo, pois estava bêbado. Dalva, ordenou que eles deixassem o bar. Diante disso, Arana gritou para que Mundo fosse até sua casa para que eles conversassem, Mundo não ouviu ou se fez de desentendido, ficou deitado com a boca aberta, e a cabeça apoiada na tábua de uma canoa.
Lavo preocupado, perguntava se haviam machucado o amigo, e Mundo embebedado dizia “Três Estrelas”, disse ele. “A dona é uma cafetina
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