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Resenha - Política internacional, Política Externa e Relações Internacionais

Por:   •  11/3/2018  •  2.304 Palavras (10 Páginas)  •  414 Visualizações

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Os autores apontam que as grandes potências procuram sempre impor suas vontates, interesses e a paz a seu modo, O canal diplomático não recebe as devidas atenções muitas vezes até mesmo pelo interesse no conflito. A falta de capacidade das potências para lidar com forças não convencionais é observada, sobretudo recentemente e mesmo existindo mecanismos multilaterais de resolução de conflitos, alguns Estados os relegam a segundo plano, preferindo tomar decisões no Sistema Internacional de forma unilateral.

As organizações são, para os autores, as entidades mais competentes e adequadas para a manutenção da ordem internacional e da paz. Existem diversos canais multilaterais constituídos principalmente no decorrer da segunda metade do século XX para tratar de questões de forma transparente, porém é a ONU o organismo que se destaca. Constituída logo no fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU tem a difícil missão de se colocar como foro regulador entre Estados no Sistema Internacinal. Sabemos que isso não é possível de ser feito de forma plena, até porque a ONU é composta por países e os intesses desses são mostrados dentro da própria organização. Além disso, as potências, por exemplo, sempre vão procurar vales seus interesses frente ás discussões no organismo.

Desse modo fica a crítica dos autores a falta de priorização que historicamente se tem no Sistema Internacional, onde “Em um contexto onde são valorizadas as políticas de poder, pouco espaço costuma ser reservado para que as organizações internacionais exerçam a contento seu papel no intercâmbio entre as nações” (CARVALHO et al, 2003). Nesse contexto é impossível para que as organizações de fato exerçam plenamente seu papel.

O texto dos autores Viola e Leis (CARVALHO et al, 2003) traz uma leitura diferente da atuação dos EUA nos Sistema Internacional. Primeiramente os autores condicionam o Sistema Internacional pós 11 de Setembro em quatro dimensões e alinhamento dos Estados: interestatal, civilizatória, democracia versus não democracia, e dentro da democracia liberalismo versus comunitarismo.

Na dimensão interestatal os autores analisam que após a Guerra Fria o conflito cede espaço para a cooperação internacional. A dimensão civilizatória é pautada nos estudos de Huntington que define a Humanidade em algumas grandes civilizações culturalmente diferentes que conflitarão entre si. A terceira diferenciação separa Estados em democráticos e não democráticos, sendo a quarta dimensão uma continuação dessa. Dentro dos Estados democráticos temos os liberais e os comunitários (e o exemplo de comunitarismo é o Japão).

Na verdade, essa afirmação é bastante imprecisa. Para os autores, a grande maioria dos países democráticos são liberais, onde a predominância do mercado sobre o Estado é observada. O comunitarismo é uma versão onde a política se sobrepõe ao mercado. Me parece que a Europa de uma forma geral, principalmente os países escandinavos, optam por controlar as forças do mercado através de um Estado forte em razão de garantir a comunidade seguranças maiores, ou seja, um welfare state.

Os autores então analisam a necessidade de se existir no Sistema Internacional um garantidor das regras e paz. Interessante notar que, para eles, esse papel é impossível para a ONU, tanto é que o papel da mesma é ignorado nesse texto. Só “resta” então para todos nós aceitarmos que os EUA assumam o papel de “império da lei”. Sem questionar de maneira alguma a política externa dos EUA no Cenário Internacional, os autores trabalham que alguns crimes cometidos por esse país são uma consequência desse papel. Sobre a tão polêmica prisão de Guantánamo, eles afirmam:

O trato destes estrangeiros no cárcere foi sempre baseado no respeito aos direitos humanos. Os terroristas da Alqaeda e do Talibã tomados prisioneiros em Afeganistão e detidos em Guantánamo são submetidos a interrogatórios sistemáticos, mas nunca a torturas físicas (CARVALHO et al,2003, p. 67).

O confronto com o radicalismo islâmico é inevitável para os autores. Eles afirmam que “Grande parte dos adeptos do islamismo vive hoje num imaginário coletivo que é próximo do mundo medieval e dos enfrentamentos com os cristãos das Cruzadas” (CARVALHO et al, 2003). A ótica dos valores ocidentais de “liberdade” é radicalmente exposta nesse texto. Com essa visão de política externa o governo Bush foi capaz de criar um sentimento anti-americano generalizado durante os anos de seu governo.

Leonardo de Carvalho (CARVALHO et al, 2003) analisa as perspectivas para o governo Lula que começava na época em que a obra foi escrita. Para o autor “Objetivamente os planos do governo Lula, no que tange à política externa, não inovam- não há grandes diferenças entre a plataforma do novo governo e as pretensões parcialmente realizadas pelo governo Cardoso” (CARVALHO et al, 2003, p. 80).

Sabemos, contudo, que o governo Lula trouxe mudanças sistemáticas no modo de tratar a política externa brasileira. De modo geral, o governo Cardoso procurou prezar para as relações que poderiam trazer algum retorno econômico para o país. Uma consequência disso foi a seletividade das relações internacionais brasileiras. Uma maneira de se explicar essa atitude é pelas características políticas do Sistema Internacional no qual o governo Cardoso estava inserido, claramente neoliberal.

O governo Lula, por outro lado, buscou fortalecer politicamente o Brasil como ator relevante nas relações internacionais através de parcerias com um vasto número de países e cooperação Sul-Sul. A aproximação com países asiáticos e, sobretudo africanos foi um marco do governo Lula. Os interesses por trás dessa política eram fortalecer o poder relativo do Estado brasileiro junto a organizações internacionais e conseguir barganhar maior autoridade no Sistema Internacional.

A autora Sonia de Camargo (Carvalho et al, 2003) afirma que com o Fim da Guerra Fria se desenvolvem os regionalismos e as ameaças internacionais se tornam difusas. Para ela, surgem novas forças de desagregação como “pobreza, migração, problemas relacionados ao meio ambiente, terrorismo, proliferação nuclear, um novo conjunto de questões econômicas, dentre as quais as ligadas ao campo de trabalho” (CARVALHO et al, 2003). Dentro dessa nova ordem, mesmo ela sendo hegemônica, é necessário, para a autora, se intensificar os processos de cooperação internacional, principalmente relacionado a tomadas de decisões.

A problemática entre a política internacional e o direito é tratado pelo autor Felipe K. Moreira (Carvalho et al, 2003). Como sabemos, o

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