Formação Econômica Brasileira
Por: Lidieisa • 14/3/2018 • 4.207 Palavras (17 Páginas) • 324 Visualizações
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impediu, no caso brasileiro, que o colapso da produção de ouro criasse fricções sociais de maior vulto. Com a decadência da mineração houve a Adoção do regime de subsistência na região.
Aula 10- A economia mineradora: nova sociedade ou peculiaridadedo escravismo colonial. Jacob Gorender, o escravismo colonial
Enquanto a agricultura constituiu um eixo do modo de produção escravista colonial durante toda a sua existência, a mineração de ouro e diamante compartilhou esta posição dominante no decurso de três quartos de século.
A influência da organização social da economia mineradora sobre os homens livres foi significativa. A diferença do setor do açúcar, a mineração abriu, segundo Celso Furtado, é que a mineração abriu possibilidades muito maiores de iniciativa aos homens livres, uma vez que podiam começar com ínfimos recursos ou mesmo apenas com o trabalho pessoal, no mister de faiscadores. A mineração representou uma mudança na sociedade, a corrida do ouro provocou um afluxo de imigração portuguesa muito superior ao dos séculos precedentes da colonização. O ouro de aluvião, extraível a céu aberto, aparentemente proporcionava a homem de poucos recursos perspectivas amplas de enriquecimento. Havia um número excepcionalmente grande de pequenas explorações na área da mineração, distinguindo-a, sem dúvida do setor do açúcar. A descoberta das jazidas auríferas provocou efeitos na vida colonial, negros começaram a substituir os índios, e as plantageneta do litoral se viram atingidas pela alta vertiginosa do preço dos escravos. Alguns escravos trabalhavam como faiscadores com o consentimento de seus senhores em troca do pagamento de uma renda fixa. Se o minério fosse abundante, poderiam os negros juntar o suficiente a fim de comprar a própria liberdade e também de suas mulheres. O regime de vida do escravo na mineração não foi melhor do que nas plantageneta de cana ou de café, Sob alguns aspectos, foi indiscutivelmente pior, Em especial, no referente às condições de trabalho. A dureza do tratamento, acrescenta enorme concentração, estimulou nos negros de Minas Gerais constante rebeldia. Sucediam-se os assassinatos de brancos, as fugas e a formação de quilombos. Reunidos em bandos, os escravos fugitivos assolavam as estradas e incursionavam pelas povoações, roubando e depredando.
Na perspectiva da história, a irrupção aurífera não abalou, mas salvou e reforçou o escravismo colonial. A situação do açúcar brasileiro era de tal ordem no último quartel do século XVII, que a Coroa procurou saída, desesperadamente na descoberta de metais preciosos. A economia agropecuária em Minas Gerais não sucedeu a economia mineradora, porém se formou em concomitância aproximada com esta última.
Aula 11 – as origens da economia cafeeira como economia mercantil escravista: internacionalização da acumulação de capital e transição para o capitalismo primário exportador. João Manuel de Mello – a passagem da economia colonial, economia exportadora capitalista no Brasil
A Economia exportadora de vulto que se destaca após a independência, Origina-se de capitais nacionais que vão se formando desde a colônia.O Período de 1822 a 1888 é marcado pela – transição da economia colonial para a economia capitalista exportadora no Brasil.
Para o autor, o desenvolvimento no Brasil só se realizaria se a acumulação primitiva de capital fosse internalizada e isso só foi possível devido ao rompimento do monopólio comercial de Portugal.
O Autor tenta explicar porque a economia brasileira surge como mercantil escravista. Em sua visão, a economia cafeeira (1ª economia nacional) surge como uma economia mercantil escravista nacional e se desdobra numa economia mercantil capitalista cafeeira nacional devido à internalização da acumulação de capitalista. Latifúndio: dados os preços dos recursos produtivos e se definindo a produção cada vez mais como produção em massa, as margens de lucro eram reduzidas, o que impunha uma escala mínima de produção lucrativa e, reversivamente, determinava investimentos vultosos, que funcionavam como barreira à entrada.Escravista: tendo em vista o caráter da demanda externa e o investimento exigido, o trabalho escravo, superexplorado, mostrou-se mais rentável.
A queda do exclusivo metropolitano e a subsequente formação do Estado nacional marcam o inicio da crise da economia colonial no Brasil.
A economia mercantil-escravista cafeeira nacional é obra do capital mercantil nacional, que se viera formando nos poros da colônia, mas ganhara notável impulso com a queda do monopólio de comercio metropolitano e com o surgimento de um muito embrionário sistema monetário nacional, consequências da vinda da família real para o Brasil.
Inúmeras fazendas de café foram organizadas com capitais transferidos diretamente do setor mercantil
O desenvolvimento da economia mercantil escravista está sujeito a três condições fundamentais:
a) Preços dos escravos permanecerem baixos
b) Disponibilidade de terras
c) Preço do café continuasse satisfatório no mercado externo.
Conclui-se, portanto, que os preços internacionais não suportariam o peso de fator compensatório à elevação de custos provocada tanto pelo crescimento das despesas de transportes, quanto pela subida de preços de escravos: no período de consumo, porque há uma tendência à baixa de preços e se requer, ao contrario, baixo custo do escravo e reduzidos custos de transporte, para que a produção se expanda e compense a diminuição da margem de lucro pelo acréscimo da massa de lucro; no período de post-generalização porque não se verificaria qualquer tendência à alta de preços do café.
O período de 1810 e 1850 marca, simultaneamente, os momentos de constituição e consolidação, bem como a generalização do consumo do café nos mercados centrais.
O êxito é explicável por varias razoes. Contou-se, em primeiro lugar, com abundante oferta de terras, as do Vale do Paraiba, próximas a portos que embarque, o que significa custos de transportes “suportáveis”; de outro lado, a persistência do trafico internacional assegurou o suprimento de escravos e os preços, ainda que subissem perto de 5 vezes, foram contidos relativamente ao que teriam sido na ausência dessa fonte de suprimento.
A partir de 1857 há um aumento dos preços do café, que contrabalanceou, ao menos de modo relativo, os efeitos perversos pelo lado dos custos, mantendo positivas as perspectivas do negocio cafeeiro. A produção
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