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A MULHER E O DIREITO DA CIDADE

Por:   •  12/4/2018  •  751 Palavras (4 Páginas)  •  410 Visualizações

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A resposta do poder público poderia ser diferente, fossem as mulheres de fato ouvidas na questão. Poderia ser investido dinheiro em campanhas educativas sobre machismo e violência sexual, aumento das linhas de metrô de modo a comportar todos os usuários de maneira razoável, funcionários treinados para lidar com o problema, maior segurança, etc. Porém, essas soluções custam dinheiro, demandam pessoal qualificado e prazos mais longos para ver resultados pareceu mais proveitoso culpabilizar e segregar a mulher do que implementá-las.

Avenidas fechadas, praças pouco movimentadas, ausência de telefones públicos para casos de emergências; uma realidade vivida por todos, mas especialmente custosa as mulheres. O centro urbano é onde acontece o trabalho produtivo, esse que é associado ao homem e de conteúdo financeiro, ao passo que o trabalho reprodutivo continua sendo exclusividade feminina e do espaço privado. Logo, não é de se espantar que as cidades estejam pouco preparadas para nos receber, elas não foram feitas nem por nós, nem para nós.

Quando falamos de Direito à Cidade estamos também falando de gestão democrática das cidades, no qual todos podem participar na criação e manutenção do espaço urbano. Mas no sistema político atual, mulheres e outros grupos sociais marginalizados não têm voz e lugar nessas decisões. As pessoas que decidem sobre os espaços públicos geralmente não sentiram o medo de andar na rua à noite, ou não sabem o que é um contato íntimo e indesejado em um ônibus. Devemos lutar por uma cidade democrática, segura, onde possamos ir onde quisermos usar o que quisermos fazer o que quisermos, sem que isso nos exponha a alguma forma de violência e/ou constrangimento.

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