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RESULTADOS ESPERADOS DA INCORPORAÇÃO ESTRUTURAL E RELACIONAL NA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO DESEMPENHO DAS EMPRESAS

Por:   •  10/9/2018  •  3.852 Palavras (16 Páginas)  •  344 Visualizações

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A maioria dos autores postula que o controle social gerado pela incorporação na rede substitui os mecanismos formais de governança (Jones, Hesterly, & Borgatti, 1997; Gulati, 1998; Gulati, Nohria, & Zaheer, 2000). Outros autores, como Poppo e Zenger (2002) e Stikin (1995), partem da premissa de que o controle social tem papel complementar aos mecanismos formais. Uma terceira corrente teórica explora o papel moderador que a imersão apresenta na rede, ao atenuar a relação positiva entre os riscos de transações e a adoção de mecanismos formais de governança (Ring & Van de Ven, 1992). Mesmo que de modos diferentes, defende-se que tanto a incorporação estrutural quanto a relacional afetam a ação econômica das firmas nas trocas relacionais, sejam elas horizontais (entre organizações similares) ou verticais (entre clientes e fornecedores). Entretanto, deve-se considerar hipóteses baseadas nos mecanismos dos diferentes tipos de imersão para relacionamentos que a firma desenvolve verticalmente a jusante e a montante, com clientes e fornecedores.

Considerando Hipóteses

- A primeira hipótese resulta da base da literatura de redes, que estabelece que a incorporação da firma na rede favorece a construção de mecanismos de capital social, como a confiança e a solidariedade (Gulati & Gargiulo, 1999; lado et al., 2008). A presença desses mecanismos na relação estimula ou inibe o comportamento das firmas participantes (Coleman, 1988; Zaheer et al., 1998; Granovetter, 1985; Kuwabara & Sheldon, 2012), permitindo o desenvolvimento de estruturas de governança entre empresas que favoreçam melhor desempenho (Dyer & Singh, 1998; Poppo & Zenger, 2002). A melhoria do desempenho é atingida pelo fato de a confiança e a solidariedade permitir maior fluidez à relação: melhor alinhamento dos interesses coletivos e objetivos comuns (Granovetter, 1985; Coleman, 1988), pelo compartilhamento de informações, pela disposição à flexibilidade dos membros (Johnston, McCutcheon, Stuart, & Kerwood, 2004), pela aquisição de capacidades organizacionais (Vasconcelos & Oliveira, 2012) e resolução conjunta de problemas entre as empresas (Gulati, 1995; Uzzi, 1996, 1997). É possível, apontar quatro mecanismos de ganhos, com base na incorporação relacional, que proporcionam desempenho superior aos membros da relação:

Investimentos em ativos específicos.

Ativos específicos são aqueles que não são reempregados em outro parceiro, sem perda de valor. O investimento neste tipo de ativo deve ocorrer na presença de arranjos de governança, baseados em confiança e com menor risco de comportamento oportunista. Tem-se, com isso, potencial para criação de diferenciação de produto, melhoria da qualidade e no tempo do ciclo de produção, além de menores custos na cadeia (Dyer, 1997; Dyer & Singh, 1998). O crescimento da parceria permite economia de escalas e de escopo na transação, potencializando os ganhos do relacionamento (Dyer & Singh, 1998).

Troca de conhecimento.

Ocorre pelo aprendizado em conjunto de informação e know-how relevantes, como resultado da adoção de transparência e de trocas constantes (Dyer & Hatch, 2006; Holcomb & Hitt, 2007). Este aprendizado proporciona sinergia entre as partes, de maneira a economizar esforços, gerando menores custos de coordenação entre os membros (Holcomb & Hitt, 2007; Claro & Claro, 2004) e no entendimento das necessidades dos parceiros (Cheung, Myers, & Mentzer, 2010).

Complementaridade de recursos.

A criação de produtos ou serviços é resultante da combinação de recursos entre os membros. A sinergia resultante do uso comum proporciona maior retorno, já que, em conjunto, são difíceis de imitar ou substituir, e produzem resultado diferenciado e superior (Dyer & Singh, 1998; Rungtusanatham, Choi, Hollingworth, Wu, & Forza, 2003; Holcomb & Hitt, 2007)

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Menores custos de transação como resultantes de mecanismos mais eficazes de governança.

Para se proteger de comportamentos oportunistas, as empresas adotam salvaguardas formais, como medidas financeiras, contratuais e mecanismos de controles, ou informais. A visão relacional sugere que os mecanismos informais, baseados em confiança e reputação, são mais efetivos, na medida em que podem reduzir custos de barganha, monitoramento e controle (Dyer & Singh, 1998). Balestrin e Arbage (2007). Um estudo com duas associações produtivas, reforçou o papel dos custos de transação para aglomerados locais de pequenas e médias empresas.

- Espera-se, que a incorporação relacional (desenvolvimento de laços com maior confiança e solidariedade) atue de maneira positiva no desempenho operacional da empresa. Acredita-se, que o desenvolvimento de mecanismos relacionais com clientes e com fornecedores possa trazer benefícios diferentes para a empresa. A melhor coordenação das atividades resulta no desenvolvimento de atendimento mais adequado aos clientes, traduzido em melhor desempenho da empresa em termos de qualidade.

Na relação com fornecedores, a melhor coordenação das atividades é combinada com menores custos de controle, o que leva a empresa a alcançar ganhos de produtividade em sua operação. Face a esses argumentos, derivam-se as seguintes hipóteses:

Hipótese 1a: A solidariedade e a confiança afetam positivamente o desempenho operacional da firma.

Hipótese 1b: O efeito da solidariedade e da confiança com fornecedores é maior na produtividade, enquanto com clientes é maior na qualidade.

- A segunda hipótese, parte do princípio que o desenvolvimento da confiança e da solidariedade nas relações interorganizacionais leva a empresa a ser mais produtiva e também por seu papel moderador entre a terceirização de atividades e os ganhos de produtividade. A análise do processo de terceirização evoluiu e possui hoje um cunho estratégico. As primeiras análises recaíam sobre aquelas atividades normalmente consideradas de preocupação periférica para a organização, como restauração, limpeza e segurança. A discussão acerca de fazer ou comprar tem incluído áreas críticas em toda cadeia de valor, tais como design, fabricação, comercialização, distribuição e sistemas de informação (McIvor, 2000). Em termos de base teórica, essa discussão se transferiu da simples abordagem do custo da transação (Williamson, 1975) para o valor da transação

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