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A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DE LEITORES ATIVOS

Por:   •  5/5/2018  •  4.337 Palavras (18 Páginas)  •  327 Visualizações

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Sabendo que a leitura é vista, na maioria das vezes, como algo “obrigatório” e “ruim”, como o educador pode fazer para ajudar a mudar essa realidade? O objetivo desse trabalho não é ditar regras ou fórmulas mágicas que mudem a postura do professor como incentivador da leitura, mas trazer reflexões pertinentes de como cada um pode melhorar a qualidade da leitura em sala, e quem sabe ajudar na formação de leitores proficientes. Mesmo diante de tantos desafios (má formação de professores, falta de boa estrutura da escola e bibliotecas e falta de incentivo dos gestores) é relevante a busca de soluções eficientes.

Nesse trabalho serão realizadas entrevistas com cinco professores de séries iniciais a fim de saber como tem sido feito o trabalho de estimular os alunos à leitura e se não tem sido feito o porquê de não fazê-la: falta de recursos (livros, biblioteca, bibliotecários)? Falta de apoio dos gestores? Despreparo? Quais as possíveis hipóteses que levam a esse desinteresse pela leitura. Também fiz a entrevista com dez alunos do 5º ano para saber se foram ou ainda são incentivados a lerem não só os livros didáticos, mas também os paradidáticos. Como esses alunos veem a leitura em sala de aula e como eles gostariam de vê-la. Tudo isso com o objetivo de entender e refletir como se dá essa relação professor-livro-aluno no intuito de analisar a postura do professor como motivador da busca do prazer de ler.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Analisando as concepções de leitura

A análise dessas concepções de leitura possuem um nível mais técnico descritos na literatura e caracterizados pela quantidade de informações. Faz se necessário conhecê-las para entender como se pode melhorar a qualidade da leitura em sala.

2.1.1 Bottom-up - Modelos ascendentes

Essa concepção de leitura é entendida como um processo de decifração da escrita, MARTINS (1982, p.9) a define “como um gesto mecânico de decifrar sinais”. O texto constituiria o elemento essencial no ato de ler pois ele flui do que está escrito para aquele que o lê. É necessário extrair o significado da leitura identificando os sinais gráficos contidos nela, processando letra por letra,palavra por palavra, sempre levando em conta a significação das palavras e procurando construir semânticamente as informações contidas nela com o auxílio da ativação da memória. KLEIMAM (1982, p.9) afirma ainda que “quanto maior a automatização melhor seria a leitura.”

Observe a seguinte frase: O dia do “FICO” foi muito importante para nós brasileiros (frase criada por mim). Ao ler essa frase o aluno que aprendeu esses sinais, identificará é até poderá ler sem dificuldade, mecanicamente, mas talvez terá dificuldade de entender o que leu, porque para entendê-la ele precisaria saber no mínimo o que foi o dia do Fico.

O processamento bottom-up decodifica unidades lingüísticas individuais

(por exemplo, fonemas, grafemas, palavras) e constrói significado textual das pequenas unidades para as maiores (das partes para o todo), ou seja, centra-se na habilidade de decodificar ou transformar em som o que é visto linearmente em um texto.Segundo CARREL (1998) a grande contribuição desse modelo para o ensino de línguas está em exercícios que enfatizam habilidades gramaticais e o desenvolvimento do vocabulário.

2.1.2 Top-down- Modelos descendentes

Nesse processo o leitor é o eixo principal, onde a leitura de um texto é direcionada pelos objetivos e expectativas do mesmo.A informação flui do leitor para o texto.O processo cognitivo envolvido é de nível mais elevado,onde são estabelecidos propósitos de leitura e com isso acionarmos os conhecimentos prévios- que podem ser informações sintáticas e semânticas- e comparamos em relação ao texto para avaliarmos o que lemos. SMITH (1978, p.9) afirma o seguinte que “ A habilidade na leitura,na verdade, depende o mínimo possível dos olhos [...]aprendemos a confiar naquilo que já conhecemos[...] e, cada vez menos no que está impresso na página diante de nós.

É relevante o “conhecimento de mundo” que temos, pois isso nos ajuda a construir significados. Compreender se efetiva quando o leitor consegue captar ou dá sentido ao conteúdo da mensagem.Na frase teórica, “Nenhum homem é uma ilha”(John Done) surge as seguinte indagação: Que tipo de conhecimento de mundo precisamos ter para atribuir significado a ela? Saber o que é uma ilha? Que essa é uma teoria usada possivelmente para dizer que o homem não consegue viver isolado? A interpretação neste caso é o resultado do conhecimento prévio. E ainda, Adam e Starr (apud COLOMER, 2002, p.31) afirmam que “o texto proporciona apenas uma das fontes críticas de informação. É preciso que o restante provenha dos conhecimentos prévios do leitor, ou seja, ler antes de tudo é um ato de raciocínio”.

O modelo de leitura top-down, desenvolvido a partir de observação da leitura oral, foi também chamado de “jogo psicolingüístico de adivinhação”, já que o leitor faz constantes adivinhações sobre o que virá na leitura de acordo comseu conhecimento sobre o assunto, confirmando hipóteses ou formando novas.

2.1.3 Modelos interativos

Esse modelo teórico flui em duas vertentes: do texto para o leitor e do leitor para o texto. É caracterizado como sócio-interacional onde a concepção de significados são construídos pelos dois através da interação de ambos, o qual, a mente do leitor e o texto são partes do processo social que construirão juntos o sentido da leitura. Segundo STANOVICH (1980), “era necessário um modelo que pudesse dar conta dos mais diversos problemas encontrados nos processos de Top-down e Botton-up.” Para conseguir uma leitura eficiente, no primeiro, ele precisaria de tempo suficiente ( nem sempre isso acontece em tempo hábil) para tentar descobrir a temática do texto, isso considerando que ele tem pouco conhecimento do que está lendo, caso contrário, ele fará apenas um reconhecimento de palavras. Já o segundo modelo, se o leitor tiver pouco ou nenhum conhecimento linguístico prévio dificilmente reconhecerá muitas palavras inseridas no texto. Essa concepção integra e trancende os modelos anteriores e procuras sanar os problemas apresentados por eles. Leitor (orienta a leitura em busca alcançar objetivos) e o texto (que traz informações semânticas , sintáticas, grafônicas etc) interagem e se completam na construção de sentidos e de forma pessoal. Esse é

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