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A. SMITH e D. RICARDO

Por:   •  9/10/2017  •  1.900 Palavras (8 Páginas)  •  458 Visualizações

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pela renda da terra, e daquela que se desdobra no lucro devido ao empresário [...] Assim sendo, o que é anualmente obtido ou produzido pelo trabalho de cada sociedade, ou o que é a mesma coisa o preço total disso, é originariamente distribuído entre alguns dos membros da sociedade. Salários, lucro e renda da terra, eis as três fontes originais de toda receita ou renda, e de todo valor de troca. Qualquer outra receita ou renda provém, em última análise, de um ou de outro desses três fatores.

Ricardo assim como Smith mostra que o sistema capitalista é composto por três classes sociais principais o capitalistas, os trabalhadores e proprietários de terras distribuídas sob o nome de renda, lucro e salários. Para mostrar como funciona o capitalismo em função do capital em prol dos lucros, autorizando assim a economia politica, deixando de ter em vista fatores econômicos concretos e reduzindo-se assim a um numero restrito de hipóteses. Desenvolve sua teoria a sua teoria a partir dos conceitos de renda da terra. Segundo Ricardo (1996, p.15)

O produto da terra — tudo que se obtém de sua superfície pela aplicação combinada de trabalho, maquinaria e capital — se divide entre três classes da sociedade, a saber: o proprietário da terra, o dono do capital necessário para seu cultivo e os trabalhadores cujos esforços são empregados no seu cultivo. Em diferentes estágios da sociedade, no entanto, as proporções do produto total da terra destinadas a cada uma dessas classes, sob os nomes de renda, lucro e salário, serão essencialmente diferentes, o que dependerá principalmente da fertilidade do solo, da acumulação de capital e de população, e da habilidade, da engenhosidade e dos instrumentos empregados na agricultura.

Ricardo observa que parte da renda da terra produzida pelo trabalho ficava nas mãos dos proprietários de terras, gerando problemas entre lucro e renda da terra, prejudicando os salários, pois parte do lucro ficava comprometida. Produtos excedentes formara a renda da terra determinando assim o lucro, observa também que quando a aumento da população aumenta a necessidade de mais produção e mais terras serram cultivadas, havendo uma diferença no preço da renda da terra quando ela é mais ou menos produtiva, as terras mais férteis permitem uma produção maior obtendo assim mais lucros, terras menos férteis demandam maiores investimentos tendo assim um custo maior para produzir. Isso afeta também nos salários comprometendo a capacidade de acumulação de capital provenientes dos lucros. Segundo Ricardo (1996, p.33 - 34)

Não pode haver um aumento no valor do trabalho sem uma diminuição nos lucros. Se o trigo tiver de ser dividido entre o agricultor (arrendatário) e o trabalhador, quanto maior for à parcela dada ao último, menor será a que sobrará para o primeiro. Da mesma forma, se o tecido de lã ou o produto de algodão for dividido entre o operário e seu empregador, quanto maior a parte dada ao primeiro, menos restará para o último. Suponhamos então que, em consequência de um aumento nos salários, os lucros diminuam de 10 para 9%: em vez de acrescentar 550 libras ao preço normal de seus produtos (5 500 libras) a título de lucros de seu capital fixo, os fabricantes adicionariam apenas 9% daquela soma, ou 495 libras, e, consequentemente, o preço seria de 5 995 libras, em vez de 6 050 libras. Como o trigo continuaria a ser vendido a 5 500 libras, os produtos manufaturados, nos quais se empregou mais capital fixo, diminuiriam em relação ao trigo ou a qualquer outro produto no qual se usou menor porção de capital fixo. O grau de variação no valor relativo dos produtos, como resultado de um encarecimento ou barateamento do trabalho, dependerá da proporção em que o capital fixo participar do capital total. Todas as mercadorias produzidas com maquinaria de grande valor, ou em edificações muito valiosas ou que devam demorar longo tempo até serem lançadas no mercado, diminuirão seu valor relativo, enquanto aumentarão o de todas aquelas produzidas principalmente com o trabalho, ou que possam ser rapidamente lançadas no mercado.

Os preços dos produtos serão determinados pelo custo de produção, os salários serram então determinados pelo preço dos bens de subsistência, que dependem do trabalho empregado na terra, os lucros só serram afetados quando a um aumento dos salários e regulados pela qualidade das maquinas, se discute assim que os preços das mercadorias serão dependentes da oferta e da demanda e não que a criação da renda afeta o preço. Segundo Coutinho (1993, p.186)

Ricardo procura demonstrar (trataremos disto adiante) que apenas o crescimento do salario real poderia, em termos permanentes, comprimir a taxa de lucro. Com a demonstração, esforçava-se em desmentir a afirmação Smithiana que a abundância de capitais em relação ás oportunidades de aplicação levaria ao declínio da taxa de lucros, reafirmando a natureza opositiva da relação entre salários e lucro, e fundando o pessimismo econômico nas condições objetivas de produção, e não na “concorrência”.

O lucro da economia geral dependia do lucro obtido na agricultura, à contratação de novos trabalhadores depende dos lucros provenientes do acumulo de capital, assim como pensava Smith esse acumulo permite contratar mais e assim a um aumento dos salários, melhorando assim as condições de trabalho, defendendo salários em nível de subsistência, isso geraria a baixa nos lucros. Segundo Ricardo (1996, p.79)

A tendência natural dos lucros, portanto, é diminuir, pois, com o desenvolvimento da sociedade e da riqueza, a quantidade adicional de alimentos requerida se obtém com o sacrifício de mais e mais trabalho. Essa tendência, como se os lucros obedecessem à lei da gravidade, é felizmente contida, a intervalos que se repetem, pelos aperfeiçoamentos das maquinarias usadas na produção dos gêneros de primeira necessidade, assim como pelas descobertas da ciência da

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