A Crise Volkswagen

...

conselho abre brechas para a ineficiência, uma das maiores contribuições da governança corporativa inclui o aumento da performance operacional e a prevenção contra fraudes. O que vemos é que a falta de organização e eficiência no conselho da Volkswagen contribuiu para que a fraude ocorresse, o que acabou por instalar a crise na companhia.

O que observamos nesta crise em específico, é que fica clara a falha grave de governança corporativa e descuido na área de normas da empresa. Tendo ou não complacência do conselho da companhia. É fácil perceber que a maioria das crises se resulta de um erro de gestão.

Pode-se dizer que um dos principais objetivos da governança corporativa é proteger o valor da companhia com políticas de controle e clareza de informação. A melhoria dos controles internos vem aumentar a confiabilidade nas informações, no atendimento a normas e no cumprimento da legislação.

A Volkswagen foi contra o sistema de valores da boa governança, no que diz respeito à transparência, prestação responsável de contas e conformidade. Não houve o envolvimento de nenhum desses fatores ao fraudar a emissão dos gases poluentes, o que trouxe um cenário forte de falta de confiança dos stakeholders e consumidores da empresa.

O conselho administrativo é quem dita as regras em uma empresa deste porte. É ele quem garante que todos dentro da corporação saibam que a verdade, a integridade e a transparência são fundamentais. Este caso comprova que os custos ao se pegar “atalhos” são altos, e muito maiores do que qualquer retorno imediato. O ônus da recuperação de confiança é alto. O caminho a ser percorrido pela Volkswagen hoje para recuperar a confiança dos stakeholders é longo.

A companhia nomeou para cargo de CEO e presidente do conselho membros de seu próprio corpo, o que pode não ter sido uma boa ideia. Mas este é o momento em que a companhia deve rever seu escopo, inspecionar o conselho administrativo e procurar atrair para si pessoas que se assegurem de que a empresa está prestando contas claras de suas atividades através da transparência, afim de reconquistar a confiança de suas relações.

Muitas vezes, é nos momentos de crise que se tem as melhores chances de se enxergar melhor o que deve ser alterado e melhorado. Se este momento for aproveitado para estes fins, a crise na verdade pode ser uma grande oportunidade de revisão de conceitos, valores, princípios e normas.

A empresa está focando agora em mudar e atualizar sua cultura, eles terem assumido o erro da fraude é o primeiro passo para isso. Priorizar as normas da boa governança, no que diz respeito à transparência e prestação responsável de contas, é o caminho certo para a reversão deste quadro.