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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA - UNILAB

Por:   •  10/10/2018  •  3.646 Palavras (15 Páginas)  •  304 Visualizações

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Outra característica do relacionamento recíproco entre pesquisa e prática aprimorada é que não apenas se compreende a prática de modo a melhorá-la na pesquisa-ação, mas também se ganhe uma melhor compreensão da prática rotineira por meio de sua melhora, de modo que a melhora é o contexto, o meio e a finalidade principal da compreensão: Contexto: como a pesquisa-ação é um processo de aprimoramento, não se pode fazer uma sobre a prática rotineira: a pesquisa-ação cria um alvo de pesquisa móvel ao romper com a prática rotineira e deixa muitas pontas soltas em sua esteira.

Teoria em pesquisa-ação como processo de melhora da prática, considera-se às vezes que a pesquisa-ação é ateórica, mas embora seja verdade que a teoria disciplinar tradicional não é prioridade principal, é contudo importante recorrer a ela para compreender as situações, planejar melhoras eficazes e explicar resultados. Elliott (1994) afirma isso (que os teóricos acadêmicos fornecem recursos para a reflexão e desenvolvimento da prática na pesquisa- ação), mas também sugere que os práticos não adotam simplesmente uma teoria “já pronta”, mas que a problematizam pela aplicação. Na verdade, minha experiência é de que apenas quando os professores primários trabalham em parceria com acadêmicos da universidade é que se envolvem com teorias já prontas e, escrevi em outro lugar (Tripp, 1993), como podemos trabalhar com isso na prática. Porém, nem Elliott nem Somekh constatam em que medida os professores primários se utilizam de teoria já pronta desse modo ou como contribuem com sua experiência para ulteriores desenvolvimentos da teoria.

Registro de dados hipótese 3: Os alunos não querem mostrar uns aos outros seus trabalhos escritos porque estão recorrendo à sua experiência escolar (asiática) na qual o trabalho escrito é competitivo e só é trocado entre eles para fins de nota. Um novo problema Por que esses estudantes me enganaram quanto às suas motivações? Embora esteja claro que estou envolvido em alguns processos de teorização indutiva, estes não passam de meios para o fim de melhorar a prática, mas não um fim em si mesmo, o que explica por que os práticos não desenvolvem sua teorização sob a forma de uma teoria disciplinar: estão muito ocupados com suas práticas para perseguirem questões “puras” de pesquisa. Hipótese 2: Eles estão muito tímidos em mostrar seu texto para o outro porque: a - são anotações incompletas/rascunho, que seriam ininteligíveis para o parceiro; ou b - haviam escrito coisas particulares (muito pessoais?, subversivas?) para serem partilhadas. Verificação da Hipótese 1: Repito as instruções e observo os resultados, mas eles ignoram de novo minhas instruções e continuam a ler em voz alta um para o outro, de modo que descarto a Hipótese 1.

Pesquisa-ação e prática pesquisada utilizam dois critérios para distinguir entre eles: o processo de mudança está sendo conduzido por meio da análise e interpretação de dados adequados, válidos e confiáveis? O alvo principal da atividade é a criação de conhecimento teórico ou o aprimoramento da prática? Isso quer dizer que um estudo de caso de um processo de pesquisa-ação não é uma pesquisa-ação, embora possa ser aceito para publicação numa revista de pesquisa-ação como uma pesquisa sobre a pesquisa-ação. Como revisor de artigos de pesquisa-ação submetidos à publicação em diversas revistas, não é raro que eu encontre pessoas que fizeram um estudo de caso de um processo de desenvolvimento ou de mudança, tal como a produção de um programa inovador de ensino e aprendizagem, chamando seu trabalho de “pesquisa-ação”, embora não tenham realizado ação nenhuma e o desenvolvimento tenha caminhado sem qualquer pesquisa. Para ilustrar essa diferença, voltemos ao exemplo do tipo de teorização que ocorre na pesquisa-ação para ilustrar a diferença: se eu estivesse empenhado em pesquisar sobre aquela situação, deveria ter continuado na verificação de minha terceira hipótese e mapear a extensão e a natureza do fenômeno, realizando a mesma tarefa como intervenção experimental com uma amostra intencional de outros grupos.

Na maioria dos tipos de investigação-ação, frequentemente se monitoram os efeitos de sua própria ação durante a fase de ação e, na pesquisa-ação, frequentemente se produzirão dados sobre os efeitos de uma mudança da prática durante a implementação (mediante observação, por exemplo) e ambos antes e depois da implementação (como quando se utiliza um método pré/pós para monitorar os efeitos de uma mudança). Paralelamente a projetar e implementar a mudança para melhora da prática, o reconhecimento segue exatamente o mesmo ciclo da pesquisa-ação, planejando como monitorar e avaliar a situação atual, fazendo isso e, a seguir, interpretando e avaliando os resultados a fim de planejar uma mudança adequada da prática no primeiro ciclo de pesquisa-ação de melhora.

O processo de pesquisa-ação, o ciclo da pesquisa-ação inclui todas as atividades do ciclo básico de investigação-ação e frequentemente é representado do mesmo modo (Kemmis; McTaggart, 1990), mas embora pareça de início suficientemente claro, não é inteiramente preciso em sua distinção e em seu sequenciamento da ação e do monitoramento das fases.

A pesquisa-ação, como uma forma de investigação-ação, é um processo corrente, repetitivo, no qual o que se alcança em cada ciclo fornece o ponto de partida para mais melhora no seguinte. A reflexão é essencial para o processo de pesquisa-ação Uma das razões para não se colocar a reflexão como uma fase distinta no ciclo da investigação- ação é que ela deve ocorrer durante todo o ciclo. Fica mais claro representar o ciclo da pesquisa-ação como uma sequência de três fases de ação nos dois diferentes campos da prática e da investigação sobre a prática. Isso é importante na pesquisa-ação, porque o planejamento de como avaliar os efeitos da mudança na prática é em geral muito mais rigoroso do que em muitos outros tipos de investigação-ação. Muito embora todos os processos de melhora e desenvolvimento tendam a incluir todas as fases do ciclo básico de investigação- ação, nem todos o fazem na mesma sequência nem repetem o ciclo de uma maneira corrente para realizar melhoras de modo incrementa.

Por um lado, existe extensa literatura dedicada à pesquisa-ação participativa, como se fosse possível ela não ser participativa, quando todo o mundo atingido pela mudança assim realizada participa dela, enquanto, por outro lado, outros a vêem como um processo coletivo de consequências políticas (Carr e Kemmis, 1986).De uma perspectiva puramente prática, a pesquisa-ação

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