Relatório de Viabilidade - Setor de Cerveja
Por: Rodrigo.Claudino • 15/4/2018 • 6.940 Palavras (28 Páginas) • 409 Visualizações
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Dentro do grupo das Lagers, existe dois subgrupos principais, as Pale Lagers e as Dark Lagers. O primeiro, possui um outro subgrupo que são as American Lagers, conhecidas como Pilsen no Brasil, é a cerveja mais comum, coloração amarela clara com uma percentagem de álcool que varia entre 4% e 6%. E o segundo, tem um outro subgrupo a Schwarzbier e a Malzbier, também bastante comum, tem uma coloração mais escura, são mais leves e possuem bastante gás. Na produção nacional, a maior parte dos insumos são importados, fazendo com que especialmente o lúpulo, a cevada e leveduras dependam dos preços das commodities internacionais e taxa de importação.
Apesar de existirem uma enorme variedade ofertada no mercado de tipos de bebidas alcoólicas, a cerveja não possui bens substitutos perfeitos.
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- HISTÓRIA DA CERVEJA NO BRASIL
Existem relatos de que a cerveja tenha chegado ao Brasil por volta de 1637 com os holandeses, porém foi um curto período de tempo, além da produção ser pequena e limitada ao Estado de Recife. A cerveja chega efetivamente no Brasil, a partir de 1808, com a família real portuguesa. A expansão se agrava a partir de 1840, quando uma grande quantidade de fábricas e cervejarias são consolidadas no Brasil. A expansão no consumo garantiu que no final do século XIX grandes marcas como a Brahma e a Antarctica surgissem, e no começo do século XX elas disparam, sendo assim, são registradas diversas marcas. Desde essa época, a Brahma já se destacava. Com alto gasto em publicidades, ela passou a aderir a estratégia de ir comprando os concorrentes e aumentando seu poder de mercado. Até que em 1999 ocorre a fusão entre a Brahma e a Antarctica duas concorrentes que juntas criaram a empresa que até hoje permeia como líder de mercado, a AMBEV. Já no século XXI um fato importante foi a fusão da AMBEV com a Interbrew, formando a INBEV, sendo a líder global do setor de cerveja e uma das cinco maiores companhias de bens de consumo do mundo.
Apesar de representar apenas 2% no mercado, houve no século XXI uma expansão das microcervejarias no setor, tendo a cerveja artesanal ganhado um certo espaço no mercado. Consumidores que tem um poder aquisitivo mais elevado e vontade de consumir uma cerveja com uma qualidade superior, vem sustentando esse negócio. Entretanto, o alto preço de produção faz com que fique difícil esse segmento ganhar espaço no setor.
A cerveja chegou no Brasil e faz parte hoje da cultura de uma forma muito intensa. Associada ao calor, no verão e principalmente em épocas festivas como o carnaval, seu consumo é exorbitante.
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- FASES DA PRODUÇÃO
A produção se inicia com a moagem do malte para a liberação de amido, adiciona-se agua e a mistura é levada a cozimento. O resíduo (bagaço) do malte é retirado e se realiza uma filtragem no liquido. Após esse processo o lúpulo é adicionado e a mistura é fervida para a realização da próxima etapa, que é a separação e descarte das proteínas aglutinadas, tal processo tem a função de conferir brilho e sabor ao produto. Uma primeira parte do processo então se conclui e o liquido é resfriado.
[pic 1]No quadro abaixo se pode observar resumidamente como se dá a primeira parte do processo:
Ao se alcançar a temperatura correta para a fermentação o liquido é acrescido de Leveduras, que são responsáveis por formar o álcool e o gás carbônico. Então o produto é direcionado a fase de maturação, onde se dá uma nova fermentação, de período variável, definindo o corpo da cerveja. Chega-se então na consolidação do produto, uma última filtragem é feita e o liquido é levado ao armazenamento. O envase e a distribuição concluem a cadeia produtiva.
A segunda parte do processo pode ser percebida pelo quadro a seguir:[pic 2]
É importante ressaltar que quando o produto chega as nos pontos de venda, o armazenamento no local irá impactar na qualidade da cerveja. Cada tipo de cerveja possui uma temperatura específica, que deve ser informada pelo fornecedor. Caso isso não seja respeitado, isso fará com que a cerveja perca qualidade.
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- VISÃO DO SETOR
O mercado cervejeiro é caracterizado pela diferenciação dos produtos entre si, e também pelo poder de mercado que algumas empresas possuem, dando origem a classificação de um oligopólio diferenciado.
No Brasil, apenas quatro empresas possuem em conjunto 98% do mercado de cerveja, são elas: Ambev, Petrópolis, Heineken e Brasil Kirin, pode-se observar no GRÁFICO 1 a participação individual das empresas no mercado. Observa-se também que a Ambev é hegemonia, possuindo quase 68% do mercado.
GRÁFICO 1 - MARKET SHARE DO BRASIL EM 2015
[pic 3]
É importante ressaltar que as importações e exportações de cerveja no Brasil são irrelevantes, sendo quase a totalidade da demanda de cerveja abastecida pela oferta nacional.
GRÁFICO 2 – Importações x Exportações
[pic 4]
FONTE: AMBEV
- Consumo
Com um consumo per capita de 66,9 litros em 2015, o Brasil ocupa a 27ª posição no Ranking Mundial de consumo per capita do ano de 2015, em primeiro lugar encontra-se a República Checa com um consumo de 147,1 litros, seguido de Namíbia, Áustria e Alemanha, consumindo 108,9, 105,9, 101,7 litros, respectivamente.
Analisando uma serie temporal de 15 anos, tendo como ano inicial 2005, constata-se que o crescimento do consumo per capita apresentou um comportamento ascendente de 2005 a 2012, onde o número aferido no primeiro ano foi de 50 litros, e em 2012 observa-se o ápice da série temporal, com um consumo per capita de 71 litros. Após 2012 o consumo sofreu um leve declínio ao longo dos anos, culminando num consumo per capita de aproximadamente 67 litros no ano de 2015.
- Produção e participação do setor na economia
No ano de 2015 a indústria cervejeira do Brasil produziu 139 milhões de hectolitros. No ano anterior
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