Produção científica brasileira em conforto térmico: análise das publicações do CONBREPRO, ENEGEP E SIMPEP de 2008 a 2014

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Os estudos de conforto térmico visam analisar e estabelecer as condições necessárias para a avaliação e concepção de um ambiente térmico adequado às atividades e ocupação humanas, bem como estabelecer métodos e princípios para uma detalhada análise térmica de um ambiente (LAMBERTS; XAVIER, 2008).

Deste modo, este trabalho tem como objetivo analisar a produção científica brasileira sobre o tema conforto térmico nos anais do Congresso Brasileiro de Engenharia de Produção (CONBREPRO), Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) e do Simpósio de Engenharia de Produção (SIMPEP) nos anos de 2008 a 2014. Os anais do CONBREPRO, ENEGEP e do SIMPEP são fontes de dados importantes, pois trata-se de eventos reconhecidos. Além disso, são eventos nacionais que abrangem instituições de diversas regiões do Brasil, permitindo a análise de publicações no âmbito nacional.

2. Fundamentação teórica

O conforto térmico em um determinado ambiente pode ser definido como a sensação de bem-estar experimentada por uma pessoa, como resultado da combinação satisfatória da temperatura radiante média, umidade relativa, temperatura do ambiente e velocidade relativa do ar com a atividade lá desenvolvida e com as roupas usadas pelas pessoas. As sensações são subjetivas, ou seja, dependem das pessoas, portanto um certo ambiente confortável termicamente para uma pessoa pode ser frio ou quente para outra. Assim, entende-se como condições ambientais de conforto aquelas que propiciam bem-estar ao maior número possível de pessoas (RUAS, A.,1999).

Conforme Iida (2005), o desempenho e produtividade das pessoas no trabalho, sofre influência direta das condições de temperatura do ambiente, sem contar que também devem ser considerados os riscos de acidentes.

Quando uma pessoa é obrigada a suportar altas temperaturas o seu rendimento cai, a velocidade do trabalho diminui, as pausas se tornam maiores e mais frequentes, o grau de concentração diminui e a frequência de erros e acidentes tende a aumentar significativamente, principalmente a partir de 30°C (LACAZ, F.C 1996).

Ida (2005) comenta que quando o trabalho é realizado em baixas temperaturas ocasionam fadiga no trabalhador, considerando que quando se trabalha em um local a 5°C, tem-se um aumento de 20% na tensão muscular e causa resfriamento dos tecidos periféricos do corpo que pode acarretar uma redução da força e do controle muscular, aumentando a probabilidade de erros e acidentes. O autor ainda ressalta que quando a temperatura interna corporal interna cai para menos de 33°C, as funções do sistema nervoso central deixam de funcionar.

Azevedo, Barbosa e Silva (2005), destacam que a partir do momento em que o estresse térmico se eleva, acima da zona de conforto, isso pode gerar um mal-estar psicológico, diminuição da capacidade de trabalho, transtornos fisiológicos, esgotamento físico, entre outros sintomas.

Dentro deste contexto, algumas empresas têm se preocupado com as condições de trabalho, especialmente as que influenciam o trabalhador dentro da organização, tais como, o ambiente de trabalho, a tarefa, a jornada de trabalho, os postos de trabalho, a organização, a remuneração, alimentação, bem-estar, entre outras condições (TAKEDA; OLIVEIRA; XAVIER, 2010).

3. Metodologia da pesquisa

Em relação à natureza, esta pesquisa se classifica como básica, pois visa gerar novos conhecimentos úteis sem aplicação prática prevista. (SILVA; MENEZES, 2005). Em relação à abordagem do problema, a pesquisa é classificada como qualitativa e quantitativa, como qualitativa para a análise dos temas e seleção dos artigos e como quantitativa para as outras variáveis avaliadas. De acordo com Silva e Menezes (2005), a pesquisa qualitativa tem interpretação dos fenômenos e a atribuição de significadosao passo que as pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, ou seja, traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.

O objetivo da pesquisa classifica-se como uma pesquisa exploratória. De acordo com Gil (2002), esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, para torná-lo mais explícito ou a elaborar hipóteses.

É uma pesquisa bibliográfica, pois foi elaborada a partir de materiais já publicados, como: livros, artigos de periódicos e materiais disponibilizados na internet (GIL, 2002).

Para a realização deste trabalho, foram coletados dados das publicações de artigos que constam nos anais do CONBREPRO, ENEGEP e do SIMPEP de 2008 a 2014 que apresentam o termo conforto térmico, no título, no resumo ou nas palavras chaves.

Assim, foi possível identificar 31 artigos relacionados ao tema desta pesquisa. Esses artigos foram analisados seguindo os critérios utilizados por Luz et al. (2011), são eles: número de autores por artigo, principais autores, instituições de ensino conforme filiação dos autores, publicações por estado, bibliografia utilizada e por fim a metodologia emprega (aplicação, análise, revisão). A titulação dos principais autores foi obtida por meio de consulta à Plataforma Lattes no site do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

4. Resultados e Discussão

4.1 Quantidade de artigos

Foram encontrados 31 artigos científicos publicados no CONBREPRO, ENEGEP e no SIMPEP no período de 2008 a 2014 que estão relacionados com conforto térmico. A Tabela 1 exibe a quantidade de artigos publicados por ano.

Nota-se que houve poucos artigos publicados do ano de 2008 a 2014 com relação ao tema abordado. No ano de 2011 foi encontrado apenas um artigo e foi o menor ano de publicação sobre o assunto, representando 3,2% do total de artigos. Os anos com os maiores destaques em publicações foram 2012 e 2013 que somados representam 45,2% do total de publicações.

Ano

Quantidade de artigos

%

2008

5

16,1

2009

3

9,7

2010

2

6,5

2011

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