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Finanças internacionais e politica macroeconomica

Por:   •  13/8/2018  •  3.691 Palavras (15 Páginas)  •  275 Visualizações

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devido a mudanças no câmbio. Em contrapartida, as importações também poderão ter mudanças significativas na demanda. Esse fato é considerado muito importante, pois o saldo comercial, que é O resultado entre exportações e importações poderá ser afetado. O balanço de pagamentos ao final refletirá e terá influência importante também sobre o câmbio. O equilíbrio da taxa de câmbio proporciona estimulo às exportações, melhora a balança comercial e de pagamentos e estimula determinados setores da economia. Então de forma sintetizada a taxa de câmbio vai refletir as relações comerciais entre o Brasil e as economias de outros países.

2.2 Histórico dos principais regimes cambiais

Para CARVALHO (2007, p. 44), “regime cambial é como se chama o referencial utilizado pelo país para ordenar as transações no mercado de cambio de sua economia. O regime cambial define a forma de atuar no mercado, bem como a forma pela qual a autoridade monetária do pais emissor da moeda intervém nesse mercado”.

Segundo ZINI JR. (1996, p. 109), denomina-se regime cambial, no sentido jurídico, o conjunto de características decorrentes das normas, leis e práticas que regulamentam as transações com divisas estrangeiras na economia. Em termos econômicos, o regime cambial consiste na forma como é determinada a taxa de câmbio de um país, ou seja, se a taxa de câmbio é fixa, flutuante ou assume alguma variação entre essas duas (regimes intermediários).

O debate sobre os regimes cambiais e suas influencias em crises financeiras, teve início após a crise financeira da Ásia, me 1997, a crise Rússia de 1998, mas recentemente, após a crise da desvalorização do real, em 1999 no Brasil, mas recentemente esse debate se acentuou mais com a crise da Argentina em 2002 [...]. (CARVALHO 2007, p. 44)

Na visão do autor:

É consenso que o regime de cambial de uma economia sempre está vinculado às condições do ciclo econômico que o pais atravessa, e que estas condições dependem hoje em grande parte da arquitetura financeira montada pelo sistema monetário internacional [...]. O cenário que atualmente se apresenta no sistema monetário internacional registra o emprego de três grandes regimes ou variantes possíveis para os sistemas cambiais: taxa flexível de cambio ou free float (livre flutuação); taxa fixa de cambio; e meta par a taxa de cambio (ou target zone). (CARVALHO, 2007, P. 44)

2.3 Análise comparativa entre o regime de câmbio fixo e o de câmbio flutuante

Ao adotar um regime cambial, um país espera que este auxilie na estabilidade econômica, estimule o comércio e os investimentos estrangeiros.

De acordo com MARGARIDO e VASCONCELOS (2001, p. 2), pode-se dizer que o estabelecimento do regime cambial define os condicionantes que vão nortear os movimentos futuros da taxa de câmbio, variável esta que exerce grande impacto sobre as decisões de alocação de recursos e gastos na economia.

O questionamento que se faz é se existe um regime cambial capaz de atingir tantos objetivos, seja fixando ou flexibilizando a taxa de câmbio (CANUTO e HOLLAND, 2000, p. 1).

No regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio nominal é fixada e a paridade deve ser mantida por meio da intervenção do Banco Central no mercado cambial, comprando ou vendendo moeda de acordo com as necessidades de ajustamento desse mercado. Se houver excesso de oferta (demanda) de divisas, o Banco Central intervém no mercado comprando (vendendo) divisas pela taxa fixada. Desse modo, a credibilidade desse sistema depende da capacidade de intervenção do Banco Central, via reservas internacionais disponíveis (ZINI JR., 1996, p. 119-120).

O regime de taxa de câmbio flexível, é aplicado nos países que praticam o mercado livre de cambio, nos quais as taxas de câmbio são determinadas apenas pela movimentação da oferta e da demanda, impulsionadas pelas operações de comercio exterior. Essa movimentação ainda pode ser influenciada pelas variações de preços, devido a taxas de juros praticadas pelo pais em relação às taxas de juros internacionais. (CARVALHO, 2007, p.44)

Ao analisarmos que não existe um consenso de qual o regime cambial mais adequado a ser utilizado por um país em decorrência das vantagens e desvantagens apresentadas por cada um, é importante, realizar algumas considerações a esse respeito.

Os argumentos a favor das taxas de câmbio flutuantes estavam baseados em três:

1. Autonomia da política monetária. Se os bancos centrais não fossem mais obrigados a intervir nos mercados para fixas as taxas de câmbio, os governos poderiam utilizar a política monetária par atingir equilíbrios interno e externo. Além disso nenhum pais seria forçado a importar inflação (ou deflação) dos outros.

2. Simetria. Sob um sistema de taxas flutuantes, as assimetrias inerentes a Bretton Woods desapareceriam, e os Estados União não seriam mais capazes de, sozinhos, estabelecer as condições monetárias mundiais. Ao mesmo tempo o país teria a mesma oportunidade que outros países de influenciar sua taxa de câmbio em relação às moedas estrangeiras.

3. Taxas de câmbio como estabilizadores automáticos. Mesmo na ausência de uma política monetária ativa, o ajuste rápido das taxas de câmbio determinadas pelo mercado ajudaria os países a manter os equilíbrios interno e externo em face de mudanças da demanda agregada. (KRUGMAN, 2005, P.426)

Em um regime de taxas de câmbio fixas, a subordinação da política monetária ao objetivo de defender a paridade cambial, restringe a possibilidade das autoridades monetárias de emitir moeda para socorrer o sistema bancário em situações de dificuldades e de corridas dos depositantes para sacar seus recursos, limitando a função do banco central enquanto emprestador de última instância. Dessa forma, os agentes ficam mais suscetíveis a qualquer rumor sobre a saúde financeira de uma instituição elevando as 4 possibilidades de ocorrência de crises bancárias (MARGARIDO E VASCONCELOS, 2001, p. 6).

Os argumentos a contrários às taxas de câmbio flutuantes se apoiavam em cinco ideais principais:

1. Disciplina. Os bancos centrais, livres de obrigação de fixar suas taxas poderiam engajar-se em políticas inflacionarias. Em outras palavras a disciplina imposta nos países pela taxa fixa seria perdida.

2. Especulação desestabilizadora e perturbações no mercado monetário. A especulação sobre a mudança nas taxas de câmbio poderia levar à instabilidade nos mercados cambiais, que por sua vez

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