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O Balanço de Pagamentos: Uma análise comparativa entre os anos de 2010 e 2015

Por:   •  20/12/2018  •  1.636 Palavras (7 Páginas)  •  316 Visualizações

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No quadro abaixo verificamos que a balança comercial registrou superávit de US$20,3 bilhões em 2010, décimo resultado positivo em sequência. O recuo de 19,8% em relação ao ano anterior refletiu os aumentos anuais respectivos de 42,2% e 32% registrados nas importações e nas exportações, que totalizaram, na ordem, US$181,6 bilhões e US$201,9 bilhões. Vale ressaltar que, nos últimos meses do ano, ocorreram indícios de alteração dessa dinâmica, com desaceleração no ritmo de expansão das importações. A corrente de comércio, após registrar retração em 2009, cresceu 36,6% em 2010.

O crescimento anual das exportações, refletindo elevações de 20,5% nos preços e de 9,5% no quantum, traduziu expansões generalizadas nas vendas em todas as categorias de fator agregado, atingindo 44,7%, 37,1% e 17,7% nas relativas a produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados, respectivamente.

[pic 2]

A conta de serviços apresentou gastos líquidos de U$$ 30,8 bilhões em 2010, aumento anual de 60,1%, explicado principalmente, pelos déficits das contas viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos computação e informação e royalties[2] e licenças.

A receita foi de respectivamente U$$ 31,821 bilhões e a despesa de U$$ 62,628, obtendo assim um déficit na conta de serviços.

A conta de rendas apresentou déficit de U$$ 39,6 bilhões em 2010, isso devido as remessas líquidas de lucros e dividendos ultrapassarem as despesas líquidas com juros, evolução consistente com a crescente participação dos investimentos externos, diretos e em carteira, na composição do passivo externo brasileiro.

As transferências unilaterais correntes apresentou um superávit de U$$ 2,85 bilhões, sendo destes U$$ 1,2 bilhão para manutenção de residentes, constituindo assim na conta capital. Os principais países de origem dos ingressos de manutenção de residentes foram EUA e Japão.

A conta financeira registrou ingressos líquidos de U$$ 98,9 bilhões em 2010. Os investimentos diretos e os investimentos em carteira registraram ingressos líquidos respectivos de U$$ 36,9 bilhões e U$$ 63 bilhões e os outros investimentos, amortizações líquidas de U$$ 1,3 bilhão.

O resultado da conta financeira do balanço de pagamentos refletiu o impacto da liquidez internacional acentuada, em ambiente de recuperação incipiente das economias desenvolvidas, e o estímulo proporcionado pela consolidação do processo de crescimento da economia brasileira.

- BALANÇO DE PAGAMENTOS DE 2015: O AUGE DA RECESSÃO ECONÔMICA

O resultado do balanço de pagamentos de 2015 confirmou a perspectiva de redução significativa no déficit em transações correntes, que, em ambiente de retração da demanda interna e depreciação da taxa de câmbio.

O cenário de incertezas relacionadas ao processo de normalização da política monetária nos EUA, deterioração das perspectivas de crescimento global, recuo nos preços de commodities, e turbulências nos mercados cambial e acionário da China, influenciou a apreciação do dólar e o aumento da aversão ao risco nos mercados financeiros, com desdobramentos negativos sobre os fluxos de capitais para as economias emergentes.

No ano de 2015 o saldo do balanço de pagamentos foi positivo em U$$ 1,57 bilhão, porém muito inferior ao ano de 2010, que adiante compararemos em percentuais suas respectivas diferenças.

As contas externas fecharam naquele ano com um déficit de U$$ 58,94 bilhões como podemos observar no quadro acima. Esse saldo negativo nas transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, correspondeu a 3,3% do PIB.

No balanço das transações correntes, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) foi a que apresentou o maior saldo negativo, sendo um déficit de U$$ 42,357 bilhões.

A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo, com US$ 36,978 bilhões.

A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo, de US$ 2,724 milhões.

A balança comercial foi a que mais contribuiu para reduzir o déficit das contas externas. No ano passado, o superávit comercial (exportações maiores que as importações) chegou a US$ 17,670 bilhões.

- CONCLUSÃO

Após serem analisadas de forma desagregada, pode-se perceber que as rubricas e as contas do balanço de pagamentos demonstraram significativa diferença na estrutura econômica brasileira entre os anos citados. É possível afirmar, diante do exposto, a necessidade de esforços para a redução da dependência brasileira de serviços ditos complexos, bem como a agregação de valor aos bens da pauta de exportação, para facilitar a obtenção de superávit na balança comercial e, por conseguinte, nas transações correntes. Além disso, é também importante o Brasil obter maior competitividade em suas empresas, de tal forma que as exportações tenham condições de cobrir todo o gasto com as importações e diminuir o déficit das transações correntes.

Os dois cenários econômicos refletem várias circunstâncias, dentre as quais se englobam tanto fatores internos como externos, a crise externa que afetou vários países e internamente com uma profunda crise política, e ainda, políticas que aumentaram os gastos públicos e consequentemente um grande desequilíbrio nas contas públicas.

BIBLIOGRAFIA

BANCO CENTRAL DO BRASIL (2015). 6ª edição

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