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ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA E DO DIREITO NO COMBATE A VIOLENCIA CONTRA À MULHER

Por:   •  13/12/2018  •  2.105 Palavras (9 Páginas)  •  311 Visualizações

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Em muitos casos de violência doméstica, os agressores induzem as vítimas a sentirem-se culpadas pela violência, sujeitam-nas a críticas constantes e fazem com que se sintam inúteis. Este padrão faz com que a depressão e o risco de suicídio sejam comuns entre as vítimas. Estima-se que cerca de 60% das vítimas de violência doméstica cumpram os critérios de diagnóstico de depressão nervosa. Em muitos casos, as sequelas psicológicas e o risco de suicídio persistem durante muito tempo, mesmo após a relação abusiva ter terminado, pelo que se recomenda à vítima recorrer a psicoterapia.

Além da depressão, as vítimas de violência doméstica manifestam a longo prazo ansiedade e pânico, sendo provável que cumpram os critérios de diagnóstico para perturbação de ansiedade e perturbação de pânico. A sequela psicológica mais comum da violência doméstica é a perturbação de stress pós-traumático. Esta condição é caracterizada por flashbacks, imagens intrusivas, reações de alarme, pesadelos e evasão dos estímulos associados ao abuso.

- A atuação da psicologia com mulheres vítimas de violência

A preocupação para a saúde física e psicológica de mulheres e crianças vítimas de violência doméstica passou a ser interesse para todas as camadas sociais em quase todo o mundo. Os profissionais de psicologia preocupam-se em dar apoio psicológico à essas vítimas que apresentam pensamentos desordenados, ansiosos e conflituosos como consequência direta da violência doméstica. Os serviços de aconselhamento psicológico no Brasil visam atender às mulheres e crianças que procuram o auxílio legal.

A problemática da violência contra mulher é considerada uma questão de saúde pública atualmente, tendo em vista que a mesma afeta não só a vítima, mas também a sociedade e qualquer pessoa independentemente do nível socioeconómico, cultural e nível de escolaridade, pois todas se encontram susceptíveis a sofrer violência.

No processo de Aconselhamento Psicológico, a Teoria de Carl Rogers considera o paciente como um sujeito ativo, sendo este responsável pela sua melhoria, na medida em que potencializa o indivíduo na busca de soluções para resolver os problemas apresentados.

Segundo a UNESCO, a fundamentação da Teoria de Rogers é que os homens possuem uma tendência de auto atualização em direção ao desenvolvimento das capacidades que servem para manter e elevar o indivíduo. Seguindo esse impulso inato, as pessoas podem conhecer as suas necessidades e desenvolver uma visão de si mesmas e integrar na sociedade de modo benéfico.

A essência da manifestação da violência doméstica vem da distribuição desigual do poder, tanto físico, social, quanto económico do homem sobre a mulher. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), quase metade das mulheres assassinadas são mortas pelo marido ou namorado, atual ou ex. A violência responde por aproximadamente 7% de todas as mortes de mulheres entre 15 a 44 anos no mundo todo. Em alguns países, até 69% das mulheres relatam terem sido agredidas fisicamente e até 47% declaram que sua primeira relação sexual foi forçada. É uma forma de coagir, de submeter o outro ao seu domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano. Às vezes, o predicado da violência indica em que espaço ela ocorre, como é o caso da expressão violência escolar, aquela que ocorre no âmbito da escola. A violência doméstica é caracterizada por toda ação que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família. Geralmente cometida dentro do ambiente familiar, por qualquer integrante da família que esteja em relação de poder com a pessoa agredida. Inclui também as pessoas que estão exercendo a função de pai ou mãe, mesmo sem laços de sangue.

- Aconselhamento Psicológico

Ruth Scheeffer, conceitua o aconselhamento como uma ação educativa, preventiva, de apoio, situacional, voltada para a solução de problemas. Ao passo que Carl Rogers, considera que este processo trabalha com material consciente e dá ênfase à normalidade. Seu objetivo é facilitar a pessoa a obter uma realização adequada; promover o desenvolvimento através de escolhas acertadas. A autora comenta que aconselhamento se relaciona a apoio e a reeducação.

Segundo Rogers, aconselhamento psicológico é um instrumento que se propõe a facilitar o resgate de uma visão mais integrada do paciente. O autor ainda defende que aconselhamento é um diálogo confidencial entre o paciente e o conselheiro cuja finalidade é contribuir para que o primeiro supere o seu estado de stress e possa tomar decisões saudáveis.

Rogers ressalta ainda que no processo de aconselhamento trabalha-se com a problemática que a pessoa expõe, acolhendo sua experiência em determinada situação. Rachel Rosenberg, endossa que esta característica de enfocar a experiência da pessoa por seu próprio referencial está ligada a uma outra que se refere à possibilidade de responder à pessoa que coloca sua demanda, já no momento presente, no aqui-e-agora da situação do encontro.

Com esta conceitualização pode-se realizar atividades com o objetivo de auxiliar cada paciente a enfrentar os conflitos vividos numa relação de violência doméstica, com um suporte psicológico, onde este proporciona esclarecimento sobre sua situação, promovendo uma nova significação do conflito. Consequentemente, as vítimas podem se tornar agente transformadora e capaz de construir estratégias, modificando seu quotidiano, suas relações e com capacidade de decidir sobre novas situações no âmbito familiar e social.

- Direito e Psicologia atuando juntos

A importância da interdisciplinaridade nos estudos torna-se cada vez mais necessária. Quando é feito um estudo, uma pesquisa ou até um julgamento utilizando as informações e ferramentas de várias áreas em conjunto, com certeza o resultado será muito mais complexo e satisfatório. A psicologia ajuda a interpretar e compreender determinadas atitudes baseadas no emocional do indivíduo, facilitando assim a vida do julgador. Com base nas informações e nos resultados obtidos pela psicologia, o Direito pode julgar os casos não somente se baseando na lei escrita, mas sim com os fatos reais do acontecimento e o que levou a este fato. Tanto uma como a outra matéria estão interligadas. Com este estudo, é possível demonstrar como o Direito não funciona de forma individual, ele necessita não somente da psicologia, mas também de outras matérias para

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