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O Mercado de Câmbio

Por:   •  30/5/2018  •  1.488 Palavras (6 Páginas)  •  328 Visualizações

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A taxa de câmbio atrelada, portanto, é a tentativa de implantar a taxa flutuante e a fixa ao mesmo tempo, mas na verdade, não consegue ser nenhuma das duas. O principal problema é que ocorre um confronto entre a política monetária e a política cambial, pois o Banco Central tenta aplicar as duas políticas ao mesmo tempo, porém ambas são excludentes, ou seja, impossíveis de serem efetuadas simultaneamente. Com a taxa de câmbio fixa não há política monetária e com a taxa de câmbio flutuante não há política cambial.

A principal vantagem desse modelo seria a possibilidade da variação cambial, e diferentemente da taxa fixa, sem muitas valorizações e desvalorização. Outra vantagem é que atende às necessidades do mercado cambial, pois as bandas podem ser mudadas de acordo com a situação econômica interna ou externa do momento.

3.1 O Mercado de Câmbio na América Latina

Com a queda nos preços das commodities, países da América Latina vêm sofrendo impactos negativos em suas economias e moedas. As ações dos países latino-americanos despencaram em 2015 com a queda do preço do barril de petróleo, abaixo de U$50.

Os principais mercados da região, metais e commodities agrícolas estão passando por um momento muito ruim, para se ter ideia, em relação ao preço de 2012, houve uma queda de preço considerável dos metais, mais de 30% e cerca de 20% dos commodities agrícolas.

O crescimento econômico destes países está estagnado, em 2014, América Latina e Caribe, de acordo com o Banco Mundial, cresceram, juntos, apenas 0,8%, e até 2017, a previsão de crescimento do PIB médio é de 2,6%.

O Brasil, por exemplo, em setembro de 2015, presenciou a maior desvalorização de sua moeda desde a criação do real, o dólar foi vendido a mais de R$4. O motivo interno é a crise política e os ajustes das contas públicas, e externamente, a possibilidade dos EUA subir os juros e uma freada na economia chinesa.

Além das quedas dos preços dos metais e de commodities agrícolas, assim como no Brasil, alguns países latino-americanos estão sofrendo problemas políticos, o que influencia no risco-país e afasta, principalmente, investidores estrangeiros. E para piorar, o que em setembro de 2015 era uma possibilidade, em dezembro do mesmo ano se tornou uma realidade, os EUA aumentou os juros em 0,25 ponto percentual.

Com o aumento dos juros nos EUA, a tendência é a retirada de recursos, por parte dos investidores, de outros países, afinal os títulos do tesouro americano são considerados a aplicação mais segura do mundo e se seus juros sobem, atraem investidores do mundo inteiro.

Outro problema que pode ser enfrentado pelos latino-americanos é a perda de atratividade de suas bolsas de valores, por se tratar de um investimento de risco. O ouro também sofrerá, pois além de não pagar juros, sua cotação é influenciada pela demanda chinesa, que nos últimos meses têm desacelerado.

Portanto, em meio a esse período de crise, é necessário que os países se unam, formem blocos, fortaleçam o Mercosul e priorizem o comércio internacional. A Aliança do Pacífico, que tem os países em melhores condições econômicas no momento, deve buscar pontos de convergência com o Mercosul, que por sua vez, deve abandonar de vez as tamanhas barreiras comerciais, buscando produtividade, investimento e eficiência.

3.2 Breve Análise das Principais Moedas Latino-americanas Frente ao Dólar

Tomando como base a tabela apresentada neste trabalho, podemos notar que, no geral, o dólar fechou o ano de 2015 bastante valorizado em relação a todas as moedas da América, exceto frente ao dólar canadense, que foi praticamente um por um.

No fim de 2015, o peso mexicano teve uma queda de 0,5% frente ao dólar, ocasionado principalmente pela diminuição do preço do barril do petróleo. A medida tomada pelo Banco Central Mexicano foi o aumento da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, em resposta ao aumento dos juros nos EUA.

A argentina fechou com a média de 9,2 pesos para um dólar, mas em dezembro de 2015 chegou a cerca de 13,30 pesos por um dólar. O motivo dessa queda foi a tentativa do governo de remover o controle sobre a taxa de câmbio para estimular o crescimento e as exportações. Foi a maior taxa de câmbio já registrada em toda a história do país.

O Brasil, em setembro de 2015, registrou a maior taxa de câmbio ante o dólar desde a implementação do real, o dólar foi vendido a mais de quatro reais. O país enfrenta uma grande crise política, e para piorar, bancos de investimento classificaram o Brasil como um mau pagador. Com o aumento dos juros nos EUA e com a crise econômica e política do país, o investidores estrangeiros estão indo embora.

No geral, países integrantes da Aliança do Pacífico, Colômbia, Peru, Chile, México e Costa Rica, fecharam o ano de 2015 com melhores taxas frente ao dólar do que países integrantes do Mercosul, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Pode-se concluir que isso se deve ao fato da maioria dos países do Mercosul estarem passando por crises políticas e por possuírem grandes barreiras comerciais.

Bibliografia

http://www.bloomberg.com.br/2015/05/07/analisando-o-mercado-de-cambio-da-america-latina/

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